domingo, 29 de novembro de 2009

Resultado final do Sulamericano de Star

Lars Grael e Ronnie Seifert, foto de Fred Hoffmann.


Não houve regata hoje, por falta de vento. Portanto, as colocações de ontem, sábado, ficam inalteradas. Com isso, a dupla suiça, Flavio Marazzi e Enrico de Maria são os novos campeões Sulamericanos. O resultado ficou:


  1. Flavio Marazzi e Enrico de Maria, Suiça. CAMPEÕES.

  2. Alan Adler e Guilherme Almeida, Brasil

  3. Torben Grael e Marcelo Ferreira, Brasil

  4. Fredrick Loof e John Tillander, Suécia

  5. Lars Grael e Ronald Seifert, Brasil

Outros resultados:

7. Ross MacDonald e Andre Leckszycki, Canadá (André é velejador do Rio Yacht Club)

9. Robert Scheidt e Bruno Prada, Brasil

Conama regulamenta remediação de Áreas Contaminadas

Foto do antigo CENTRES, Queimados, Rio de Janeiro. Um dos grandes passivos ambientais do Rio de Janeiro. Foto do site "comcausa".



Conama aprova medidas para gestão de áreas contaminadas
Divulgação

A norma estabelece como medir níveis de contaminação, responsabilizando as empresas poluidoras. Ibama terá banco de dados com informações de solos poluídos em todo o País
26/11/2009


Após quatro de análise no MMA e três de tramitação no Conama, foi aprovada nesta quinta-feira (26/11), resolução que estabelece critérios e valores orientadores de qualidade do solo, quanto à presença de substâncias químicas, incluindo diretrizes para o gerenciamento ambiental de áreas contaminadas, em decorrência de atividades antrópicas.

A proteção do solo, de acordo com Zilda Veloso, da Secretaria de Mudanças Climáticas e Qualidade Ambiental do MMA, deve ser realizada de maneira preventiva, a fim de garantir a manutenção da sua funcionalidade ou, de maneira corretiva, visando restaurar a sua qualidade ou recuperá-la de forma compatível com os usos previstos. Em levantamento realizado no Estado de São Paulo e concluído em novembro de 2008, foram registradas 2.514 áreas contaminadas.

Segundo o texto aprovado, o gerenciamento das áreas contaminadas deverá conter procedimentos e ações voltadas para eliminar o perigo ou reduzir o risco á saúde humana; eliminar ou minimizar os riscos ao meio ambiente; evitar danos aos demais bens a proteger e ao bem estar público durante a execução de ações para reabilitação, além de possibilitar o uso declarado ou futuro da área, observando o planejamento de uso e ocupação do solo.
Os órgãos estaduais de meio ambiente terão a tarefa de levantar os tipos de solo em seus territórios e definir os Valores de Referência de Qualidade  VRQ, que são primordiais para a definição de áreas contaminadas e de ações de controle e fiscalização a serem implementadas.

A resolução classifica os solos em quatro classes para que sejam aplicados procedimentos de prevenção e controle de sua qualidade. Além de substâncias químicas, como metais pesados - chumbo, níquel e mercúrio - a norma abrange também outras substâncias consideradas cancerígenas, presentes em diversos produtos, tais como, HPA, PCB, BTEX, organoclorados.

Os órgãos ambientais deverão criar procedimentos de investigação de áreas suspeitas de contaminação, que serão submetidas a uma avaliação preliminar para aferir a qualidade do solo. Caso seja constatado o risco para a saúde, as áreas serão declaradas contaminadas e exigidas providências para a sua remediação. Estas informações deverão fazer parte do Banco de Dados Nacional sobre Áreas Contaminadas.

Outra determinação da resolução prevê que empreendimentos que desenvolvam atividades com potencial de contaminação dos solos e das águas subterrâneas, implantem programas de monitoramento nas que estiverem em processo de descontaminação. A resolução traz, em seu anexo, tabelas de prevenção e investigação que deverão ser observados pelos estados na classificação da qualidade do solo e determinação das áreas de risco.

A aprovação da Resolução conclui um ciclo estruturante no Conama, que já possui Resoluções que tratam da qualidade do ar e da água desde a década de 80, mas ainda não dispunha de parâmetros e valores indicadores para a qualidade do solo, conforme enfatizado pela Secretária-Executiva, Izabella Teixeira, na abertura dos debates.

Esta decisão do Conselho tem abrangência nacional e uniformiza os procedimentos a serem adotados pelos órgãos ambientais competentes, em todos os estados e municípios, para determinação da qualidade do solo, níveis de contaminação e medidas de gestão das áreas contaminadas adequadas ao país. Trata-se de um marco importante para a identificação de áreas contaminadas, em defesa do ambiente e da saúde da população.

A Secretária Izabella, que presidiu os dois dias de reuniões do Conama, elogiou o empenho dos conselheiros na aprovação da proposta, que segundo ela, era um dos maiores passivos a cargo do Conselho.


Notícia do site do Ministério do Meio Ambiente, 26 de novembro de 2009.

sábado, 28 de novembro de 2009

Os melhores da Classe Star estão no Rio de Janeiro

Torben Grael e Marcelo Ferreira

Lars Grael e Ronnie Seiffert

Barcos aproximam-se da boia de contravento.



É intensa a movimentação da classe Star, a mais prestigiada da vela mundial. À medida que se aproxima o Campeonato Mundial, que será realizado no Rio de Janeiro, em janeiro, a Baía de Guanabara recebe, a cada dia, novos velejadores da elite internacional do esporte. Com isso, as regatas locais crescem em importância e em competitividade. E, nesse contexto, Lars Grael e Rony Seifert continuaram a surpreender os maiores velejadores do mundo. Depois do bronze no Mundial da Suécia, em agosto, quando foram os brasileiros melhor colocados, a dupla venceu, no fim de semana do dia 22, a Taça Royal Thames. Este ano, a competição contou com a presença de cinco campeões mundiais, dentre eles Torben Grael e Robert Scheidt. Com mais esse resultado, Lars e Ronnie se credenciam a postulantes do título mundial em janeiro. Na quinta-feira, começou o Campeonato Sul-Americano da classe, que termina amanhã. As regatas estão sendo disputadas na raia da Ilha Rasa, do lado de fora da Baía de Guanabara. Até ontem, a liderança era dos niteroienses Torben Grael e Marcelo Ferreira.

Da Coluna Rumo Náutico, de Axel Grael. Jornal O Fluminense, Niterói, 28 de nevembro de 2009.

Clima melhora em Copenhague


A semana foi de grande apreensão no cenário diplomático e entre os ambientalistas de todo o mundo. A COP 15, a Conferência do Clima que se realizará em Copenhague na próxima semana, estava ameaçada de fracasso devido às declarações da China e dos EUA que se recusavam a assumir compromissos de controle da poluição.
A apenas 10 dias do início da Conferência, uma surpresa: os dirigentes dos dois países voltaram atrás e anunciaram metas voluntárias. Barack Obama anunciou que os EUA reduzirão, até 2020, as suas emissões de gases do efeito estufa (carbono) a níveis 17% menores do que aqueles do ano de 2005. A China apresentou um plano mais complicado: anunciou que, de uma forma proporcional ao crescimento do seu PIB, em 2020 emitirá de 40 a 45% a menos do que em 2005.
Essas contas são realmente difíceis de entender, mas significam que pela primeira vez na história, os dois maiores poluidores, e que nas últimas décadas vinham boicotando os acordos climáticos, mudam de posição e assumem um compromissos perante a comunidade internacional. O problema é que os números apresentados ainda são muito tímidos perante o que havia sido estabelecido anteriormente no fracassado Protocolo de Quioto e, segundo cientistas, as metas ainda são insuficientes para salvar o planeta.
Mas, o avanço é inegável e deve conduzir a uma agenda positiva para a próxima década. Pelo menos, parece que finalmente os políticos estão entrando no clima. No Brasil, o presidente da República virou militante da causa. Até mesmo o governador do Mato Grosso, Blairo Maggi, que já foi chamado do “rei do desmatamento”, anunciou metas de redução de emissões. Outros estados e prefeituras estão fazendo o mesmo. Que assim continue e que estejamos vigilantes para que as promessas de agora se transformem rapidamente em ações. O futuro das próximas gerações depende disso.


Da Coluna Rumo Náutico, por Axel Grael. Jornal O Fluminense, Niterói, 28 de novembro de 2009

Niterói, capital da vela

Tivemos nesta semana um esperado e muito proveitoso encontro com o prefeito Jorge Roberto Silveira. Na oportunidade, apresentamos várias iniciativas do Projeto Grael, sobretudo a construção da parceria entre as cidades de Niterói e de Annapolis, em Maryland, EUA. Há dois anos, uma delegação de autoridades daquela cidade esteve em Niterói, a convite do Projeto Grael e do Comitê Rio de Janeiro/Maryland, da organização Companheiros das Américas, quando foi assinado um protocolo de cidades-irmãs. Annapolis é considerada a capital da vela nos EUA e, hoje, tem na atividade náutica um importante componente da sua economia. Através da parceria, Annapolis oferece assistência para que Niterói consiga o mesmo: fazer com que os esportes náuticos a consagram um indutor do seu desenvolvimento. Após a assinatura do acordo em 2007, as autoridades de Annapolis fizeram a sua parte. Do lado de cá, infelizmente, nada. Agora, o prefeito Jorge Roberto Silveira determinou que os entendimentos sejam retomados para que se recupere a credibilidade e o tempo perdido na parceria.
Da Coluna Rumo Náutico, por Axel Grael. Jornal O Fluminense, Niterói. 28/11/09.

Tiririca perde


Ambientalistas de Niterói e Maricá estão lamentando a saída do administrador do Parque Estadual da Serra da Tiririca, o engenheiro florestal Adriano Lopes de Melo. Ele deixa o cargo para ocupar função semelhante no Núcleo Picinguaba, do Parque Estadual da Serra do Mar, em Ubatuba - SP, próximo à divisa com o estado do Rio de Janeiro. Adriano deixará um bom legado. Em sua gestão,demonstrou qualidade técnica e gerencial, tendo obtido recursos para aprimorar a infraestrutura e organizado bem a administração do Parque. Mas a sua maior virtude foi a capacidade de articulação com diversos atores sociais e grupos de interesse na comunidade. Foi assim que ele conseguiu algo raro na história do Parque Estadual da Serra da Tiririca: superar a paralisia causada pelo recorrente estado de disputas pessoais, intrigas e conflitos políticos e implementar uma agenda positiva. O meio ambiente de Niterói e do Estado do Rio de Janeiro perdem um importante protagonista. A saída de Adriano mostra que, apesar de avanços recentes importantes, se o INEA (órgão gestor do Parque da Tiririca) não conseguir melhores condições de trabalho e remuneração de seus quadros, continuará perdendo talentos para outros estados.
Coluna Rumo Náutico, por Axel Grael. Jornal O Fluminense, Niterói, 28 de novembro de 2009.

segunda-feira, 23 de novembro de 2009

Lars Grael e Ronnie Seifert vencem a Royal Thames

Publicamos, a seguir, texto de Murillo Novaes a respeito da incrível vitória de Lars e Ronnie.

Dupla brasileira confirma boa fase, deixa seis campeões mundiais e sete medalhistas olímpicos para trás e vence tradicional torneio que aconteceu na mesma raia onde será o Sul-Americano 2009 e Mundial 2010. Na classe Star, a mais difícil e prestigiada da vela olímpica internacional, Lars Grael e Rony Seifert continuaram a surpreender os maiores velejadores do mundo. Depois do bronze no Mundial da Suécia, em agosto, quando foram os brasileiros melhor colocados, a dupla venceu a Taça Royal Thames que serviu de treino de luxo para 50 duplas de todo o mundo que pretendem disputar o Campeonato Sul-Americano de Star a partir desta semana e Mundial de 2010, em janeiro, na mesma raia. Com uma vitória na única regata disputada neste domingo dentro da baía de Guanabara, Lars e Rony somaram 10 pontos perdidos (com um descarte) e deixaram os líderes do ranking mundial da classe Star, os suíços, Flavio Marazzi e Enrico de Maria, em segundo com 26 pontos.
O campeão mundial Fredrik Loof e seu novo proeiro Johan Tillander, da Suécia, ficaram em terceiro com 28 pontos. Os brasileiros melhor colocados depois de Lars e Rony foram os surpreendentes André Mirsky e Marcelo Jordão, que com desempenho consistente ficaram em 5º lugar geral. Robert Scheidt e Bruno Prada, medalhistas de prata em Pequim 2008, terminaram em 14º enquanto, Torben Grael e Marcelo Ferreira, bi-campeões olímpicos (ouro em Atlanta 1996 e Atenas 2004) que faziam neste torneio seu retorno à classe Star, ficaram em 15º. “A regata foi muito difícil e no final do primeiro contravento estávamos muito mal. No primeiro popa, fomos para o lado do Rio e conseguimos ultrapassar dezenas de barcos. O torneio mostrou o alto nível da classe Star e o quanto vai ser disputado o Sul-Americano que começa nesta quinta e o objetivo final de todos nós, o Mundial do Rio em 2010. Gostaria de agradecer meu proeiro Rony Seifert pela competência e dedicação”, declarou Lars Grael. (Murillo Novaes)

Os resultados finais da Royal Thames foram:

1- Lars Grael / Ronald Seifert (BRA) - 10 (5+2+2+1)
2- Flavio Marazzi / Enrico de Maria (SUI) – 26 (6+1+1+18)
3- Fredrik Loof / Johan Tillander (SUE) – 28 (7+3+10+8)
4- Johannes Bobendererde / Tino Jacobs (ALE) – 30 (1+9+7+13)
5- André Mirsky / Marcelo Jordão (BRA) – 31 (11+6+4+10)
14- Robert Scheidt / Bruno Prada (BRA) – 53 (14+8+9+22)
15- Torben Grael / Marcelo Ferreira (BRA) – 55 (22+10+3+20)

domingo, 22 de novembro de 2009

Velejadores do Projeto Grael são tricampeões brasileiros




É TRICAMPEÃO!!!!!!!!!!!!!!!

Reproduzimos abaixo a mensagem enviada por Fred Hoffmann, comemorando a vitória do seu barco Set Point, que sempre cede para que jovens velejadores oriundos do Projeto Grael tenham oportunidade de participar de regatas. E a nossa garotada mostra que a iniciativa de Fred vale muito a pena. Velejando com Acino Moreira, do Clube Naval-Charitas, no comando, ou com uma tripulação só de velejadores do Projeto Grael, o Set Point têm mantido uma hegemonia na classe no Brasil.


Parabens a todos da tripulação (Alcino, Samuel, Jônatas e Ramon)

Obrigado aos patrocinadores do Set Point (Barlavento e Mencaps) e

Obrigado Fred Hoffmann.

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A mensagem de Fred Hoffmann, por e-mail:

"O veleiro Set Point, sagrou-se Campeão Brasileiro da Classe Ranger 22 de 2009, por antecipação, nesse sábado, após ganhar sete regatas do Brasileiro (total de 08), realizado no Clube Naval Charitas em Niterói. O veleiro Comandado por Alcino Moreira, teve como tripulantes os alunos do Projeto Grael: Jonatas, Samuel e Ramon.
O Set Point tem sido sempre tripulado por alunos do Projeto Grael, conquista o seu Tricampeonato Brasileiro, com as seguintes vitórias: em 2006 CNC-Niterói, em 2008 ICJG-Ilha do Governador-RJ e em 2009 CNC- Niterói ( vice-campeão em 2008 ICB-Brasília-DF).
Os alunos do Projeto Grael, que velejam no Set Point, sobre o comando do Alcino, tem a oportunidade de aprender na prática técnicas e táticas de regata de performance o que os capacita a tripular com desenvoltura, veleiros de maior porte em competições.
O Veleiro Set Point tem o apoio da Barlavento Boats e Mencap's Peças Náuticas".

Brasil: de avestruz a protagonista do clima

Emissão de Monóxido de Carbono proveniente das queimadas. Uma situação inaceitável que o governo agora promete controlar até 2020. Fonte: Earth Observatory, NASA.


Conferência de Copenhague

Faltam 15 dias para a Conferência de Copenhague, convocada pela ONU para discutir os problemas climáticos do nosso planeta. O Brasil anunciou que apresentará na Conferência compromissos voluntários para a redução de 36,1% a 38,9% nas suas emissões de gases do efeito estufa, até 2020. A notícia é um avanço enorme tendo em vista a atitude histórica do Brasil diante das discussões sobre mudanças climáticas.


Culpas ou desculpas?

A diplomacia brasileira sempre se esforçou na defesa da tese que a responsabilidade pela ação deve ser dos países industrializados, pois estes poluem desde o início da Revolução Industrial e, portanto, teriam maior culpa pelo problema. Juntamente com países como a China, Índia, México e Indonésia, que defendiam o mesmo argumento, o Brasil conseguiu esquivar-se dos compromissos de redução de emissão de poluentes. O problema é que esse grupo de países está dentre os que mais poluem atualmente. Segundo o World Resources Institute, em 2000, os EUA eram os maiores emissores de gases do efeito estufa, seguidos da China, que acaba de passá-los, passando a ser a campeã da poluição da atualidade. A seguir, a lista suja indicava a Indonésia em terceiro lugar e o Brasil, em quarto, com 1,71 bilhão de toneladas de CO2/ano.

A principal fonte de emissão de CO2 do Brasil e da Indonésia são as inaceitáveis queimadas de florestas tropicais. Mesmo assim, a política do Itamarati diante do tema sempre foi a “atitude do avestruz”, que, segundo a expressão popular, enfia a cabeça no buraco diante do problema: o mundo caminha para o caos climático, mas para o “Brasil das queimadas”, a culpa era sempre dos outros!


Nova postura é uma motivação

Por isso, independente das críticas quanto à precisão dos números apresentados pelo governo e da suspeita de uma possível motivação eleitoral – o chamado efeito Marina Silva - a mudança de atitude é louvável. O ministro Minc venceu as resistência de quase todos os outros ministérios e emplacou a nova política. Lula, agora mais verde, foi para a França e, ao lado de Sarkosy, apresentou a agenda climática brasileira e passou, então a cobrar uma atitude igualmente responsável aos demais líderes mundiais. E isso é animador. Sejamos protagonistas! Façamos a nossa parte e teremos legitimidade para cobrar dos outros. A decepção da semana foi o anúncio por Barack Obama que os EUA, em Copenhague, ainda estará apegado à doutrina Bush e continuará impedindo a adoção de um plano de ação mundial. “Discussão de metas, só no próximo ano”, avisou.


Da Coluna Rumo Náutico, de Axel Grael. Jornal O Fluminense, 21 de novembro de 2009.

Relatório sobre as condições do litoral brasileiro.


ATENÇÃO!!!! Não deixe de ler o relatório que o Greenpeace lançou sobre as condições do Litoral Brasileiro:

"À Deriva: um panorama dos mares brasileiros".

Um belo diagnóstico e uma importante chamada à ação.

Veja em: http://www.greenpeace.org/brasil/documentos/oceanos/a-deriva-um-panorama-dos-mar-2
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Alunos do Projeto Grael aprendem sobre os Oceanos.
Na terça feira, dia 24, os alunos do Projeto Grael terão uma aula ministrada por professores da UFRJ sobre a “Dimensão e Formas dos Oceanos”. É parte do curso de Meteorologia e Oceanografia oferecido pelo Projeto Grael, em parceria com o Departamento de Meteorologia da UFRJ.

sábado, 21 de novembro de 2009

Classe Laser debate o futuro

Campeonato Sulamericano Master de Laser


A lista de discussão na internet da ABDL – Associação Brasileira da Classe Laser, um dos mais ativos fóruns de debate da vela nacional, nessa semana esteve agitada pela reflexão sobre os elevados custos de aquisição do barco e de seus equipamentos. A Classe Laser, como se sabe, desde a sua origem mantém um monopólio sobre todo material, sob a alegação que isso garantiria a padronização e a competitividade da classe.

O Laser, que foi projetado em 1970 para custar mil dólares, antes de ser uma classe olímpica (Atlanta 1996) já podia ser comprado por pouco menos de US$ 6 mil. Hoje custa mais ou menos o dobro disso. Ainda assim, está entre as classes de maior sucesso: cerca de 4 mil barcos são vendidos por ano em todo o mundo. Os velejadores brasileiros da Classe reclamam da alta carga tributária e do fim da produção nacional do barco, que aconteceu há muito tempo. Hoje os novos barcos são todos importados.

No debate sobre como reduzir custos, surgiram várias idéias, até mesmo a sugestão da produção de um barco similar nacional, que não fosse submetido ao pagamento de royalties aos detentores de direitos sobre a classe. Um Laser pirata? Alguns propuseram até mesmo o nome da nova classe. Bem, passados os devaneios, o debate ainda prossegue, mas agora com o foco na organização, no futuro da classe e nos pros e contras da retomada de uma produção nacional. O debate é valido, pois é preciso muita reflexão sobre a indústria náutica nacional. Com um litoral de mais de 8 mil quilômetros, e um clima que permite que se veleje o ano inteiro, temos um barco para 1.600 habitantes. A Suécia tem um barco para cada sete habitantes!

Da Coluna Rumo Náutico, de Axel Grael. Jornal O Fluminense, Niterói. 21/11/09.

quinta-feira, 19 de novembro de 2009

Cheonggyecheon: em SEUL, Coreia, um viaduto construído sobre um rio é demolido e dá lugar a um parque fluvial

Antes era assim. O viaduto dividia a cidade, passando por algumas das áreas mais importantes. A sua demolição foi muito criticada pois temia-se que fosse criar um caos nas ruas, uma vez que o viaduto era considerado indispensável ao pesado trânsito da cidade. Não foi o que se verificou. O viaduto desapareceu e o parque foi inaugurado na época da Copa do Mundo do Japão/Coreia. A cena do viaduto de Cheonggyecheon passando rente aos prédios se parece com o que vemos em muitas outras nas nossas cidades. No Rio de Janeiro, a Linha Vermelha e outros viadutos se parecem muito com a imagem a foto acima. Assim como em Seul, no Rio de Janeiro já se fala em se livrar dos viadutos para dar lugar a espaços mais humanos e belos na cidade. A Prefeitura anunciou o projeto de demolição do Viaduto da Perimetral, na Zona Portuária, como parte do esforço de revitalização da região. A experiência de Seul é um bom paradigma para que a gente possa sonhar com uma cidade mais voltada para o cidadão e menos para o automóvel.

Onde havia o viaduto, agora há uma área verde e um rio com águas limpas


Onde reinava o automóvel, hoje tornou-se uma área verde aprasível e atraente para o usufruto das pessoas







Solução para uma cidade mais verde: o "High Line" de Nova York.

ERA UMA VEZ UM TREM... Um viaduto ferroviário cruzava a cidade de Nova York. Anos atras, o serviço foi desativado e o viaduto tornou-se um inútil e feio obstáculo na paisagem urbana.

A cidade decidiu transformar o viaduto em um parque suspenso, o chamado "High Line", que acaba de ser inaugurado. Soluções de paisagismo fizeram do viaduto um aprasível equipamento urbano, sendo que trata-se de um dos poucos espaços verdes por várias comunidades onde passa.



Mais uma vista do High Line, uma solução que transforma um equipamento de concreto em área verde.


Flores no antigo viaduto. Cores cobrem o que antes era apenas cinza.

segunda-feira, 16 de novembro de 2009

ICCAT - dane-se a fauna oceânica

Manifestante do Greenpeace pede o fim da pesca predatória do atum. A matança está dizimando a população de peixes comerciais do Atlântico Sul e outros mares.


Transcrevemos, a seguir, o relato de José Truda Palazzo sobre o vexame que foi a reunião do órgão internacional que trata da pesca em Alto-Mar. Pelo o que se viu, continua o liberou geral, e a vida oceânica que se dane:

"Alguns dos não-resultados da reunião da ICCAT, Comissão Internacional para a Conservação (que piada) dos Atuns Atlânticos, que maneja toda a pesca de alto-mar no Oceano Atlântico e que para nossa grande vergonha se realiza no Brasil sob a Presidência de um brasileiro, ante a fanfarra do Ministério da (Sobre)Pesca. O contingente do MMA era evidentemente minoritário, o lobby da pesca mandou em tudo aqui.

A reunião teve três festas e pouquíssimo trabalho sério; enquanto os delegados curtiam as caipirinhas, o frevo e o forró, o tempo passava, e as discussões e decisões importantes foram ficando pro sábado e domingo finais.

Tubarão mako de aletas curtas: capturas comerciais seriam restritas à média de capturas de 2004-2008; países que não reportassem dados da pesca da espécie não poderiam continuar capturando. A China recusou-se a aceitar, e o Brasil propôs atrasar um ano a implementação, então a medida só valeria para daqui a um ano... Aí o Japão disse que era difícil de aplicar, blah blah... ridículo. Aí o japa presidente da sessão propôs excluir o bycatch... o que é o grosso das capturas. Aí EUA e União Européia não aceitaram. Foi para o Plenário a versão cagada mesmo assim, e aí... acabou sendo deixada de lado para o ano que vem.

Tartarugas: a proposta dos EUA de ampliar as medidas de proteção de tartarugas marinhas contra bycatch foi retirada por oposição da União Européia, que alega não ter ‘condições técnicas’ para implementar medidas (nesse caso em particular), o Brasil está anos-luz na frente deles graças inter alia ao trabalho do TAMAR). O presidente japonês da sessão debochou da EU dizendo que há anos eles fazem a mesma alegação e que era hora de começar a levar o assunto a sério. Assim mesmo, ficou para ser considerado de novo só no ano que vem.

Albatrozes: por pressão do Japão e outros, deixaram de ser aprovadas novas medidas de mitigação das capturas, como queria o Brasil (empurrado pelo Projeto Albatroz). Ou seja, continuarão morrendo aves marinhas aos milhares sem necessidade. Rever o assunto... só no ano que vem.

Proposta de ‘Fins Attached’, ou seja, obrigar ao desembarque de tubarões inteiros com suas barbatanas, impedindo o ‘finning’ ou corte das aletas em alto-mar (os pescadores botam fora os tubarões inteiros para gantar mais dinheiro trazendo só as barbatanas pra exportar pra Ásia): México pediu pra ter ‘período de implementação’ de 18 meses mas gostaria de adotar a proposta... China se opôs totalmente, Japão o mesmo, EU o mesmo fazendo um xalalá. Brasil falou a favor, mas... sugeriu mudar para ‘estudos a serem feitos’... ridículo... e a proposta mais importante da reunião, de impedir que se desembarcassem aletas sem os corpos dos tubarões, foi à breca.

E para o pobre do atum vermelho (bluefin tuna), ameaçado de extinção, a cota que deveria ser ZERO para que espécie se recuperasse dos abusos recentes ficou em “apenas” 13,500 TONELADAS... um verdadeiro escândalo infelizmente co-patrocinado pelo Brasil, através do Prof, Fábio Hazin endossou a proposta e ajudou na sua aprovação discursando a favor da continuidade das capturas da espécie nesse foro de inconsequentes e lobistas da indústria de mineração dos peixes oceânicos (não dá mais pra chamar de pesca – é mineração mesmo).

De útil mesmo só a aprovação da proibição de captura do tubarão-raposa Alopias superciliosus, uma das espécies de tubarão mais vulneráveis, ainda assim só depois de muito bate-boca inútil provocado pelo México e outros.

O resumo da ópera é que a ICCAT provou mais uma vez que não vale nada como organismo de gestão e conservação, nem das espécies-alvo da pesca nem do ecossistema oceânico como um todo. Se não houver uma reforma radical na forma de administrar a pesca industrial oceânica, aqui no Atlântico e no resto do mundo, está bastante claro que o que aconteceu com as baleias – serem levadas à margem da extinção e terem agora prazos de recuperação perto dos 300 anos para muitas espécies – acontecerá com os grandes peixes, tubarões, tartarugas, albatrozes. Ou seja, se formos otimistas, estamos condenando ao menos quatro ou cinco gerações futuras a viver num planeta de oceanos vazios e desequilibrados. Que a imensa maioria de brasileiros, inclusive os biólogos, oceanógrafos, mergulhadores, operadores de turismo, E pescadores, esteja pouco se lixando e sequer se mexa pra se informar E pra mudar esse estado de coisas ao menos aqui, é mais do que lamentável.

Mas a minoria chatérrima e inconformada na qual me incluo vai continuar incomodando, disso podem ter certeza. A próxima batalha é para incluir o atum vermelho na lista de espécies de comércio internacional proibido da Convenção CITES, em março de 2010, e tentar lá mesmo estabelecer restrições de comércio para diversas espécies de tubarões. E vamos em frente!"

JTruda Palazzo - brazilian_wildlife@terra.com.br


Valeu Truda!!!! A luta continua!!!!

sábado, 14 de novembro de 2009

Enchentes e lixo

Rua inundada na Baixada Fluminense. Foto do site do O Globo.


O drama recorrente das enchentes na Baixada Fluminense entristece pelas cenas das famílias desabrigadas e pela certeza que tudo isso podia ser evitado. O que vemos é fruto da nossa falta de planejamento, do descontrole urbano e da deficiência da política de habitação. Na verdade, as enchentes demonstram que essa região jamais deveria ter sido ocupada pela cidade. No início da colonização portuguesa, a Baixada era uma região pantanosa com uma floresta exuberante que se favorecia da grande oferta de água e de nutrientes. Ou seja, eram as enchentes, inimigas de hoje, que proporcionavam a riqueza dos ecossistemas.

Os primeiros colonos consideravam a região inóspita e, por séculos, evitavam cruzá-las por terra. Quando iam ao interior, usavam embarcações, como as chamadas faluas, para navegar do Rio de Janeiro ao Porto da Estrela (hoje, Magé), contornando assim essas terras. Esse tempo passou. A região foi drenada, desmatada e ocupada, tanto nas baixadas como nas encostas, para abrigar inicialmente as fazendas e depois dando lugar às moradias.

Mesmo com as dragagens periódicas dos rios, nas chuvas fortes os rios transbordam e as águas voltam aos seus domínios originais, se espalhando pela planície. Dragagens são medidas paliativas, com custos milionários. E cada nova enxurrada traz mais uma leva de detritos, obrigando a uma nova dragagem. Hoje, diante da tragédia, a população que se alojou ao longo dos rios e brejos e que serão vítimas novamente nas próximas chuvas, deveria ser definitivamente removida e alocada em lugares seguros.

Para os velejadores, as enchentes não se comparam ao drama dos moradores, mas também preocupam. Com as cheias e a destruição, uma enorme quantidade de lixo e detritos é carreada para o mar e prejudicam a navegação. É sempre importante alertar os velejadores e freqüentadores das praias, principalmente as crianças, que nessas ocasiões, aquelas “ilhas” de lixo e vegetação flutuante podem trazer cobras e outros animais. Certa vez, na Estrada Fróes (Niterói), encontramos um filhote de jacaré-de-papo-amarelo, espécie ameaçada de extinção, numa “ilha” de vegetação flutuante. Passado o susto, o pequeno náufrago foi encaminhado ao Rio Zoo.

Da Coluna Rumo Náutico, de Axel Grael. Jornal O Fluminense, 14/11/09

Ambientalistas arriscam a vida para defender as baleias

O Steve Irwin, barco do Sea Shepherd persegue e colide com navios baleeiros japoneses no Oceano Antártico.

Ativistas lançam "bombas" com produto grudento e fedorento para forçar os japoneses a parar de caças as baleias.

Defensores das baleias sofrem represálias

O gaúcho José Truda Palazzo Jr, um perseverante defensor das baleias, acaba de ser nomeado Presidente Honorário do Instituto Sea Shepherd Brasil. A organização que tem sede nos EUA é conhecida pelos métodos radicais que utilizam para combater os navios japoneses que insistem em caçar baleias no Oceano Antártico, prática banida em todo o mundo, exceto no Japão e poucos outros países. Com uma frota própria de navios, os ambientalistas do Sea Shepherd lançam-se ao mar a procura dos navios baleeiros japoneses e, ao encontrá-los, arriscam a própria vida colocando-se entre os arpões e as baleias ou até mesmo abalroando os barcos japoneses para evitar que as baleias mortas. Protegidos por um poderoso lobby, que compram os votos de pequenas nações insulares, os japoneses conseguem votos suficientes para barrar na ONU todas as tentativas de proibição definitiva da atividade baleeira. Uma mensagem enviada por Truda denuncia que a última ação dos japoneses foi pressionar a Holanda para que suspenda o registro do principal barco dos ambientalistas, batizado de Steve Irwin, que navega sob a bandeira daquele país. Acusam a Sea Shepherd de praticar a violência no mar contra os navios japoneses. A alegação é o cúmulo do cinismo, ma vez que vem justamente daqueles que matam cruelmente as baleias com arpões explosivos. E ainda dizem que o fazem por motivos científicos.

Veja abaixo alguns vídeos da luta dos ambientalistas contra os navios baleeiros japoneses no Oceano Antártico, para impedi-los de arpoar as baleias:

1- Ativistas invadem o navio baleeiro: http://www.youtube.com/watch?v=HXsqs5AbtgU&feature=fvsr

2- Ativistas atrapalham a caçada do navio japonês, são atacados com canhões de água, enquanto revidam lançando bombas de mal cheiro (espalham um líquido com um cheiro insuportável): http://www.youtube.com/watch?v=4KWFX4gc34k&feature=related

4- Barco do Sea Shepherd colide com baleeiro japonês. Filme feito pelos japoneses: http://www.youtube.com/watch?v=KDsZcLVXyn8&feature=related

6- Cenas fortes da caça à baleia. Um absurdo que isso ainda continue: http://www.youtube.com/watch?v=psHN4yWY9sU&feature=fvw

Para mais informações: http://www.seashepherd.org/


Da Coluna Rumo Náutico, de Axel Grael. Jornal O Fluminense, Niterói. 14/11/09

Médicos flutuantes

Tripulação do Floating Doctors

Mais uma iniciativa reunindo barcos e trabalho social


Temos mostrado aqui na Coluna vários exemplos de como unir a vela a iniciativas de responsabilidade social. Hoje, apresentamos uma bela iniciativa do jovem médico Benjamin La Brot, de 33 anos, residente na Califórnia. Tudo começou em 2005, quando ainda era estudante e se aventurava na África como mochileiro. Certa vez, encheu a mochila de remédios e foi para uma vila Masai, na Tanzânia. Lá encontrou muitos enfermos, gastou todos os medicamentos que levou sem ter como atender a todos, deixando a localidade quando muito ainda havia por fazer. La Brot transformou a frustração em motivação e criou uma ONG chamada Floating Doctors (Médicos Flutuantes). Comprou um veleiro de 75 pés, convidou 15 tripulantes, na maioria médicos e abasteceu com estoques de medicamentos, equipamentos médicos e equipou-se com modernas placas solares para gerar energia para o centro médico flutuante. A tripulação ficará um ano percorrendo o litoral da América Central, Ilhas do Pacífico e da Micronésia, oferecendo serviços médicos à população. Bons ventos para os Médicos Flutuantes.


Da Coluna Rumo Náutico, de Axel Grael. Jornal O Fluminense, 14 de novembro de 2009.

quarta-feira, 11 de novembro de 2009

Torben é o velejador do ano pela ISAF

Torben e Anna Tunncliffe, velejadores do ano no masculino e feminino

Torben comemora a vitória na VOLVO OCEAN RACE, a regata de Volta ao Mundo. Torben foi o comandante do barco Ericsson 4.

TORBEN É O VELEJADOR DO ANO 2009


Finalmente, na sua quinta indicação para o prêmio de Velejador do Ano, Torben Grael venceu a votação da ISAF - Federação Internacional de Vela e é finalmente reconhecido pela importância que tem para o esporte.


Na terça feira, em Busan, na Coreia, a ISAF anunciou o resultado da votação em que participam todas as 130 federações dos países filiados. Competindo contra Torben estavam nomes de peso que também honraram a sua indicação, como os franceses Pascal Bidègorry (recordista da travessia do Atlântico) e Michel Desjoyeaux (vencedor da Regata Vendée Globe, de volta ao Mundo Solitário e sem parar), além do britânico Paul Goodison (velejador da Classe Laser e primeiro do Ranking de velejadores da ISAF) e o jovem velejador australiano Nathan Outteridge, timoneiro da classe oceano com um impressionante resultado de vitórias no ano. No feminino, a vitória foi da americana Anna Tunnicliffe, medalha de ouro nos Jogos de pequim, na Clase Laser e timoneira de Match Race.


O título de Torben veio da sua vitoriosa participação na Volvo Ocean Race, do seu recorde de singradura (distância ppercorrida por um barco durante 24 horas) e das vitórias obtidas ao longo de toda a sua carreira. Torben é o recordista mundial de medalhas olímpicas (5 medalhas), feito só comparável ao do dinamarquês Paul Elvstrom, que tem uma medalha a menos, mas todas são de ouro.


Como irmão coruja posso dizer que a ISAF fez justiça. Já era constrangedor que Torben não vencesse após várias indicações, diante dos serviços prestados ao esporte da vela.

PARABENS TORBEN!!!

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

Pesca do atum pode extinguir albatroz


Você sabia que a pesca do atum que chega enlatado às prateleiras dos nossos supermercados está levando à extinção várias espécies de albatroz?
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Segundo organização britânica Royal Society for the Protection of Birds, cerca de 37 espécies de albatroz são consideradas ameaçadas, sendo que destas, 18 são consideradas em extinção. A organização alerta que a técnica de captura do atum com linhas de pesca (espinhel) no Atlântico Sul e no Mediterrâneo está vitimando as aves que mergulham atras das iscas e acabam presas.
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Outra organização, a Birdlife International, estima que cerca de 300 mil aves, dentre elas cerca de 100 mil albatrozes, são mortos acidentalmente a cada ano. A organização diz que a mortandade poderia ser evitada com medidas simples como, por exemplo, a utilização de pesos que façam com que os anzóis afundem mais rapidamente. Também elogiam a criatividade dos pescadores brasileiros que desenvolveram uma técnica de tingir as iscas de azul. As aves têm dificuldade de ver a cor azul e não se sentem atraídas pela isca. A tinta é facilmente diluída na água e se desprende da isca quando esta já está a uma profundidade segura para as aves, que não as alcançam mais.

Saiba mais no link:

sábado, 7 de novembro de 2009

Velejador do Ano: torcendo por Torben Grael


Na terça feira será anunciado em Busan, Coréia, o nome do Velejador e da Velejadora do Ano da ISAF, a federação internacional de vela. A escolha é feita através do voto dos representantes dos 130 países membros da ISAF e o anúncio será feito no Jantar de Gala que acontecerá durante a Conferência Anual da ISAF. Dentre os indicados para o título está o velejador niteroiense Torben Grael. Essa é a quinta vez que Torben é indicado para o prêmio que é considerado o Oscar da vela, mas ele nunca recebeu a honraria. Nem mesmo em 2004, quando conquistou a medalha de ouro nos Jogos de Atenas, a quinta medalha olímpica da sua carreira, que fez dele o maior medalhista da história da vela. Para muitos, a falta de reconhecimento é uma grande injustiça com a sua carreira vitoriosa. Estamos torcendo para que este ano a ISAF salde a dívida.


Da Coluna Rumo Náutico, de Axel Grael. Jornal O Fluminense, 07/11/09.

No Congresso Nacional: cupins e fichas sujas


O embate entre ambientalistas e a bancada ruralista no Congresso Nacional continua. Uma iniciativa dos ruralistas tenta modificar o Código Florestal Brasileiro, para flexibilizar as regras que impedem o desmatamento em encostas declivosas, na beira de rios, nas nascentes, etc. Pretendem ainda retirar a obrigação de manutenção das reservas legais. Além da autorização para desmatar, ainda apresentaram uma proposta de anistia de todos os proprietários rurais que foram multados nos últimos anos por desmatamento e por descumprir a obrigação legal de recuperar as áreas degradadas. Ou seja, querem o “liberou geral”. Justamente no momento que o mundo debate os problemas climáticos, os danos provocados pelas queimadas e que o ministro Carlos Minc se esforça em obter a aprovação de um plano de metas para o controle de emissões atmosféricas, que colocaria o Brasil na vanguarda do assunto, alguns congressistas querem promover a farra das motosserras.
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Os ambientalistas fizeram uma mobilização nacional e conseguiram que a discussão do projeto de lei fosse adiado. Vencemos essa batalha, mas ainda não vencemos a guerra. Os ruralistas são a maioria na comissão parlamentar e caso a mobilização e o acompanhamento da imprensa esmoreça, nossas florestas poderão virar pasto.
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Enquanto a luta pelas florestas se intensificava, as atenções da sociedade civil estavam também voltadas para o andamento do Projeto de Lei de Iniciativa Popular sobre a Vida Pregressa dos Candidatos no Congresso Nacional, projeto que chegou ao Congresso Nacional com a assinatura de apoio de 1 milhão e trezentos mil eleitores. No Congresso, a iniciativa popular teve o apoio de 33 deputados, o que permitiu que o mesmo fosse devidamente protocolado na casa, sob o número PLC 518/09. No entanto, passados trinta dias, o projeto ainda continua parado, sem que tenha sido nomeado um relator. Não será fácil, mas é chegada a hora de resgatar a imagem da política no país.

Coluna Rumo Náutico, de Axel Grael. Jornal O Fluminense, 07/11/09.

Meteorologia no Projeto Grael


Ontem, os alunos de Meteorologia do Projeto Grael receberam a Estação Meteorológica Itinerante do CEFET-Rio na nossa sede, em Jurujuba, Niterói. O curso de Meteorologia é uma das oportunidades oferecidas pelo Projeto Grael e integra o Programa Terra a Vista, que aproveita o interesse dos alunos pelos temas náuticos para motivá-los para outras oportunidades de aprender. Bons velejadores têm bom conhecimento de meteorologia. Normalmente, esse conhecimento é empírico, obtido na prática do contato com a natureza. No Projeto Grael, esse conhecimento é embasado nas informações científicas, repassadas mediante uma parceria com o LAMMA- Laboratório de Modelagem de Processos Marinhos e Atmosféricos, do Departamento de Meteorologia da UFRJ e agora também em cooperação com o CEFET. Em tempos de uma crescente preocupação com as mudanças climáticas, os conhecimentos de meteorologia são fundamentais também para a formação de cidadãos voltados para a sustentabilidade global. Outra parceria acadêmica importante do Projeto Grael é com o Departamento de Geociências da UFF, que colabora com os programas ambientais.


Coluna Rumo Náutico, de Axel Grael. Jornal O Fluminense, 07-11-09

Presença feminina na vela


Regata Elas

Neste domingo, a Baía de Guanabara estará tomada por tripulações femininas. O Clube Naval Charitas promove a oitava edição da Regata Elas, disputada por tripulações unicamente femininas. O sucesso dessa regata acompanha o crescimento da presença feminina no esporte da vela. Há pouco tempo, a presença de velejadoras era muito pequena. Hoje o cenário é diferente. O Brasil já conquistou até mesmo a sua primeira medalha na vela feminina, na classe 470, em Pequim, quando a niteroiense Isabel Swan e a gaúcha Fernanda Oliveira conquistaram a medalha de bronze. Agora, Isabel Swan é a proeira de Martine Grael, filha de Torben, e já iniciaram os preparativos visando os Jogos Olímpicos de Londres. Já na primeira competição, na semana passada, a dupla conquistou por antecipação, o título da Semana Internacional de Vela do Rio de Janeiro, velejando também contra tripulações masculinas. As velejadoras do Rio Yacht Club sonham em manter a tradição do clube niteroiense e trazer mais títulos para a cidade.

Coluna Rumo Náutico, de Axel Grael. Jornal O Fluminense, 07/11/09

Projeto Grael no Viradão Esportivo

Velejada em Família

Começa hoje o Viradão Esportivo, promovido pela CUFA – Central Única das Favelas em todo o país, com o objetivo de fomentar a prática esportiva e fortalecer o esporte como instrumento de integração, confraternização e de inclusão social. Serão 33 horas de esportes praticados em diversas comunidades, organizados por instituições locais, federações esportivas, clubes, etc. O Projeto Grael participará da programação com o evento Velejada em Família, quando os alunos convidarão seus familiares para uma experiência a bordo. Será uma gincana e, ao final, haverá uma grande confraternização. São esperados cerca de 90 participantes.

Da Coluna Rumo Náutico, de Axel Grael. Jornal O Fluminense, Niterói, 07/11/09.

quinta-feira, 5 de novembro de 2009

Entrevista de Lars Grael para o UOL Esporte


22/10/2009 - 07h00
"Os Jogos não podem ser só uma festa", avisa Lars, sobre o Rio-2016
Maurício Dehò

Em São Paulo

Hoje de volta à vela, Lars Grael teve um teve um período de atuação política como secretário de esportes em nível nacional e estadual, em São Paulo. Viveu, assim, o período em que a candidatura do Rio de Janeiro aos Jogos Olímpicos era apenas um embrião, no começo do século, antes mesmo do Pan de 2007. Após a festa com a vitória na eleição para sede de 2016, em Copenhague, na Dinamarca, é hora de se pensar para onde o Rio poderá levar o país. Esta é a preocupação do paulista, duas vezes medalhista de bronze nas Olimpíadas.

"Os Jogos não podem ser só uma festa, com um fim", avisa Lars, que disse ter compartilhado o fervor da vitória brasileira. "Nunca tivemos um momento tão propício para discutir o esporte. Para que ele seja integrado às políticas sociais do governo. O esporte tem de ser elemento de políticas públicas."Para Lars, o fundamental é trabalhar o esporte nos níveis de base, pensando não apenas em resultados, mas em saúde, educação e inclusão social.

Fora da política, o velejador está de volta ao mar e em alto nível, o que foi comprovado com o bronze no Mundial de Star da Suécia. O objetivo agora é melhorar o resultado no Mundial do Rio, em janeiro, para depois disto pensar se aos 45 anos encara mais um ciclo olímpico. Confira a entrevista com Lars, que falou sobre vela, sua deficiência, os Jogos no Rio e o que espera estar fazendo em 2016.


Como você viu a vitória do Rio na eleição para sediar os Jogos de 2016. Você compartilhou aquela exaltação, ou tem ressalvas?
Lars Grael: Compartilhei. Desde quando fui gestor como secretário nacional de esportes, dei minha contribuição ajudando a conceber o projeto. Em fevereiro de 2001, nós tivemos uma reunião na Suíça com o então presidente do Comitê Olímpico Internacional (COI), Juan Antonio Samaranch, em que avaliávamos uma candidatura e como ela deveria ser. Ele disse que o primeiro passo era nos empenharmos em fazer uma competição continental. Foi o Pan, que teve uma parte de estratégia importante quando sediamos os Jogos Sul-Americanos de 2002. O evento foi tirado de Medellín (COL), por motivos de segurança, e de Mar Del Plata (ARG), por problemas econômicos. Nós o acolhemos e, nisso, ganhamos votos na América do Sul para o Pan. Aí veio 2007 e tivemos um excelente evento, apesar de algumas ressalvas, que deu credibilidade para sediarmos os Jogos.

Quais são os próximos passos para se pensar em 2016?
Lars Grael: Agora as Olimpíadas são um fato concreto. Seremos palco dos Jogos Militares [2011], da Copa do Mundo [2014] e dos Jogos Olímpicos. E, tão importante quanto as transformações urbanas para o Rio, temos de combater o crime organizado, garantir segurança e melhorar hotéis, transporte e condições ambientais. Além disso, temos de desenvolver com intensidade um espírito olímpico, que se faz mobilizando a sociedade, dando atenção ao esporte na escola, valorizando o profissional de Educação Física e o esporte estudantil.

Mas qual tem de ser o foco na preparação?
Lars Grael: Muito mais do que colocar equipamentos esportivos, é fortalecer o esporte como meio de inclusão social, de dar qualidade de educação e de construir políticas públicas de saúde, combatendo o sedentarismo, por exemplo. Este é o principal legado que temos de buscar.

Este prazo de sete anos será suficiente para tantas mudanças que nunca foram feitas?
Lars Grael: Precisamos que seja. Nunca tivemos um momento tão propício para discutir o esporte. Para que ele seja integrado às políticas sociais do governo. O esporte tem de ser elemento de políticas públicas e os Jogos não podem ser só uma festa, com um fim.

O resultado no quadro de medalhas não é o mais importante, então?
Lars Grael: Acho que uma coisa é conseqüência da outra. Para termos o resultado é necessário compromisso com a base. O Brasil tem condições de estar inserido entre as dez primeiras potências do esporte olímpico e as cinco melhores do esporte paraolímpico em 2016.

E o que você se imagina fazendo em 2016?
Lars Grael: Estarei acompanhando meu filho Nicolas e meus sobrinhos Marco e Martine, tentando a vaga olímpica. Além disso, espero ver e acompanhar como preparador os alunos oriundos do Projeto Grael. Eu estarei competindo, mas provavelmente na vela oceânica, com barcos de maior parte. Provavelmente ainda velejarei de Star, mas a idade [terá 52 anos] e ter uma perna a menos serão um grande handicap, me deixando sem condições olímpicas.

Falando sobre vela, agora. Ao lado de Ronnie Seiffert, você vem de um bronze no Mundial da classe Star. Você esperava este resultado?
Lars Grael: Foi uma surpresa, porque eu voltei à vela olímpica com mais intensidade em 2009. Já vinha intensificando desde 2007 este retorno, depois de deixar os cargos de gestão esportiva a que estava ligado, e este ano fui estabelecendo metas. Primeiro, velejei com Renato Moura e, depois, já com o Ronnie, fui 17º na Alemanha. Sabia que estava faltando um algo mais. Quando fomos para o Mundial da Suécia, começamos a andar no grupo intermediário, mas conseguimos equilibrar o barco e crescemos na competição. A meta era nos manter entre os dez, o que seria excelente, mas tivemos aquele último dia perfeito, vencemos com folga e com isso pegamos o bronze.

Este resultado muda suas projeções e os planos?
Lars Grael: Muda sim, é um enorme incentivo. Apesar de ter ficado anos afastado da vela olímpica, já estar com 45 anos e pelo peso da deficiência física, voltar com garra e conquistar um resultado deste motiva muito para o futuro.

Por que você decidiu deixar o lado político?
Lars Grael: Sempre tive uma noção muito clara da transitoriedade desses cargos, não queria me perpetuar, mas levar a visão de um atleta olímpico para os postos em que estive. Foi gratificante ser Secretário Nacional de Esportes e Secretário da Juventude, Esporte e Lazer do Estado de São Paulo, mas não tinha como meta me tornar político. Tive então um convite para a iniciativa privada, num cargo de superintendente da Light, empresa na qual ainda sou consultor e é minha patrocinadora na vela. O sangue de velejador sempre esteve comigo, voltar a realizar o sonho de velejar é muito gratificante.

O que é possível esperar para o Mundial da classe Star no Rio, em janeiro?
Lars Grael: O Mundial no Rio é a principal competição para a classe Star agora. Estou com um barco novo chegando e já vou poder acertá-lo na Semana Internacional de Vela no Rio de Janeiro, nos dias 1 e 2 de novembro, e no Sul-Americano, também no Rio. Esta competição já vai reunir os que vão ao Mundial. Virão barcos do mundo inteiro, então será bom para trabalhar a parte técnica.

Você acha que brigará pela vitória?
Lars Grael: É muito difícil dizer. As competições são muito equilibradas, tanto que fora o Robert [Scheidt], nenhum velejador venceu duas provas de Star este ano. Teremos velejadores como o Robert e o Torben [Grael], então sou apenas um pretendente.

Mas o resultado no Mundial te dá uma projeção de brigar pelo ouro?
Lars Grael: Sim, é possível. Seguramente dá para brigar.

E, mesmo com 45 anos, existe algum plano de disputar os Jogos Olímpicos de 2012?
Lars Grael: A partir deste Mundial vou analisar o cenário de vela e pensar até 2012. Com estes resultados verei se encaro outro ciclo, porque não sou obcecado por isso. Tenho de ter um senso de realismo, saber que não é fácil se classificar com adversários como Scheidt, no alto de sua carreira, velejando maravilhosamente bem, e com o regresso de Torben [vencedor da Volvo Ocean Race, volta ao mundo de vela]. Mas não descarto.

No mês passado se completou 11 anos do acidente que lhe causou a amputação da perna direita. Qual a maior diferença daquele tempo e hoje, como velejador?
Lars Grael: A diferença é que no tipo de barco da classe Tornado, um amputado não teria a menor chance de competir [este tipo de embarcação exige mais movimentação do timoneiro, que veleja de pé]. Já a classe Star permite velejar com uma perna, apesar de o que fiz ser inédito. Eu levo desvantagem em movimentação e agilidade, além da capacidade de escora, que é estabilizar o barco colocando o peso do corpo para fora, o que aparece mais em vento forte.

Como vencer essa dificuldade?
Lars Grael: Com técnica e cada vez mais aliando experiência e paixão. É realmente na pura superação. Espero, com isso, inspirar as pessoas que passam por situações semelhantes.

Esse seria o objetivo de ir às Olimpíadas?
Lars Grael: Sim, meu principal objetivo é inspirar quem passou por algo semelhante ou até menor do que passei. Não tenho como objetivo ter mais uma medalha, mais uma taça na minha estante. A Olimpíada tem o lado do compartilhar, uma conquista traz um impacto muito grande pra quem me tem como referência.

Nestes anos, como foi encarado o seu retorno após ter de amputar a perna?
Lars Grael: Eu, potencialmente, posso competir e nunca encontrei proibição. Algumas pessoas mostraram certo constrangimento em me ver competindo contra eles. Havia pena. Mas vendo que tem de dar o máximo de si para competir comigo, elas passaram a admirar e respeitar o meu esforço.


segunda-feira, 2 de novembro de 2009

"A baía olímpica", texto de Dora Negreiros

 
Reproduzimos, a seguir, artigo publicado hoje, 2 de novembro, no jornal O Globo (Opinião), por Dora Hees de Negreiros, presidente do Instituto Baía de Guanabara e membro do Conselho Diretor do Instituto Rumo Náutico (Projeto Grael).


 

A Baía Olímpica

Fala-se muito em limpar a Baía de Guanabara até as Olimpíadas de 2016. Se ela fosse uma piscina seria uma tarefa fácil: jogavam-se alguns produtos químicos e aspirava-se o fundo. Mas, com a nossa Baía, a coisa é muito mais complicada.

A Guanabara é o ralo para onde escoam as águas das chuvas depois de lavar o chão de 16 municípios do seu entorno. Recebe a sujeira através dos rios que nascem límpidos nas serras e se transformam nos fedidos Sarapuí, Iguaçu, Alcântara ou Bomba, que conhecemos na baixada. Nela vão parar pneus, sofás, sapatos, sacos plásticos, tudo que se pode imaginar. Inclusive a descarga dos verdadeiros “banheiros públicos”, em que estão transformadas muitas das nossas ruas. Nosso grande desafio, mais do que limpá-la, é parar de sujá-la.

Mas as soluções existem e a Olimpíada de 2016 é uma grande oportunidade para nos unirmos e mostrarmos competência. Vamos fazer em sete anos o que outros países levaram 50, como a recuperação do Rio Tâmisa, na Inglaterra, ou da Baía de Tóquio, no Japão.

Considerando que as empresas já cumprem o seu papel - hoje a poluição industrial não é mais a grande vilã da contaminação da Baía de Guanabara -, restam aguardando destino ambientalmente correto o lixo e os esgotos domésticos de quase 10 milhões de pessoas que moram nos municípios do seu entorno. E estes, são assuntos nossos e de nossos governos.

Dos 16 municípios, três registram IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) comparável aos dos países com alto desenvolvimento humano. Niterói, por exemplo, está entre os melhores no ranking brasileiro. Outros, entretanto, situam-se entre os últimos dos 91 municípios do Estado do Rio de Janeiro. Na distribuição de água potável, coleta e tratamento de esgotos sanitários, as disparidades não são menores. Enquanto Rio de Janeiro e Niterói têm quase cem por cento da população dotada de sistemas de abastecimento de água de boa qualidade, há municípios onde somente 30% dos domicílios têm água tratada nas torneiras. A maioria da população se abastece em poços. E se ela não tem água, não tem rede de esgotos. Sistemas de tratamento dos esgotos estão ainda disponíveis só para muito poucos municípios.

Quanto ao lixo dessas 10 milhões de pessoas, muito ainda precisa ser feito. Está na hora de implantarmos a coleta seletiva na origem – nas nossas casas. E de aprendermos a produzir menos lixo. Dos “lixões” serem transformados em “aterros sanitários” e serem retirados das margens da Baía.

Não podemos deixar a responsabilidade desta missão só para o governo, que já anuncia investimentos na área. Como cidadãos, temos que ocupar nossos espaços e exigir, desde já, que o Conselho Gestor da Baía de Guanabara, criado em 2000 através do Decreto 26.174, se reúna, o que não acontece há anos. Na Guanabara, estão portos, aeroportos, estaleiros, refinarias e terminais de petróleo e gás, instalações militares e nela se realizam a pesca, a aquicultura, o transporte de passageiros, atividades turísticas, esportes como a vela e a recreação nas praias. Os representantes de todos estes interesses querem e merecem participar desta virada olímpica.

A Baía de Guanabara precisa da ajuda de todos. E a hora é essa!


DORA HEES DE NEGREIROS é engenheira química, presidente do Instituto Baía de Guanabara – IBG.

Encontro Internacional da REMS - Rede Esportes pela Mudança Social




Começa amanha, dia 3 de novembro, a Semana Internacional Esporte pela Mudança Social, promovido pela REMS - Rede Esporte pela Mudança Social, iniciativa que o Projeto Grael é um dos fundadores e integra o seu Conselho Representante. A REMS (http://www.rems.org.br/) foi formada a partir da união de 30 organizações brasileiras que atuam com esporte, educação e causas sociais.

A Semana Internacional, que receberá organizações africanas com atuação similar, será realizada de 3 a 6 de novembro, no SESC Santana, em São Paulo. Na programação estão:

- Inovação, redes e sustentabilidade
- Operacionalização de Redes
- Impacto de Redes em Políticas Públicas
- Lei de Incentivo ao Esporte: governo e políticas públicas
- Lei de Incentivo ao Esporte: como as empresas investem em esportes
- Painel: Legado social de eventos esportivo e instalações sustentáveis
- Mudança de paradigma: atletas REMS falam de esportes para a mudança social
Para mais informações, acesse www.rems.org.br

domingo, 1 de novembro de 2009

Reforço na tripulação do Projeto Grael


O Conselho Diretor do Instituto Rumo Náutico, organização que desenvolve o Projeto Grael, em cumprimento às suas responsabilidades estatutárias, aprovou em reunião realizada na última sexta feira, as propostas encaminhadas pela direção do Instituto para novas contratações e nomeações para cargos da instituição. Os novos membros da equipe são:
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Valeria Braga
Coordenação de Educação Complementar
Valeria Braga é engenheira florestal (UFRuRJ) e possui formação em Marketing Empresarial (UFF). Possui experiência profissional diversificada incluindo funções gerenciais e de direção em organizações não-governamentais nacionais e internacionais na área da educação, de informação institucional, de voluntariado, cooperativismo e atuou também na área pública, tendo trabalhado na Secretaria Estadual de Agricultura. Valeria Braga teve a sua indicação aprovada para Coordenadora de Educação Complementar, onde terá sob a sua supervisão os seguintes programas: Terra a Vista (meio ambiente, geografia, cartografia, oceanografia), desenvolvido em parceria com a UFF e UFRJ; Programa de Informática; Programa de Geração de Renda, além de atividades nas áreas de comunicação e desenvolvimento institucional. Valeria substituirá o biólogo Gustavo Borges, que deixa o Projeto Grael após alguns anos de dedicação, quando implantou a Coordenação.
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Archimedes Delgado
Coordenação de Unidades Descentralizadas

Archimedes Delgado é um velejador com forte ligações com a classe Laser, um experiente professor e técnico de vela, já exercendo a função também no Projeto Grael onde atua no Programa Estrela do Mar, que busca revelar talentos no esporte da vela dentre os alunos do Projeto Grael. Também é advogado e tem formação em meio ambiente. Archimedes foi homologado como Coordenador de Unidades Descentralizadas do Projeto Grael e sua função será implantar e coordenar a operação das novas unidades do Projeto Grael que estão em fase de instalação ou planejadas: Três Marias (MG), Rio Grande (RS), Guarujá (SP), Ribeirão das Lajes (Piraí-RJ); Santa Branca (SP), Rio de Janeiro (RJ), Salvador (BA) e Maricá (RJ).
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Cosme Aristides
Assessoria de Tecnologia e Inovação
Cosme também é um profissional com experiência e capacitação profissional diversificada. É especializado em informática, formado em Física e estudante de Engenharia Ambiental (UFF). Cosme será responsável por uma nova função aprovada pelo Conselho Diretor: Assessoria de Tecnologia e Inovação. Além de estruturar a área de TI- Tecnologia da Informação, Cosme proporá soluções alternativas na sede e demais unidades do Projeto Grael, como energia solar e eólica, gestão da água, etc. Cosme, que já integra a equipe do Projeto Grael, fez parte da equipe do "Peixe Galo", barco movido a energia solar desenvolvido pelo Projeto Grael, sob a coordenação de Fred Hoffmann e Jorge Paname. O Peixe Galo foi vicecampeão do Desafio Solar 2009.
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Ana Cristina Doerner
Ana Cristina possui formação superior em cartografia, mas acumulou experiência profissional em atividades administrativas em anos de trabalho na empresa Lufthansa, através da qual fez cursos no Brasil e no exterior. Ana Cristina assumiu tarefas de apoio à Gerência Executiva do Projeto Grael, com especial responsabilidade sobre a gestão financeira.
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Sobre o CONSELHO DIRETOR
O Conselho Diretor do Instituto Rumo Náutico, órgão responsável por estabelecer as diretrizes estratégicas e as orientações gerenciais da organização, tem a seguinte composição atual:
Axel Schmidt Grael - Presidente do Instituto Rumo Náutico (Projeto Grael), engenheiro florestal, consultor ambiental e empresário.
Colin Corfe Gomm - Vicepresidente do Instituto Rumo Náutico (Projeto Grael), profissional da área de seguros
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Conselheiros:
Torben Schmidt Grael - sócio fundador do Projeto Grael. Administrador de Empresas, Velejador, 5 medalhas olímpicas (maior medalhista olímpico do país).
Lars Schmidt Grael - sócio fundador do Projeto Grael. Empresário. Velejador, 2 medalhas olímpicas.
Marcelo Bastos Ferreira - sócio fundador do Projeto Grael. Empresário. Velejador, 3 medalhas olímpicas.
Clinio Marcelino de Freitas - Dentista. Velejador. Ex-Comodoro e atual Tesoureiro do Rio Yacht Club. Medalhista olímpico.
Dora Hees de Negreiros - engenheira química, aposentada da Feema, ambientalista, presidente do Instituto Baía de Guanabara. Líder Avina.
Luis Evangelista - Sócio funador do Projeto Grael. Professor de Educação Física. Empresário, sócio da Escola de Vela C&L, professor e técnico de vela.
Guilherme Vinhas - Advogado, empresário, velejador. Secretário do Rio Yacht Club.
Jônatas Gonçalves - Professor de Educação Física, ex-aluno do Projeto Grael. Velejador. Assistente Técnico da CBVM- Confederação Brasileira de Vela e Motor
Marli Cicagna - Geógrafa, Professora do Instituto de Geociências da UFF. Colaboradora do Programa Terra a Vista do Projeto Grael.