sábado, 31 de outubro de 2009

Rio 2016 e a economia


O Ministério do Esporte divulgou os resultados de um estudo que encomendou sobre os impactos econômicos da Rio 2016. Segundo o estudo, além de promover a Cidade do Rio de Janeiro, dotá-la da mais moderna infraestrutura esportiva, melhorar os equipamentos públicos da cidade, resolver os nossos problemas ambientais, avançar na solução dos problemas sociais e de segurança, os Jogos Olímpicos serão um ótimo negócio também no plano econômico. A Rio 2016 terá os investimentos necessários, de cerca de 28,8 bilhões de reais, proveniente quase que totalmente de fontes públicas. Mas, o estudo do Ministério do Esporte mostra que será um bom investimento para o país e para o governo. São estimados que cada real investido com dinheiro público causará um impacto de 3,26 reais na economia, atingindo o montante de R$ 102,2 bilhões. O estudo avalia os resultados na economia até o ano de 2027 e afirma que, uma década depois, os investimentos governamentais já terão dado um resultado em impostos equivalentes a 97% da verba destinada. No período até os Jogos, o Rio de Janeiro ficará com 41,6% dos resultados gerados no PIB, perdendo, portanto para os ganhos auferidos pelo restante do Brasil. Depois dos Jogos, será o contrário. O RJ ganhará mais do que o restante do país. Os setores da economia que mais ganharão com a Rio 2016 serão a construção civil, com 10,5% e serviços imobiliários e aluguel, com 6,3%.


Da Coluna Rumo Náutico, de Axel Grael. Jornal O Fluminense, Niterói. 31/10/09

Rio 2016 e o meio ambiente


São muitas as promessas de legado ambiental da Rio 2016. O projeto vencedor da cidade do Rio de Janeiro garantiu que até 2016, a poluição da Baía de Guanabara será reduzida em 80%, com um investimento de US$ 4 bilhões (4 vezes o que foi investido no PDBG), a balneabilidade das praias do município do Rio de Janeiro passará de 50% para 80%, serão plantadas 24 milhões de árvores (isso corresponde a 9.600 hectares de área reflorestada). Também foi prometida a redução da poluição do ar; uma frota de ônibus mais verde, rodando com combustível menos poluente e um novo sistema de transporte chamado BRT – Bus Rapid Transit. Toda a alimentação servida a atletas e trabalhadores envolvidos com os jogos será com alimentos orgânicos, ou seja, produzidos sem agrotóxicos e livres de transgênicos.


Da Coluna Rumo Náutico, de Axel Grael. Jornal O Fluminense, Niterói, 31/10/09.

Rio 2016 - De olho na verba


Não há dúvida que a Rio 2016 é uma oportunidade histórica para o Rio de Janeiro e o seu sucesso é uma responsabilidade de toda a sociedade. E o fato de que a maior parte da verba ser de origem pública só aumenta a necessidade de um melhor acompanhamento dos investimentos por parte do cidadão. Pensando nessa demanda da sociedade, a Prefeitura do Rio lançou o site Transparência Olímpica (http://www.transparenciaolimpica.com.br/) para dar publicidade sobre todos os investimentos e as medidas preparatórias para os Jogos. As informações ainda não estão lá, mas confiamos que isso acontecerá em breve. Os legislativos nas três instâncias de poder também criaram comissões fiscalizadoras, assim como o Ministério Público. Além destes, os tribunais de contas, auditorias internas dos governos, etc., também cumprirão o seu papel fiscalizador. Do lado da sociedade civil, as ONGs que atuam na área social e esportiva no Rio de Janeiro já se uniram para fiscalizar o chamado “legado social”. A imprensa nacional e internacional também estará vigilante. Assim é em qualquer democracia madura: a sociedade participa das decisões e fiscaliza o governo. O importante é transformar esse ímpeto cidadão em uma efetiva prática de acompanhamento crítico, mas que seja também construtivo e não paralisante. Quem já atuou no setor público sabe das dificuldades que os entraves burocráticos impõem. Todas as regras têm a mesma finalidade, garantir a moralidade, mas acabam criando uma verdadeira gincana de infindas tarefas burocráticas que impedem os gestores públicos de trabalhar com celeridade. Como todo o controle, continuamos a ver as fraudes e irregularidades acontecerem na administração pública. Que a Rio 2016 traga também como legado uma administração pública mais renovada em seus métodos e regras, conseguindo ser ágil e transparente, vencendo o desafio de executar os investimentos necessários às Olimpíadas, sob o olhar vigilante do investidor principal: o contribuinte brasileiro.


Da Coluna Rumo Náutico, de Axel Grael. Jornal O Fluminense, Niterói, 31/10/09

Projeto Grael foi vice-campeão do Desafio Solar


O Peixe-Galo, barco movido a energia solar desenvolvido no Projeto Grael foi o vice-campeão do Desafio Solar, competição que terminou no fim de semana passado em Parati. Pilotado pelo aluno Allan Leitão Tavares, a equipe liderada pelo instrutor Jorge Paname ficou atrás apenas do Vento Sul, da Universidade Federal de Santa Catarina. A equipe do Projeto Grael foi muito elogiada por lutar de igual para igual com representantes das universidades. Niterói foi também representado pela Escola Técnica Estadual Henrique Lage, localizada no Barreto. Os organizadores do Desafio Solar pretendem agora organizar outros eventos reunindo os participantes em atividades na Lagoa Rodrigo de Freitas e na Baía de Guanabara.


Da Coluna Rumo Náutico, de Axel Grael. Jornal O Fluminense, 31/10/09

sábado, 24 de outubro de 2009

A Equipe Vice-Campeã do Desafio Global 2009


Equipe do Projeto Grael, vice-campeã do Desafio Solar 2009


INSTRUTORES

Fred Hoffmann: Coordenador do Programa Profissionalizante

Jorge Paname: Instrutor de Instalações Eletricas e Eletrônicas

Jaqueline Santuche: Instrutora de Fibra de Vidro

Cosme Aristides: Instrutor de Informática


ALUNOS

Allan Leitão Tavares - 17 anos (PILOTO DO BARCO PEIXE GALO)
Curso no Projeto Grael: Refrigeração Náutica
Colégio Dôrval Ferreira da Cunha

Douglas Ribeiro dos Santos - 18 anos
Curso no Projeto Grael: Fibra de vidro e Instalações Eletro-Eletrônicas
Colégio: CONCLUIU

Igor Martins Ramos dos Santos - 18 anos
Curso no Projeto Grael: Fibra de Vidro
Colégio: Centro de Estudos Supletivo

Lúcio de Araújo Abreu - 16 anos
Curso no Projeto Grael: Fibra de Vidro
Colégio Zuleika Raposo Valadares

Gabriel Nonato de Oliveira - 16 anos
Curso no Projeto Grael: Carpintaria Naval
Colégio Prof. Alcina Rodrigues Lima
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COLABORADOR TÉCNICO
Ronaldo Fazanelli Migueis
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PATROCINADORES
G-COMEX - O & G Services
OPTIMA BATERIES

Barco solar do Projeto Grael é vice-campeão do Desafio Solar 2009




Allan Leitão, aluno do Projeto Grael, é o piloto do Peixe Galo



Mais um aspecto do Peixe Galo, vice-campeão do Desafio Solar 2009.


Equipe do Projeto Grael, vice-campeã do Desafio Solar 2009.





Orgulho no Projeto Grael: Peixe Galo é Vice Campeão!!!!!!!

O “Peixe Galo”, barco movido a energia solar feito no Projeto Grael ficou na segunda colocação no Desafio Solar, evento que reuniu 15 embarcações solares em Parati. Os barcos disputaram uma competição que requer equipes capacitadas, tecnologia e equipamentos de alta confiabilidade, uma vez que cada prova dura quase que o dia todo, percorrendo distâncias de cerca de 40 km diários. O desafio Solar terminou hoje, quando os barcos disputaram a última regata. No total, computando-se todas as provas disputadas desde o último domingo, os barcos percorreram uma distância de cerca 240 km. A equipe do Projeto Grael teve um primeiro dia com problemas e depois passou a ser a grande sensação do evento, vencendo uma prova e ficando com quatro segundos lugares. Em primeiro lugar geral ficou o Vento Sul, de Santa Catarina, que usa equipamentos muito mais sofisticados e potentes que os demais. Nossa embarcação não conta com muitos equipamentos encotrados em outros barcos paticipantes, em particular das equipes universitárias, mas como disse orgulhosamente o nosso Chefe da Equipe, o instrutor de eletrônica do Projeto Grael, Jorge Paname: “o barco é simples, criativo eficiente e não tem gatilho”. E Jorge tem razão, já que o nosso barco é dos únicos que não teve nenhuma pane grave. O Desafio Solar é inspirado no Frisian Solar Challenge, evento realizado a cada dois anos na Holanda. A repercussão nacional e internacional do Desafio Solar é grande, tendo ganhado destaque principalmente da imprensa internacional, como BBC, CNN, etc. Bons raios de luz para o futuro do Peixe Galo e sua equipe.


O Peixe Galo foi patrocinado pelas empresas: G-COMEX e OPTIMA BATTERIES


Adaptado da Coluna Rumo Náutico, de Axel Grael. Jornal O Fluminense, 24/10/09.

Evandro do AfroReggae

A equipe do Projeto Grael se solidariza com o AfroReggae diante da perda brutal de seu coordenador Evandro João da Silva. Na Coluna Rumo Náutico, no Jornal O Fluminense, de 24/10/09, publicamos a seguinte nota:

"Causou muita indignação em toda a sociedade e entre as ONGs que militam na área social, o assassinato do coordenador do AfroReggae, Evandro João da Silva, ocorrido em rua do Centro do Rio de Janeiro, quando bandidos o atacaram para roubar-lhe o par de tênis e o casaco, conforme foi amplamente divulgado pela imprensa ao longo da semana. Evandro foi vítima do problema que dedicou a sua vida a reverter: a violência no Rio de Janeiro. Atuava diretamente nas comunidades, em programas de ressocialização de presos, etc. Este episódio e as cenas de guerra que presenciamos nos últimos dias, que custaram muitas vidas e que ficou marcado pelo abate de um helicóptero da polícia, mostram o tamanho do desafio que a cidade tem pela frente para a Rio 2016. E a condição de Cidade Olímpica faz com que a repercussão internacional de incidentes como esse sejam muito maiores, somando-se à pressão local sobre as autoridades para que o problema seja resolvido. Conforme vimos mais uma vez, o enfrentamento da violência não poderá ser feito apenas com o combate ao crime organizado que se enraizou em algumas comunidades, mas é preciso extirpar a parte podre das próprias forças de segurança".

Da Coluna Rumo Náutico, de Axel Grael. Jornal O Fluminense, 24/10/09.

Mais proteção para o litoral africano

África do Sul e Moçambique acabam de criar o primeiro parque marinho internacional da África. A nova unidade de conservação engloba a Área de Patrimônio da Humanidade de Maputaland, na África do Sul, o Parque de iSimangliso e a Área de Proteção Marinha de Ponto de Ouro, ambos em Moçambique. A adesão de Moçambique à iniciativa demorou mais de cinco anos para ser aprovada, mas agora garante a proteção de uma importante parcela do litoral, que é ponto de reprodução de tartarugas e outras espécies. O Ponto de Ouro é considerado uma das mais importantes áreas em termos de biodiversidade, por abrigar os recifes de corais nas mais altas latitudes do mundo.

Da Coluna Rumo Náutico, de Axel Grael. Jornal O Fluminense, 24/10/09.

Congresso Nacional debate projeto de lei que amplia incentivos fiscais ao esporte

O Projeto de Lei 5462/09, de autoria do deputado Leonardo Quintão (PMDB-MG), propõe a dedução de doações ou patrocínios a projetos esportivos - previstos na Lei de Incentivo ao Esporte (11.438/06) - do saldo de qualquer imposto ou contribuição devido à União, quando a empresa optante pelo regime de lucro real não tiver imposto de renda a pagar. O projeto tramita em caráter conclusivo pelas comissões de Turismo e Desporto; de Finanças e Tributação; e de Constituição e Justiça e de Cidadania. Que a discussão renda bons frutos.

Da Coluna Rumo Náutico, de Axel Grael. Jornal O Fluminense, 24/10/09.

Projeto Grael recebeu palestrante sobre sexualidade na adolescência

Na última quinta feira, a psicóloga e sexóloga Kátia Valadares participou da “Roda de Conversa” que o Projeto Grael organiza periodicamente, reunindo a sua equipe, os familiares dos alunos e convidados, para discutir assuntos específicos. O tema da “Sexualidade na adolescência” foi uma solicitação dos familiares dos alunos e o tema foi abordado pela profissional de Niterói, que possui vários livros publicados sobre o tema, de forma muito dinâmica e elucidativa. Instrutores do Projeto Grael aproveitaram para tirar dúvidas sobre como lidar com problemas que encontram do dia-a-dia do programa que atende a quase 800 alunos por ano, quase todos na faixa da adolescência. Na mesma ocasião, o fisioterapeuta, pesquisador e professor universitário Sérgio Chermont, que também é velejador, apresentou a metodologia da pesquisa que desenvolverá com os seus alunos, utilizando o Projeto Grael como objeto de estudo, avaliando aspectos de preparação física e ergonomia dos jovens praticantes do esporte da vela. Os resultados do estudo orientarão as práticas de preparação de atletas da vela, bem como o trabalho desenvolvido nos clubes e nas escolas de velas, de forma a preservar os velejadores neste esporte em que a vida útil dos atletas pode ser mais longa do que na maioria dos demais esportes.

Da Coluna Rumo Náutico, de Axel Grael. Jornal O Fluminense, 24/10/09.

sexta-feira, 23 de outubro de 2009

Mais notícias do Projeto Grael no Desafio Solar

A movimentação continua no Desafio Solar, competição de barcos movidos a energia solar. O Projeto Grael conquista mais um segundo lugar e continua fazendo bonito na competição.

Resultados da Quarta Prova: Projeto Grael conquista mais um segundo lugar.

Largada do Desafio Solar em Parati Mirim.


Barcos solares em Parati Mirim



Cosme Aristides, instrutor de informática do Projeto Grael, ajusta os equipamentos do "Peixe Galo".

quinta-feira, 22 de outubro de 2009

Mais fotos do Desafio Solar. Ontem, Projeto Grael em segundo lugar.




MEIO AMBIENTE: Rio 2016 Sano in Natura Sana


Hoje, o Jornal Lance!, do Rio, publicou artigo "Hora de se redimir dos erros do passado", de minha autoria, sobre os Jogos 2016 e o meio ambiente.




Postamos, a seguir, o texto original que originou o artigo:




“RIO 2016 SANO IN NATURA SANA”


Axel Grael

Consultor ambiental, presidente do Instituto Rumo Náutico (Projeto Grael), ex-presidente da Feema e ex-subsecretário de Meio Ambiente do Estado do Rio de Janeiro.

A recente escolha do Rio de Janeiro para sede dos Jogos Olímpicos de 2016 aconteceu em meio a uma equilibrada disputa com as cidades de Madri, Tóquio e Chicago. E uma das maiores marcas das propostas foi o peso do meio ambiente na tomada de decisão. Esse é um critério que ganha importância crescente desde os Jogos Olímpicos de Munique, realizado em 1972, no mesmo ano em que se acontecia a Conferência de Estocolmo, precursora da Rio 92. Naquele contexto histórico, dirigentes esportivos se reuniram e anunciaram uma nova versão do lema olímpico “Mens sana in corpore sano”, sugerindo “Certatio sano in natura sana” (competição sã em meio ambiente são). A iniciativa prenunciava que os jogos seriam cada vez mais verdes, cabendo a liderança deste processo aos jogos de inverno, por serem realizados sempre em ambientes montanhosos e, portanto, muito sensíveis em termos ambientais.

Como o espírito olímpico nos ensina, vencer é muito bom, mas reconhecer os méritos dos derrotados é uma sábia e justa atitude. E nesse caso, analisar as propostas que as outras cidades apresentaram ao COI, só aumenta o orgulho pela conquista do Rio, pois apesar de derrotadas, as outras propostas eram excelentes. Ou seja, ganhamos pelos nossos méritos e não pela deficiência dos outros. De todos os projetos, uma especial atenção deve ser dada ao de Tóquio que impressionou pela ousadia e requinte do conteúdo ambiental. Os japoneses foram muito além de todos os demais concorrentes e prometeram que fariam a mais verde de todas as Olimpíadas. Todos prometiam medidas como a neutralização das emissões de carbono. Os japoneses garantiram que Tóquio 2016 seriam jogos carbono-negativos, ou seja, fixariam muito mais carbono (com o plantio de árvores, por exemplo) do que a quantidade que seria emitida direta ou indiretamente pelo evento (obras, consumo de eletricidade, transporte de atletas, etc.). Previram a construção de um estádio que seria totalmente operado com energia solar, gerada por painéis fotovoltaicos instalados em sua cobertura. O transporte seria todo feito por veículos elétricos ou a hidrogênio. Todos os equipamentos (locais de competição, alojamentos, etc.) seriam instalados em meio a parques amplos e arborizados, especialmente preparados para os Jogos. Todo o legado para a cidade foi planejado para beneficiá-la pelos próximos cem anos. Incrível!

Mas, paradoxalmente, enquanto os japoneses prometeram realizar jogos futurísticos, nós fomos os vencedores prometendo reparar o passado. A concepção do projeto do Rio previu resgatar os nossos passivos ambientais, herdados de décadas passadas, mas que ainda afligem a cidade. Mas, a nossa proposta não foi menos ousada que a dos concorrentes. O desafio de resolver os nossos problemas ambientais, no prazo de sete anos, é uma ambição tão grande quanto a exibição tecnológica prometida por Tóquio. A Rio 2016 será realizada com os seguintes ganhos ambientais: 1- a Baía de Guanabara com 80% da poluição controlada, com obras de saneamento e a solução do problema do lixo flutuante; 2- a melhoria da qualidade do ar, que inclui a intervenção nas emissões de gases dos veículos que circulam na cidade e maior controle sobre a indústria; 3- a balneabilidade das praias aumentará de 50% para 80% da orla; 4- serão plantados 24 milhões de árvores para a neutralização do carbono a ser emitido; 5- serão despoluídas a Lagoa Rodrigo de Freitas, o sistema lagunar de Jacarepaguá e o rio Maringá, em Deodoro, etc.

De todas essas medidas, a meta que mais tem causado polêmica é a promessa de despoluição da Baía de Guanabara. O ceticismo é compreensível, considerando-se os decepcionantes resultados que alcançamos depois de 15 anos de elevados investimentos já realizados. Para a Rio 2016, foram prometidos novos investimentos em saneamento (incluindo o sistema lagunar de Jacarepaguá) no valor de US$ 4 bilhões, ou seja quase o quádruplo do que foi investido no PDBG – Programa de Despoluição da Baía de Guanabara. É bom que se esclareça que muitas destas obras já estão em andamento e que o projeto é exequível sim, desde que se trabalhe muito. E também, compreenda-se que a Baía de Guanabara não estará totalmente limpa até 2016, pois restarão algumas regiões mais críticas, em particular na sua porção mais ao noroeste, ou seja, entre a Ilha do Governador e os municípios de Caxias até Magé. Nessa área, o assoreamento compromete muito a circulação das águas e a solução será mais demorada.

Enfim, agora, a fase de candidatura e de comemoração pela vitória já passou. Sonhar, planejar e registrar promessas nos relatórios já são coisas do passado. O momento é de arregaçar as mangas, de mostrar resultados, de começar a executar tudo aquilo que prometemos.

Axel Grael








quarta-feira, 21 de outubro de 2009

O debate repercute

O site "Nautica On Line", da Revista Náutica, repercute a polêmica sobre a viabilidade da despoluição da Baía de Guanabara para a Rio 2016.

21/10/2009 - 16:05

Lars Grael quer Guanabara limpa até 2016, mas sugere Búzios como plano B para Jogos
Antonio Alonso Jr
Da redação

A discussão sobre a factibilidade da limpeza da baía de Guanabara até as Olimpíadas de 2016, no Rio de Janeiro, foi levantada no final da semana passada em uma coluna de Miriam Leitão, no Globo, e repercutida posteriormente nos blogs de Axel e Lars Grael. Especialistas consideram impossível limpar a baía em sete anos, mas reconhecem que esse tempo é suficiente para avanços grandes. O problema é que a baía hoje é tão suja que mesmo se 80% do esgoto que hoje é jogado lá passar a ser tratado, ainda sobram os dejetos não-tratados de 600 mil pessoas, o equivalente a toda população de Niterói e ainda uma Nilópolis inteira.

Em seu blog, Lars Grael diz que o desafio não é motivo para jogarmos a toalha tão cedo, mas colocou um pouco de realismo na discussão: "Será que dá pra fazer? Tomara. Mas seria fazer em 7 anos, muito mais que o Plano de Despoluição da Baía de Guanabara, o PDBG, não fez em 14!". Por isso Lars levantou a possibilidade de a Vela ser disputada em Búzios, a 180 km da "cloaca suja que hoje infelizmente se encontra a Baía de Guanabara". É uma discussão que está apenas começando. Afinal, um dos argumentos usados na defesa da candidatura carioca foi justamente que todas as modalidades seriam disputadas na própria cidade. Além disso, políticos, ambientalistas e também empresários como Eike Batista, que anunciou um acordo para a compra da Marina da Glória às vésperas do anúncio da sede olímpica, têm grande interesse na despoluição da baía e no próprio desenvolvimento da estrutura da marina.

Axel Grael, que teve um grande papel no PDBG e já foi presidente da Fundação Estadual de Engenharia do Meio Ambiente do Rio, diverge do irmão. Axel até acredita que a limpeza de toda a baía pode ser mesmo impossível. "Mas, na porção mais ao Sul, próximo à Boca da Barra, onde a Baía possui grande capacidade de depuração, e onde as intervenções previstas no projeto Rio 2016, as metas são muito ambiciosas mas alcançaveis".

Vale a pena visitar os blogs e ler as opiniões de cada um dos envolvidos:
Blog de Lars Grael
Blog de Axel Grae
lColuna de Miriam Leitão no jornal O Globo

Desafio Solar - Projeto Grael vence regata

O "Peixe-Galo", barco do Projeto Grael navega em frente a Parati

"Peixe-Galo", com o piloto Allan Leitão, aluno do Projeto Grael.


Equipe do Projeto Grael, professores e alunos, responsável pelo "Peixe-Galo".


Equipe Peixe Galo do Projeto Grael, conquista a sua primeira vitória no Desafio Solar, em PARATY.
Seguem abaixo alguns comentários sobre a atuação da equipe do barco "Peixe Galo", montado no Projeto Grael. O barco é movido por um motor de popa elétrico alimentado por energia solar, captado por placas fotovoltaicas. O nome Peixe Galo refere-se à comunidade de Jurujuba, Niterói, onde a sede do Projeto Grael está localizada.
O Peixe Galo é patrocinado pla G-Comex e Optima Batteries.
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"Os alunos do Projeto Grael aceitaram o desafio de construir um catamarã de 6 metros movido a energia solar. Vencendo uma série de obstáculos e apesar de poucos recursos e prazo exíguo, conseguiram terminar o barco a tempo de participar da competição. Seguindo a tradição de esportistas ligados ao mar, subimos ao podium conquistando primeiro lugar na segunda etapa da competição. Essa vitória foi devida ao esforço e superação da equipe formada por jovens com ainda pouca experiência em contrução naval"
Fred Hoffmann, Coordenador do Programa Profissionalizante do Projeto Grael.
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"O piloto é um garoto bem esperto que está conseguindo usar os seus conhecimentos de vela, como observação de correnteza, ondas e vento para tirar vantagem. Este desafio é uma novidade para todas as 13 equipes participantes e eu não arriscaria dizer quem vai vencer pois é trabalho de equipe e ninguém conhece ainda bem o comportamento do seu barco e a durabilidade dos equipamentos.

Hoje o barco mais caro e sofisticado, o Carcará, todo de carbono e com uma parafernália eletrônica grande, teve pane elétrica e não pode dar a largada. Ficou em manutenção e só volta a competir amanhã. Cosas de la vida !

A equipe do projeto toda está de parabéns pelo esforço e por estar tirando o máximo proveito de uma configuração simples. O Jorge Paname é um cara bom para liderar a equipe e se impõe pelo conhecimento que tem de elétrica".
Ronaldo Fazanelli Migueis, engenheiro naval, colaborador do Projeto Grael e responsável técnico pelo Peixe Galo.





terça-feira, 20 de outubro de 2009

Rio 2016 - Lars Grael lança o debate: a Baía de Guanabara será despoluída a tempo?

Baía de Guanabara como a raia olímpica da Rio 2016

Em seu blog (http://www.larsgrael.com.br/), Lars Grael debate a Baia de Guanabara como o cenário das competições de vela dos Jogos Olímpicos de 2016.

Não temos a mesma visão de Lars. Estamos certos que teremos tempo suficiente para cumprir as metas de despoluição da Baía de Guanabara. Isso não significa que a Baía estará totalmente despoluida em 2016, uma vez que algumas áreas da baía são críticas e ainda demandarão muito investimento. Por exemplo, é o caso da região entre a Ilha do Governador e o fundo da Baía (Caxias e Magé). Essa área, onde desembocam os principais rios que drenam para a Guanabara, possui um sério problema de assoreamento, sendo que em grande parte já não há quase coluna dágua. Na maré baixa o lodo do fundo já aflora. Como consequência, essa área apresenta baixa capacidade de circulação das águas, o que reflete na qualidade das águas.

Mas, na porção mais ao Sul da Baía, próximo à Boca da Barra, onde a Baía possui grande capacidade de depuração, e onde as intervenções previstas no projeto Rio 2016, as metas são muito ambiciosas mas alcançaveis.

Portanto, a decisão de realizar as provas de vela da Rio 2016 na Baía de Guanabara foi acertada e a sua realização impõe uma responsabilidade enorme àos organizadores, o que é a garantia que precisamos para que os avanços ambientais acontecerão. Abrir mão disso agora, seria descumprir a promessa do mais importante legado dos Jogos no Rio de Janeiro.

Veja, a seguir, as colaborações de Lars Grael para o debate:


Baía de Guanabara - Desafio para 2016
20/10/2009 17:56:08

Desde a fase de confecção da candidatura olímpica do Rio 2016 que eu sempre alertei que com minha experiência de 6 Olimpíadas (4 como atleta e 2 como Coordenador Técnico) que velejador tem as seguintes prioridades na escolha de uma marina olímpica (nesta ordem):

1) Lugar bom de vento = relativamente constante e com boa intensidade.
2) Água Limpa = sem poluição, boas ondas e espaço livre.
3) Boa Marina = moderna, confortável e próxima da raia.
4) Próximo do Centro das Olimpíadas

A canditatura do Rio 2016 foi pautada na centralização estratégica de todas as modalidades próximas à Vila Olímpica o que para nós da Vela é prioridade 4).

A Raia da Baía de Guanabara é pequena para todas as classes de Vela e o vento muito inconstante = prioridade 1) não atendida.

O uso das raias de fora da Baía de Guanabara seriam necessárias o que compromete ainda mais a prioridade 3).A Marina da Glória teria que passar por profunda transformação em sintonia com FEEMA (agora INEA), IPHAN, IBAMA, Marinha do Brasil, Moradores do Flamengo e Ministério Público o que é ainda um gargalo da prioridade 3).

Agora a questão da qualidade das águas é um desafio hercúleo fundamental na prioridade 2), esta tão importante quanto a prioridade 1).

Todos nós queremos, sonhamos e seríamos beneficiados com a despoluição da Baía de Guanabara. Temos que lutar por isto e não devemos jogar a toalha tão cedo. Se não despoluir agora nestes 7 anos, quando será?

Por outro lado, vejam o trecho do blog da Revista Náutica comentado por Axel Grael sobre um artigo original da oportuna Miriam Leitão:
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"Miriam Leitão: Especialistas acham impossível limpar baída de Guanabara até 2016
Da redação.

Axel Grael chama a atenção em seu blog para uma coluna escrita por Miriam Leitão no jornal O Globo deste sábado. Nela, Miriam conversou com alguns especialistas que disseram ser possível avançar na despoluição da baía, mas impossível tê-la limpa num período de sete anos.

"O grande problema são as três milhões de pessoas que vivem em condições sub-humanas, sem qualquer tipo de saneamento básico, nos muitos municípios que rodeiam a Baía. Resolver isso num prazo de sete anos é praticamente impossível", diz o professor de engenharia oceânica da Coppe Paulo Cesar Rosman.

E Miriam completa: "De acordo com o Plano de Gestão de Sustentabilidade do Rio 2016, hoje, apenas 32% do esgoto que chega à Baía recebem tratamento. A meta é chegar a 50% no ano que vem, saltando para 80% até o início dos Jogos."

Imaginemos que esta meta seja cumprida integralmente. Ainda assim, os 20% restantes representam o esgoto de 600 mil pessoas sendo despejado na baía sem qualquer tratamento. Isso representa, por exemplo, toda a população de Niterói e ainda toda a população de Nilópolis"
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SERÁ QUE DÁ? TOMARA!

Seria fazer em 7 anos, muito mais que o Plano de Despoluição da Baía de Guanabara - PDBG não fez em 14!

Pensar em plano B? Não custa e Armação dos Búzios/RJ acaba de sediar o Campeonato Mundial da Juventude da ISAF (International Sailing Federation) em julho deste ano. Cabe lembrar que o evento foi consagrado como o melhor evento de todos os tempos...
Quem conhece Vela, sabe que Buzios é incomparavelmente melhor que o Rio nas prioridades 1) e 2). Precisaria de uma Marina saindo da estaca zero = prioridade 3) e trairia o princípio da centralização da prioridade 4).

Só vou dar alguns exemplos de Olimpíadas aonde a Vela foi realizada em outras cidades, muitas há mais de 500 Km do Centro Olímpico:

México 1968 - Vela em Acapulco
Munique 1972 - Vela em Kiel
Montreal 1976 - Vela em Kingston
Moscou 1980 - Vela em Tallin (outro país hoje em dia)
Los Angeles 1984 - Vela em Long Beach (próximo)
Seul 1988 - Vela em Pusan
Barcelona 1992 - Vela na Vila Olímpica (ate que enfim)
Atlanta 1996 - Vela em Savannah
Sidney 2000 - Vela em Sidney
Atenas 2004 - Vela em Atenas
Pequim 2008 - Vela em Qingdao
Londres 2012 - Vela em Weymouth

O debate é bom. Devemos salvar a Baía de Guanabara, mas com o realismo necessário para que o esporte que mais trouxe medalhas olímpicas ao Brasil não fique na cloaca suja que hoje infelizmente se encontra a Baía de Guanabara!!!

Lars Grael

sábado, 17 de outubro de 2009

Coluna de Míriam Leitão: os desafios da despoluição da Baía de Guanabara para a Rio 2016

Na coluna da jornalista Míriam Leitão no O Globo de hoje, 17/10/09, uma boa análise da despoluição da Baía de Guanabara. A matéria me cita com uma certa distorção, inclusive ao grafar o meu nome. Ainda assim, recomendo a leitura:

http://oglobo.globo.com/economia/miriam/

Nobel de Economia com cara de ONG

Elinor Ostrom, Nobel de Economia 2009

O Prêmio Nobel de Economia de 2009, anunciado nessa semana, saiu para a americana Elinor Ostrom, que dividiu o prêmio com Oliver E. Williamson. A grande e grata surpresa foi Elinor Ostrom, da Universidade de Indiana, não apenas por ela não ser economista e sim uma cientista política, mas pela sua carreira e pela temática de sua produção científica.
Com mais de 200 trabalhos publicados, Ostrom dedicou-se a estudar temas como meio ambiente e sustentabilidade, gestão coletiva de florestas, cooperativas, capital social e bem coletivo. O reconhecimento do trabalho de Ostrom fará com que os temas pesquisados por ela ganhem maior relevância e deixem o caráter periférico a que eram relegados, tanto na academia como nas políticas públicas.
Conheça mais sobre o trabalho de Elinor Ostrom no link http://www.indiana.edu/~workshop/people/lostromcv.htm
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Da Coluna Rumo Náutico, de Axel Grael. Jornal O Fluminense, 17/10/09

A história da classe Snipe em Porto Alegre


CINQUENTA ANOS DO MUNDIAL DE SNIPE DE 1959.
O Clube dos Jangadeiros, tradicional agremiação da vela nacional, reuniu alguns dos maiores nomes da história da classe Snipe no Brasil e no mundo, em Porto Alegre. A motivação foi a comemoração dos 50 anos do primeiro campeonato mundial realizado no Brasil, disputado em 1959 e vencido pelo lendário velejador dinamarquês Paul Elvstrom, o maior nome do esporte de todos os tempos (conquistou quatro medalhas de ouro olímpicas).

O evento realizado no final de semana passado, em Porto Alegre, reuniu timoneiros com idades acima de 60 anos, como Boris Ostergreen, Marco Aurelio Paradeda, Augusto Barroso e os niteroienses Axel & Erik Schmidt, conhecidos como os gêmeos do mar e são os únicos tri-campeões mundiais de Snipe da história. Conquistaram os mundiais consecutivos de 1961, 1963 e 1965. Os 11 barcos participantes foram divididos em categorias por faixa etária e depois de enfretarem ventos fortes e calmarias, os vencedores foram: Marco Aurélio Paradeda (até 69 anos), Waldemar Bier (70 a 74 anos) e Louis Triay, da Espanha, na categoria acima de 75 anos.

Na primeira regata, Axel Schmidt liderava com folga, quando não se sentiu bem. Após recebeu tratamento em Porto Alegre, ele passa bem.

Que bons ventos sempre levem esses professores adiante.


Da Coluna Rumo Náutico, de Axel Grael. Jornal O Fluminense, 17/10/09.

Sobre a polêmica das barreiras sonoras nas principais vias do Rio

Barreiras Acústicas na Auto-Estrada Porto Valença, em Portugal.

Barreiras acústicas nas vias expressas do Rio
Gerou polêmica a divulgação pela Prefeitura do Rio da intenção de implantar barreiras acústicas nas principais vias da cidade. Alguns representantes comunitários atacaram a ideia, alegando tratar-se de segregação, da tentativa de “esconder as favelas”, tendo em vista a realização da Copa 2014 e Rio 2016. Alegavam, também, que as barreiras impediriam o direito de ir e vir. Acho que as comunidades devem estar vigilantes em defesa de seus direitos e seus interesses, mas é preciso cuidado para evitar o exagero.

A implantação de barreiras sonoras é uma medida de grande importância ambiental, aliás, já chega com atraso. A medida é uma exigência da licença ambiental da Linha Amarela e a sua instalação em alguns trechos não foi considerada suficiente. A poluição sonora é a campeã em reclamações da população nos centros urbanos e a exposição dos moradores ao ruído intenso dos motores nas rodovias é motivo de vários distúrbios à saúde física e mental. O que parece ser uma novidade é uma obrigação legal e a presença das barreiras sonoras já é comum nos países mais desenvolvidos, já fazendo parte do cenário das rodovias em áreas urbanas.

Nota publicada na Coluna Rumo Náutico, de Axel Grael. Jornal O Fluminense, 17/10/09

Projeto Grael no Desafio Solar, em Parati.


Amanhã, dia 18 de outubro, começa o Desafio Solar Brasil 2009, em Parati. Será um encontro de 13 equipes de instituições universitárias e de ensino técnico, dentre eles o Projeto Grael. Cada equipe construiu uma embarcação, movida por um motor elétrico, alimentado por painéis fotovoltaicos. A competição é organizada pelo Pólo Náutico da UFRJ e terá provas diariamente na Praia do Pontal, com início às 9h30. O encerramento será no dia 24 de outubro.
A equipe do Projeto Grael, que é patrocinada pelas empresas Optima Baterias e G-Comex, é constituída pelos instrutores Fred Hoffmann (Coordenador do Programa Profissionalizante do Projeto Grael), Cosme Aristides de Souza (Oficina de Informática), Jorge Paname (Oficina de Instalações Eletrônicas em Veleiros e Lanchas) e Jaqueline Santuche (Oficina de Fibra de Vidro).
Através de um processo interno de seleção, foram escolhidos cinco alunos, que já estão em Parati. Um deles, Allan Leitão Tavares, de 17 anos, será o piloto da embarcação. O barco do Projeto Grael recebeu o nome “Peixe Galo”, em homenagem à comunidade de mesmo nome, em Jurujuba, em Niterói, onde a nossa sede está localizada.


Coluna Rumo Náutico, de Axel Grael. Jornal O Fluminense, 17/10/09

sexta-feira, 16 de outubro de 2009

Nota na Coluna de Renato Maurício Prado

Foto site da Revista Caras: Torben, Lula, Cielo e Pelé em Copenhague.

O jornalista Renato Maurício Prado, em sua coluna no jornal O Globo, de 16 de outubro de 2009, registrou:
"Fernando Duarte, nosso correspondente em Londres, esteve em Copenhague, cobrindo a escolha da sede dos Jogos de 2016 e, de volta a Inglaterra, me envia deliciosa notinha: 'Em meio ao desfile das estrelas brasileiras do esporte por Copenhague (Pelé, Guga, Hortência, etc), um garotinho dinamarquês arregalou os olhos, no hall do hotel onde estava a delegação da Rio 2016, e puxou o braço da mãe:
- Ih, mãe!!! Olha lá, olha lá! É o Torben Grael!!!
Povo que veleja (desde o tempo dos vikings) é outra coisa..."

quarta-feira, 14 de outubro de 2009

terça-feira, 13 de outubro de 2009

Incidente em competição frustra remadores de projeto social de Campos

Causou-nos muita estranheza a notícia de um constrangedor incidente ocorrido em competição de remo, no último fim de semana, na Lagoa Rodrigo de Freitas.

Segundo a notícia veiculada no jornal O Globo ("As cores da intolerância na raia olímpica de 2016", matéria assinada por Aloísio Balbi e Ary Cunha, O Globo 13/10/09), dois atletas do projeto Rema Campos, David Motta Chagas, de 14 anos, e Guilherme Braga, de 15 anos, venceram a competição em sua categoria mas foram comunicados, já no pódio, que não poderiam ser premiados pois teriam sido desclassificados por não estarem com uniformes iguais, como determina o Código de Regatas da Federação de Remo do RJ. A decisão do árbitro da prova causou protestos e indignação de outros atletas e do público presente.

É bom lembrar que o Rema Campos é uma organização que luta com toda a dificuldade para restituir a prática do remo à cidade de Campos, onde o esporte, que é praticado no Rio Paraíba, já teve bons momentos no passado. Liderado pelo cabo do Corpo de Bombeiros Dimisson Nogueira, um abnegado praticante e técnico de remo, o Rema Campos oferece oportunidades para muitos jovens de comunidades de baixa renda.

Foi assim que David e Guilherme vieram ao Rio de Janeiro, dormiram em colchonetes na sede do Vasco e comeram "pão com mortadela por quatro dias", pegaram barcos emprestados para poder participar da competição. Como disse a reportagem, os meninos sentiram frustração e constrangimento ao serem retirados do pódio.

Conheço dois dos protagonistas do caso. Dimisson Nogueira, técnico dos meninos, esteve comigo há poucos meses quando assisti à "Corrida de Canoas a Vela de São Fidelis". Do outro lado, o presidente da Federação, Alessandro Zelesco, é um parceiro do Projeto Grael, desenvolve uma importante iniciativa de interiorização do esporte e é sensível à causa do esporte educativo e social. Daí a nossa surpresa com o ocorrido.

Não é possível que formalismos e legalismos sem sentido possam matar o sonho de jovens atletas e de lideranças que se dedicam a popularizar o esporte. No entanto, estamos certos que a Federação saberá contornar o problema a fazer com que fatos como esse, que conflitam com o crescente movimento do esporte social que se verifica em todo o país, sejam afastados para sempre.

Axel Grael

domingo, 11 de outubro de 2009

50 anos do primeiro campeonato mundial de vela no Brasil

Erik no leme e Axel Schmidt com Torben, a bordo do Brasil 1


Gêmeos do Mar


O Clube dos Jangadeiros de Porto Alegre, está promovendo um memorável evento de celebração do cinquentenário do primeiro campeonato mundial de Vela organizado no Brasil. Foi o Mundial de Snipe de 1959 vencido pelo Rei da Vela Paul Elvstrom da Dinamarca.

No evento deste final de semana, timoneiros de Snipe com idades superiores a 60 anos de idade. Dentre eles, grandes nomes como Boris Ostergreen, Marco Aurelio Paradeda, Augusto Barroso e os gêmeos do mar Axel & Erik Schmidt.

Axel e Erik, são os únicos tri-campeões mundiais de Snipe da história. Conquistaram os mundiais consecutivos de 1961 > 1963 > 1965. Foram ainda medalhistas de Ouro (Chicago 1959) e Prata (São Paulo 1963) nos Jogos Panamericanos na Classe Lightning. Velejadores Olímpicos nas classes Star (8º - Mexico - 1968) e Soling (7º - Munique - 1972), classes aonde ainda foram campeões brasileiros, sulamericanos. No Star, Erik & Axel ainda foram 4º colocados em campeonato mundial. Venceram ainda Jogos Luso-Brasileiros (Classe Dragão), Jogos Asiáticos (Classe Flying Dutchman); Regata Buenos Aires - Rio; várias regatas Santos - Rio dentre tantas outras conquistas...!

Intuitivos, brincalhões, técnicos, brigões, estes vikings da terra de Araribóia, representam a herança escandinava de Preben Schmidt e forjam o estilo, imagem e glória do pequeno e poderoso Rio Yacht Club (Sailing) em Niterói/RJ.Afirmo categoricamente que os irmãos Grael não existiriam para a Vela se não fossem seus mestres e tios Axel e Erik.Ontem na abertura do evento, o Tio Axel mostrou sua categoria e ao liderar com folga a primeira regata, passou mal, abandonou a regata, foi competentemente atendido e levado ao clube e ao hospital, submeteu-se a a intervenção cirúrgica e está internado na CTI aonde passa bem.

Tio Erik venceu uma das regatas. Outras foram vencidas pelo gaúcho e ex-campeão Mundial Boris Ostergreen e a outra pelos amigos do peito, os brasilienses Guilherme Raulino / Cezar Castro.Fica aqui minha torcida pela recuperação do Tio Axel e minha homenagem aos mestres!

Lars Schmidt Grael

Do site de Lars Grael: www.larsgrael.com.br

Homenagens a Lars Grael

Você sabia que Lars Grael:
  • Virou nome de uma Marina especial para velejadores deficientes na Sicília na Itália?
  • Virou nome de um delicioso prato no Restaurante “Mascote” em Santarém/PA?
  • Virou nome de uma lancha de controle ambiental da CAESB em Brasília/DF?
  • Virou nome de um prédio à beira mar em Guarapari/ES?
  • Virou nome de um veleiro catamarã em Angra dos Reis/RJ?
  • Virou nome do cais nobre da Marina Bracuhy em Angra dos Reis/RJ?
  • Virou nome de um sanduíche de uma lanchonete em Brasília/DF?
  • Virou nome de uma lancha “Lars & Torben” em uma marina em Bertioga/SP?
  • Virou nome de diversas crianças como em Cachoeiras de Macacu/RJ; Dom Pedrito/RS e ...
  • Árvores homenageadas e plantadas: Parque Florestal nas cercanias de Lima / Peru.

Do site de Lars Grael: www.larsgrael.com.br

Um contexto muito especial para o Projeto Grael em Rio Grande

CRAM - Centro de Recuperação de Animais Marinhos

Museu Náutico


Como já me referi aqui no Blog, acabo de visitar a cidade gaúcha de Rio Grande onde fui verificar a possibilidade de aceitar o convite para a implantação de mais uma unidade do Projeto Grael. A visita foi organizada pelo velejador Guilherme Sucena, diretor do Rio Grande Yacht Club e antigo amigo da família Grael. Na visita tive a oportunidade de conhecer o trabalho de uma das mais bem sucedidas iniciativas educativas e sociais relacionadas ao mar. Por trás do belo resultado está o professor Lauro Barcellos, oceanólogo formado em 1981 pela FURB – Fundação Universidade Federal do Rio Grande e com vários cursos de especialização na Alemanha e nos EUA. Cito, a seguir, algumas das suas realizações:

CRAM: Em 1974, ano que iniciou seus estudos de graduação em Oceanologia deu início a um trabalho de resgate de animais feridos que surgiam nas praias sem fim da costa do Rio Grande. Eram focas, lobos e leões marinhos, pingüins, albatrozes, petréis e gaivotas, tartarugas, orcas, golfinhos e toninhas, às vezes animais dos banhados, tais como: flamingos, lontras, capivaras, ratões e várias espécies de aves continentais. Os animais eram encontrados alvejados por tiros, malhados em redes e em pedaços de plásticos, cobertos de óleo, feridos e mutilados por hélices de barcos, fisgados por anzóis, enrolados em fios de nylon, etc. Encontrou apoio inicial do professor Eliézer Rios, fundador e diretor do Museu Oceanográfico da Universidade. Em 1995, com o apoio do veterinário Rodolfo Pinho da Silva e da oceanógrafa Andréa Adornes e com recursos do Fundo Nacional do Meio Ambiente, construiu ao lado do Museu Oceanográfico, as instalações do CRAM-Centro de Recuperação de Animais Marinhos, considerado a referência nacional no assunto. A experiência de Barcellos e sua equipe foi fundamental na época do acidente da REDUC, que lançou 800 mil litros de óleo na Baía de Guanabara, época em que eu exercia a minha primeira gestão como presidente da FEEMA. Barcellos foi chamado para coordenar os trabalhos de resgate da fauna afetada pela mancha de óleo. Foi nessa ocasião que eu o conheci.


CCMar: Barcellos obteve a permissão para assumir as instalações abandonadas de uma antiga construção abandonada e implantou um projeto educativo e profissionalizante chamado CCMar – Centro de Convívio dos Meninos do Mar. A iniciativa assemelha-se em muito ao trabalho profissionalizante desenvolvido pelo Projeto Grael.


MUSEU NÁUTICO: Em 9 de abril de 2003, Lauro Barcellos inaugurava o Museu Náutico, instalado em um galpão do porto de Rio Grande. Lá, expões barcos que fizeram a história da náutica e da vela no Brasil. Dentre os barcos expostos estão barcos da classe Guanabara, Lightning, Pingüim, Snipe, Sharpie, etc.


PARCERIA COM O PROJETO GRAEL: Em visita a Rio Grande, acertamos que o Projeto Grael colaborará com as iniciativas já existentes e, junto com o Rio Grande Yacht Club, implantará um projeto de iniciação à vela e remo, voltado para o mesmo público atendido pelo CCMar. O Projeto Grael considera a parceria uma grande oportunidade de integrar-se a um conjunto de iniciativas de tão elevada relevância para a náutica social no Brasil. Niterói e Rio Grande poderão oferecer um grande modelo ao país, demonstrando como os barcos e a cultura náutica podem contribuir para o desenvolvimento do país.

Para saber mais sobre o trabalho desenvolvido por Lauro Barcellos e sua equipe em Rio Grande, acesse o site http://www.museu.furg.br/

sábado, 10 de outubro de 2009

Rio 2016: aprender com os derrotados



Projeto de Vila Olímpica da proposta de Tóquio-2016.
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Projeto do Estádio Solar, da proposta de Tóquio-2016.


“Nada substitui a vitória”, teria dito o general americano Douglas McArthur, comandante das operações militares no Pacífico durante a II Guerra Mundial. Portanto, estamos todos exultantes, em momento de justa celebração pela grande vitória da candidatura Rio 2016. Mas, como o espírito olímpico nos ensina, vencer é muito bom, mas reconhecer os méritos dos derrotados também é muito importante. E nesse caso, analisar as propostas que as outras cidades apresentaram ao COI, em Copenhague, só aumenta o orgulho pela conquista do Rio, pois apesar de derrotadas, as outras propostas eram excelentes. Ou seja, ganhamos pelos nossos méritos e não pela deficiência dos outros.

Chamo a atenção, em particular, à proposta de Tóquio que me impressionou principalmente pelo requinte do conteúdo ambiental. Os japoneses prometeram que fariam a mais verde das Olimpíadas.

  • Legado para um século: o discurso dos organizadores garantia que o legado dos Jogos para a cidade foram calculados para beneficiar a população e o meio ambiente por mais de 100 anos.
  • Equipamentos olímpicos em parques: Todas as instalações dos jogos estariam em amplos e belos parques urbanos especialmente preparados.
  • Transporte ecoeficiente: O transporte seria feito por viaturas movidas a energia elétrica e a hidrogênio.
  • Estádio solar: O estádio principal teria a sua cobertura constituída por uma gigantesca placa fotovoltaica que faria com que fosse totalmente operado com energia solar.
  • Jogos com ganhos para o clima: Como todas as outras cidades, prometeram baixa emissão de carbono (evitar o efeito estufa), mas a diferença é que os japoneses não prometiam apenas a neutralidade de emissões (obtém-se com o plantio de árvores para captar o carbono emitido) como seus adversários, mas as medidas adotadas fariam com que se obtivesse uma fixação de carbono maior do que a emissão, ou seja, os jogos teriam um saldo positivo para o clima.

A proposta carioca é ambiciosa quanto às suas metas ambientais: despoluição da Baía de Guanabara, rios, melhorias na qualidade do ar, etc. Mas não poderíamos sonhar em avançar mais do que apenas a solução de passivos ambientais? Ainda dá tempo de aprender com Tóquio.

Da coluna Rumo Náutico, de Axel Grael. Jornal O Fluminense, 10-10-09.




Projeto Grael em águas gaúchas

Museu Náutico de Rio Grande, mantido pela equipe do prof. Lauro Barcellos, da Universidade Federal do Rio Grande.

O Projeto Grael terá uma nova unidade na cidade de Rio Grande, RS, em parceria com o Rio Grande Yacht Club e com o CCMM - Centro de Convívio dos Meninos do Mar, da Universidade Federal do Rio Grande. A decisão foi tomada em viagem ao local, onde pudemos verificar a grande complementariedade que temos com as iniciativas já existentes na cidade, que é uma referência nacional dos estudos em oceanografia. O Projeto Grael estará integrado aos trabalhos náuticos, educativos, ambientais e sociais desenvolvidos pelo professor Lauro Barcellos, diretor do Museu Oceanográfico, do CCMM e do Centro de Recuperação de Animais Marinhos, o mais importante do país. Barcelos coordenou o trabalho de resgate da fauna durante o acidente com o vazamento de óleo da REDUC, que poluiu a Baia de Guanabara,em 2000.

Artigo baseado em nota na coluna Rumo Náutico, de Axel Grael. Jornal O Fluminense, 10-10-09.

Aumenta a influência da Vela no COI

Na continuação do encontro do Comitê Olímpico Internacional (COI) em Copenhague, na Dinamarca, em que o Rio foi eleito para sediar os Jogos Olímpicos de 2016, o presidente da Federação Internacional de Vela (ISAF), Goran Petersson, foi eleito para uma das seis vagas disponíveis para membro do Comitê. Além dele, também foi eleito SAR príncipe Frederik da Dinamarca, membro do Conselho da ISAF, e Ser Miang Ng, dirigente da vela de Cingapura, tornou-se o vice-presidente do COI. Jacques Rogge, presidente do COI e ex-velejador olímpico que representou a Bélgica nos Jogos Olímpicos do México (1968), Munique (1972) e Montreal (1976), foi reeleito para mais um mandato como presidente do COI.

Da Coluna Rumo Náutico, de Axel Grael. Jornal O Fluminense, 10-10-09.

quinta-feira, 8 de outubro de 2009

ONGs denunciam a vergonhosa investida ruralista contra a legislação ambiental brasileira


As organizações abaixo assinadas alertam à sociedade brasileira para a gravidade da proposta da bancada ruralista no Congresso Nacional (PLs 1876/99 e 5367/09) que tramita em comissão especial formada por maioria de parlamentares ligados ao agronegócio.

A proposta revoga ou modifica as principais Leis ambientais brasileiras, como o Código Florestal brasileiro, a Lei de Política Nacional de Meio Ambiente, a Lei de Crimes e Infrações contra o Meio Ambiente e a Lei do Sistema Nacional de Unidades de Conservação. Os principais instrumentos de gestão ambiental em vigor como a criação de unidades de conservação, as reservas florestais legais, as áreas de preservação permanente, o licenciamento ambiental, o Conselho Nacional de Meio Ambiente poderão ser revogados ou enfraquecidos para atender exclusivamente por encomenda setorial dos ruralistas.

Às vésperas de uma das mais importantes reuniões internacionais de todos os tempos (Conferência do Clima em Copenhagen em dezembro próximo) que tratará de mecanismos e compromissos com a redução de emissões de gases de efeito estufa a bancada ruralista, com a conivência do governo federal, insiste em colocar em pauta e em ritmo acelerado propostas que põem em sério risco as principais leis brasileiras, em especial a que regulamenta o controle do desmatamento em todos os biomas brasileiros. Ressalte-se que o desmatamento é responsável por mais de 50% das emissões brasileiras.As organizações abaixo assinadas pedem ao Presidente da República e ao Presidente da Câmara dos Deputados o empenho necessário para que os Projetos de Lei aqui referidos (PL 1876/99 e 5.367/09) sejam rejeitados, ou que, no mínimo, sejam objeto de amplo debate nacional e tramitem ordinariamente nas comissões temáticas pertinentes viabilizando assim a participação ativa e informada de todos os setores interessados no desenvolvimento sustentável no Brasil.

As principais leis ambientais brasileiras a Lei da Mata Atlântica, a Lei de Gestão de Florestas Públicas, a Lei de Crimes e Infrações contra o Meio Ambiente, a Lei do Sistema Nacional de Meio Ambiente, Lei de Gerenciamento de Recursos Hídricos, Lei de Informações Ambientais e Lei do Sistema Nacional de Unidades de Conservação foram objeto de amplo debate no Congresso Nacional sendo inadmissível que este governo permita modificações de leis tão importantes para o desenvolvimento nacional sustentável sem um amplo e aberto debate nacional.

Brasilia, 06 de outubro de 2009

Associação Preserve a Amazônia
Apremavi
Amigos do Futuro
Conservação Internacional
IPAM
Fundação SOS Mata Atlântica
Gambá – Grupo Ambientalista da Bahia
Greenpeace
Grupo de Trabalho Amazônico
Rede de Ongs da Mata Atlântica
SOS Pantanal
ISA – Instituto Socioambiental
Instituto de Pesqusas Ecológicas
WSPA – Sociedade Mundial de Proteção Animal
WWF-Brasil
Fonte: site da WWF-Brasil

segunda-feira, 5 de outubro de 2009

Brasil é o campeão mundial do uso de agrotóxicos


O IBGE lançou no dia 30 de setembro o Censo Agropecuário de 2006. Dentre os dados divulgados, chamou a atenção os números referentes ao uso do agrotóxico nas propriedades rurais. Citamos, alguns dados sobre o tema:



- 78,4% das propriedades utilizam agrotóxicos regularmente.


- 69,1% utilizam pulverizadores costais, que tem maior potencial de contaminação do aplicador.


- 77,6% das propriedades rurais que utilizam agrotóxicos são dirigidas por pessoas com o nível de instrução baixo, ou seja, possui o ensino fundamental incompleto. Segundo Eupídio Fonte, Coordenador de Recursos Naturais do IBGE, isso dificulta a capacidade desses agricultores lerem e se informarem devidamente sobre os riscos do produto e a forma correta de aplicação registrada na embalagem e bula dos produtos.


- US$ 7 bilhões é o quanto o mercado de comercialização de agrotóxicos movimenta anualmente no Brasil. O Brasil é o líder mundial no uso de agrotóxicos.

Atletas brasileiros da delegação oficial da Candidatura Rio 2016, em Copenhague, posam com Pelé. Dentre eles, Torben Grael e Isabel Swan, do Rio Yacht Club. 2 de outubro de 2009.

RYC: um pequeno e glorioso clube na Baía de Guanabara


Isabel Swan fala no COI, emociona o RYC e o Brasil.
No fim de semana, a conversa na famosa varanda do Sailing era uma só: a Rio 2016 e a participação de atletas do clube na conquista já que Torben Grael e Isabel Swan estavam lá. A velejadora Isabel Swan foi uma das oradoras da delegação do Rio de Janeiro durante o encontro do COI em Copenhague, ocasião da votação que trouxe para a cidade o direito de sediar a Rio 2016. Isabel, como sempre, uniu beleza, talento e uma boa oratória.

Veja a participação de Isabel em:


Um pequeno clube que coleciona medalhas
Isabel é um dos muitos orgulhos de uma lista de velejadores que conquistaram medalhas e títulos mundiais que só aumenta com o passar dos anos. O pequeno clube niteroiense (menos de 200 sócios) é considerado o mais tradicional iate clube no Brasil e o maior celeiro de velejadores do país, pois desde 1984 tem classificado seus velejadores para todos os Jogos Olímpicos e, só não trouxe medalhas, nos Jogos de Barcelona. Se fosse um país, o Rio Yacht Clube estaria no quadro de medalhas em 73 lugar, logo atras do Uruguai e a frente de muitos paises latinoamericanos, como: Peru, Venezuela, Colômbia, Costa Rica, etc.
Dentre os mais importantes atletas olímpicos do Rio Yacht Club estão:

Torben Grael: 5 medalhas: ouro em Atenas (2004) e Atlanta (1996), prata em Los Angeles (1984) e bronze em Seul (1988) e Sydney (2000). As medalhas foram conquistadas na Classe Star, exceto a de prata em Los Angeles, conquistada na Classe Soling.

Marcelo Ferreira: 4 medalhas, todas como proeiro de Torben Grael: ouro em Atenas (2004) e Atlanta (1996) e bronze em Sydney (2000) e Seul (1988).

Lars Grael: 2 medalhas de bronze, na Classe Tornado, sendo uma em Atlanta (1996) e outra em Seul (1988).

Isabel Swan: 1 medalha de bronze, na Classe 470 feminino, em Pequim (2008).

Clínio de Freitas: 1 medalha de bronze como proeiro de Lars Grael na Classe Tornado, em Seul (1988).

Além destes medalhistas, participaram de Jogos Olímpicos pelo Rio Yacht Club: Axel Schmidt, Erik Schmidt, Glenn Haynes e Claudia Swan.

Axel e Erik Schmidt, os chamados "Gêmeos do Mar", foram os primeiros grandes destaques internacionais do clube e inspiraram as gerações que vieram depois , tendo conquistado 3 campeonatos mundiais da classe Snipe (Rye, Nova York - 1961, Bandol, França- 1963 e Ilhas Canárias - 1965) e participado dos Jogos Olímpicos de Munique, em 1972.

domingo, 4 de outubro de 2009


Foto: Ulysses Neto (de uniforme) em encontro com Lars Grael e Guilherme Raulino que fazem a entrega da doação de 20 barcos da classe Optimist feita pelo Iate Clube de Brasília para o projeto de vela social CIMM realizado no Lago Paranoá.


O Projeto Grael tem em suas prioridades difundir a Vela Educativa, que é a possibilidade de promover a educação e a inclusão social atraves do esporte da vela. Nesse sentido, como informamos aqui no Blog, recebemos na semana passada Ulysses Neto, líder escoteiro, o aguerrido dirigente do CIMM, uma iniciativa de vela em Brasília, que conta com o apoio de Lars Grael.

Publicamos, a seguir, a mensagem que Ulysses nos envio:

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Prezado Lars

Já de retorno a Brasília trazendo na bagagem muita coisa boa e novidades para os nossos jovens da Vila Planalto e CAALEX!

Esse treinamento de uma semana no Projeto Grael está sendo uma coisa muito importante para nosso Projeto do Centro Integrado de Mentalidade Marítima - CIMM, que um projeto que visa incrementar a mentalidade marítima através das atividades escoteiras do mar além de formar jovens de caráter e com responsabilidade.

Esse ensinamento adquirido no Projeto Grael está sendo repassado a aqui para nossa equipe que é composta de voluntários que doam algumas horas durantes ao fim de semana para ajudar a formar a juventude de nossa comunidade .

Com esse treinamento pude conhecer de perto a trajetória desse projeto que começou nas Praias de Niterói-RJ e que hoje tem reconhecimento internacional e é referência para outras instituições que trabalham com a Vela Social e com a mentalidade marítima.

Nós começamos nosso trabalho de baixo de uma árvore com 6 jovens e dois voluntários e com muito trabalho e dedicação fomos conseguindo construir nossa Associação e criar esse projeto que nada mais é que o resgate do Escotismo do Mar Tradicional que ano que vem completa 100 anos.

Bom, com esse treinamento nós fechamos as seguintes parcerias com Projeto Grael, iremos instalar no Centro Integrado de Mentalidade Marítima o Curso de refrigeração náutica e eletrônica, o Mestre Fred e eu tivemos uma longa conversa e agora em novembro ele virá a Brasília para nos ajudar no processo de instalação do Curso que irar dar seu inicio no ano que vem.

O Mestre Fred e a Fernanda estarão em Brasília em novembro pra ministrar um curso de Monitores de Vela e Gerenciamento de Regatas para os nossos voluntários e convidados , com a intenção de elevar o grau de capacitação de nossos voluntários e melhor o atendimento ao nosso principal cliente que são os nossos Jovens. Já estou executando um caderno de encargos para enviar a Crista para realização desse evento no CAALEX.

Além disso, estamos estabelecendo uma parceria com o projeto de Vela do Projeto Grael de intercâmbio entre os nossos jovens e os jovens de Niterói e participação conjunta de alguns de nossos eventos.

(...)

Dentro de algumas semanas iremos inaugurar oficialmente o CIMM, apenas estamos tomando algumas providências com relação a restauração do Prédio da Náutica no se que diz respeito a instalação elétrica e hidráulica, sanado esses problemas iremos realizar a festa de inauguração. Contamos com sua presença da Christa, do Axel e de sua equipe.

Lars muito obrigado mais uma vez pelo seu apoio e confiança estamos sempre alerta para fazer o melhor para as nossas Crianças e adolescentes.

Bons Ventos. Sempre Alerta!

Ulysses Neto

sábado, 3 de outubro de 2009

Torben concorre a Velejador do Ano 2009


Torben pode ser o Velejador do ano

A ISAF, a Federação Internacional da Vela, anunciou nessa semana a lista de indicados para o prêmio de Velejador do Ano. O brasileiro Torben Grael faz parte da lista, mais uma vez, por sua participação vitoriosa na Volvo Ocean Race. Além de Torben, são indicados outros quatro velejadores, todos fortíssimos concorrentes. Os demais indicados são:

- Michel Desjoyeaux, francês, campeão da última Vendée Globe (regata de volta ao mundo solitário e sem paradas) e

- Pascal Bidégorry, também francês, que a bordo do Banque Populaire V, o maior trimarã já lançado (131 pés), bateu o fantástico récorde da travessia do Atlântico nesse ano, diminuindo o tempo anterior em 12 horas!

- Paul Goodison, inglês, que depois de conquistar a medalha de ouro em Beijin, na Classe Laser, está ganhando todas as competições da classe em 2009.

- Nathan Outteridge, australiano, da medalhista e campeão mundial da Classe 49er. Também tem ótimos resultados na Classe Oceano.


Feminino

No feminino, está entre as indicadas a velejadora inglesa Sam Davies, que ganhou notoriedade ao participar também de uma regata Volta ao Mundo, a Vendée Globe, competição em que os participantes disputam em solitário e circundam o mundo sem parar. Davies terminou em quarto lugar! Outra indicada na categoria feminino é Hilary Lister, também velejadora solitária inglesa, que mesmo sendo tetraplégica, completou (com um barco de segurança a vigiando de perto) a volta das ilhas britânicas comandando seu veleiro através de equipamentos especiais (canudos) acionados por sopros. Completam a lista de indicações femininas: Blanca Manchón, espanhola, velejadora de windsurf (RS:X) e a americana Anna Tunnicliffe, medalha de ouro na classe laser em Beijing e atual velejadora de Match Race.


A eleição do Velejador do Ano de 2009 será no dia 10 de novembro, na Conferência Anual da ISAF, em Busan, na Coréia.

Lars Grael: "Por um Brasil Olímpico"


Publico, a seguir, artigo de autoria de Lars Grael, distribuído por sua Assessoria de Comunicação.


Por um Brasil Olímpico

Estamos todos eufóricos com a conquista histórica do Rio 2016! Quem percebeu que no anúncio final já não existia a presença da SMR Juan Carlos, já havia notado que aquela era a senha de que o Rio tinha sido a cidade escolhida. Vitória do COB, dos três níveis de governos - e da política de seus governantes -, dos atletas e de todos que apostaram na vitória brasileira. Um placar de 66 a 32 foi uma vitória contundente! Triunfo do Brasil que emerge do Terceiro Mundo para um patamar de respeitabilidade de uma nação que merece e exige reconhecimento. A estabilidade democrática, a estabilidade da moeda, o crescimento de nossas empresas privadas para o status de empresas transnacionais, nossas conquistas esportivas, nossa auto-suficiência energética, a captação da Copa do Mundo, dentre outros fatores, deram ao Brasil esta imagem de credibilidade comprovada pelos membros do Comitê Olímpico Internacional.

Nosso próximo alvo será a conquista de uma cadeira no Conselho de Segurança da ONU. Isto, se não tropeçarmos na relação incestuosa com líderes populistas de caricatas repúblicas da banana. Com os jogos de 2016, virá um novo ciclo de investimentos e prosperidade econômica para o Rio de Janeiro e muito mais foco ao esporte brasileiro. Chamo atenção porém, que mais importante que sediar uma Olimpíada pura e simplesmente - como Atlanta e Atenas -, ou modernizar e valorizar uma metrópole – caso de Barcelona, Sidney e Pequim -, o imperativo é criarmos um Brasil verdadeiramente olímpico.

O Brasil Olímpico seria o reencontro da Educação com o Esporte. Seria propagar os conceitos olímpicos como meio de valorização da juventude. Seria promover o esporte como meio de inclusão social, de prevenção a vi olência, de propagação de uma cultura da paz, de promoção de bem estar e qualidade de vida. Para toda a população. Teríamos que ter em mente, que tão importante quanto sediar os Jogos Mundiais Militares, a Copa do Mundo de Futebol e os Jogos Olímpicos, seria organizar o maior e mais abrangente Jogos Estudantis Brasileiros, por exemplo.

"O Brasil Olímpico seria o reencontro da Educação com o Esporte".

Por que não? Nós podemos! Políticas de Educação e Saúde não irão prosperar sem estar harmonizadas com a política do esporte e da valorização do Profissional de Educação Física. Não devemos construir instalações desportivas sem antes respeitarmos o dinheiro público e recuperarmos os equipamentos esportivos abandonados e sucateados em todo território nacional. Não devemos tomar decisões, sem ouvir os atletas. O Atleta tem credibilidade e prestígio para defender muitas causas. E o Rio 2016 foi a mais importante delas. Por outro lado, o atleta formador de opinião e consagrado, tem que ter direito ao voto e a parcela relevante da definição de uma política esportiva. Tem que ser um protagonista e não mero coadjuvante. Capacitar os gestores esportivos e profissionalizar a gestão esportiva pública e privada, será outra necessidade. Toda a nossa respeitabilidade advirá da transparência destes atos e da democratização das entidades de administração do desporto.

"Teríamos que ter em mente, que tão importante quanto sediar os Jogos Mundiais Militares, a Copa do Mundo de Futebol e os Jogos Olímpicos, seria organizar o maior e mais abrangente Jogos Estudantis Brasileiros, por exemplo".


O Brasil flertou com as candidaturas olímpicas de Brasília 2000 e Rio 2004. Na candidatura de Rio 2008, jogou para adquirir experiência e poder ganhar no futuro. Em 2000, estive eu, o Ministro Carlos Melles e Carlos Arthur Nuzman, presidente do COB, em uma audiência na sede do COI, em Lausanne, na Suiça, com seu então presidente, o espanhol madrilenho Juan Antonio Samaranch. Perguntamos a ele com franqueza, qual seria a chance do Brasil sediar uma Olimpíada? Ele disse, "...provem primeiro à comunidade esportiva internacional, que vocês podem organizar com magnitude um evento continental..." Surgiu então, em 2001, o projeto Panamericano de 2007. Antes conquistamos os Jogos sulamericanos da ODESUR de 2002. E isso foi vital para conquistarmos os votos dos nossos vizinhos. Depois superamos a cidade de San Antonio, nos EUA, e conquistamos o Pan Rio 2007. A receita estava certa e Nuzman e seus aliados trabalharam diuturnamente para esta conquista. Mérito ainda do Ministro Orlando Silva, do Governador Sérgio Cabral, do Prefeito Eduardo Paes, dos atletas lá presentes - dentre eles meu irmão Torben -, e da forte credibilidade internacional do Presidente Lula.

Passada a euforia, começemos a pensar no Brasil Olímpico, de TODOS!

Lars Grael

Medalhas de bronze nos Jogos Olímpicos de Seul e Atlanta.
Ex-Secretário Nacional de Esporte (2001/2002)
Ex-Secretário da Juventude, Esporte e Lazer do Estado de SP (2003/2006)

sexta-feira, 2 de outubro de 2009

Comemorando o Rio Olímpico

Escrevo aqui no calor do resultado, como um amante do esporte, como um emocionado torcedor do Rio de Janeiro e, portanto, peço desculpas pela perspectiva pessoal da minha comemoração aqui na Coluna. Enfim, chegou a notícia tão esperada: o Rio será a sede olímpica dos Jogos de 2016! E podemos nos orgulhar que conseguimos isso ralando muito. Foram três candidaturas, muitos erros e muitos aprendizados para, enfim, conquistar a direito de sediar os Jogos Olímpicos, o maior evento da Terra. Eu tive a sorte de participar, de diferentes formas, da preparação das três candidaturas e sou testemunha do amadurecimento do projeto Rio de Janeiro. O que apresentamos agora em Copenhague tinha realmente qualidade e merecia vencer. E, enquanto esperava angustiado pelo resultado, muita coisa passou na passou na minha cabeça: a decisão foi na Dinamarca, terra de origem do meu avô, Preben Schmidt, um pioneiro do esporte da vela no Brasil. E, como um representante do seu legado, lá estava meu irmão, Torben Grael, recordista mundial de medalhas olímpicas na vela, fazendo parte da delegação brasileira. O número que os votantes teriam que digitar para votar no Rio de Janeiro era 7, número de medalhas olímpicas conquistadas pelos meus irmãos: cinco do Torben e duas do Lars. A porta-voz dos atletas brasileiros era a bela e talentosa velejadora niteroiense e medalhista olímpica em Pequim, Isabel Swan, do Rio Yacht Club. Muitas outras evidências pareciam prenunciar a sorte do Rio de Janeiro.
Como o meu irmão Lars Grael me disse antes que o Jacques Rogge, presidente do Comitê Olímpico Internacional (e ex-velejador olímpico da classe Finn), lesse o resultado final da eleição, já se podia antecipar que a vitória seria carioca, pois Sua Majestade o rei Juan Carlos da Espanha, já não estava no local destinado à delegação madrilenha. E veio o resultado: o Rio teve uma vitória contundente: 66 a 32 votos. Enfim, ganhamos por que era a nossa vez, era a vez de uma olimpíada sul-americana. Mas como disse em entrevista o economista Sérgio Besserman, ganhamos os Jogos também por que temos história esportiva, um mercado promissor e um projeto convincente. Bem, garantir para o Rio os Jogos de 2016 é apenas o começo e, como disse em Copenhague o presidente Lula, o trabalho começa hoje, imediatamente. Mãos a obra Rio, mãos a obra Brasil.
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Da Coluna Rumo Náutico, de Axel Grael. Jornal O Fluminense, 03/10/10.

O legado mais importante

Uma das mais insistentes perguntas dos técnicos e dirigentes do COI era sobre o legado. O que o Rio herdará dos investimentos da Rio 2016? Não há dúvidas que teremos muitos investimentos que disponibilizarão novos equipamentos, infraestrutura, serviços, imagem, etc. Mas, creio que o legado mais importante a ser celebrado pelo Rio de Janeiro será expurgar o baixo astral, o derrotismo que já foi tão deletério para o Rio de Janeiro.
É a minha opinião que mesmo se tivéssemos perdido a indicação olímpica, já teríamos como legado a construção de um projeto de cidade, de futuro e uma motivação para o consenso, algo tão raro na história do nosso estado. A Rio 2016 será a oportunidade de motivar a construção de um novo Rio de Janeiro. Problemas? Claro que temos, mas temos tudo para superá-los. A cidade nunca teve uma conjuntura tão favorável.
Escrevendo sobre o assunto em seu Blog, Lars Grael afirma que mais importante que sediar uma Olimpíada pura e simplesmente (como Atlanta e Atenas) e modernizar e valorizar uma metrópole (Barcelona, Sidney e Pequim), é criar um Brasil Olímpico. O Brasil Olímpico seria o reencontro da Educação com o Esporte. Seria propagar os valores olímpicos como meio de valorização da juventude. Seria promover o esporte como meio de inclusão social, de prevenção a violência, de propagação de uma cultura da PAZ, de promoção de bem estar e qualidade de vida. Teríamos que ter em mente, que tão importante quanto sediar os Jogos Mundiais Militares, Copa do Mundo de Futebol e Jogos Olímpicos, seria organizar o maior e mais abrangente Jogos Estudantis Brasileiros. Investir na base social do esporte. Como dizem Obama e Lula: Nós podemos, não?
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Da Coluna Rumo Náutico, de Axel Grael. Jornal O Fluminense, 03/10/09.