sábado, 5 de junho de 2010

Verde Dia / Ver de dia: por um ambientalismo longe das sombras

Mico leão dourado: espécie salva da extinção.


Por um ambientalismo movido pelos sonhos e pela responsabilidade coletiva, não pelo pânico. Precisamos tirar o foco do discurso único da ameaça e do medo do futuro!!!

Comemora-se hoje o Dia Mundial do Meio Ambiente. Como sempre, a mídia repercutirá tragédias como o vazamento de óleo do Golfo do México (o maior acidente ambiental da história), as tentativas de desfiguração do Código Florestal ora em curso no Congresso Nacional, denúncias de poluição, entre outros crimes ambientais. Isso é muito importante e necessário, pois alerta para a grave dimensão dos problemas ambientais e chama a sociedade à ação. No entanto, preocupa-nos que a mensagem ambiental tenha, com freqüência, um tom apenas catastrofista e um forte conteúdo pessimista.

Não defendemos um otimismo cego e alheio aos problemas ou um ufanismo exagerado e ingênuo. O que nos opomos é a ênfase única no desastre, na destruição, na visão de um passado idílico que se perdeu e um futuro sempre sombrio. Mostrar também problemas ambientais que se resolvem, produz a mensagem para o público que a construção de um outro mundo é possível. Ou seja, boas notícias também podem ser mobilizadoras, tanto ou mais do que a tragédia. Os desafios ambientais são enormes, mas temos que enfatizar também que há uma marcha em curso para a construção de uma nova realidade, mais ambientalmente responsável e rumo à sustentabilidade do planeta. Precisamos promover um engajamento crescente de pessoas movidas por sonhos e não por pesadelos, comprometidas com a mudança e com o sucesso, para que a velocidade das mudanças se acelere.

Portanto, convido o leitor a ficar atento aos ataques ao Código Florestal no Congresso Nacional, ou torcer para a solução do desastre do Golfo do México, mas, acima de tudo, comemorar alguns feitos importantes, como por exemplo:
- nos últimos anos, o Brasil criou cerca de 50% das unidades de conservação criadas em todo o mundo;
- reduziu-se significativamente o desmatamento no Rio de Janeiro, bem como na Amazônia (embora as queimadas tenham aumentado);
- cresce a mobilização contra o problema do lixo;
- começam a surgir avanços na agenda climática mundial;
- avança a responsabilidade ambiental nas empresas
- e veículos não poluidores movidos a energia elétrica começam a sair das pranchetas para as ruas, a exemplo do que acontece na China. Naquele país, motocicletas elétricas já são uma realidade e são os únicos veículos permitidos no centro das grandes cidades, como a capital Pequim.

O mundo está salvo por causa disso tudo? Ainda não! Há muito ainda por se fazer, mas, há um crescente esforço em curso. O importante é que mais gente se engaje!!

Axel Grael


Da coluna "Rumo Náutico", de Axel Grael. Jornal O fluminense, 05/06/2010.

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