Cumprimento de metas na área ambiental é motivo de preocupação durante discussões do Fórum Rio Cidade Sede



Axel Grael pede que meta de despoluição da Baía de Guanabara seja cumprida. Foto Ana Branco. O Globo.



Luiz Ernesto Magalhães (luiz.magalhaes@oglobo.com.br) e Rafael Galdo (rafael.galdo@oglobo.com.br)

RIO - No painel "Um Rio Olímpico e Sustentável?", os convidados do Fórum Rio cidade sede comemoraram a possibilidade de avanços na área ambiental com os Jogos Olímpicos de 2016, mas manifestaram preocupação quanto ao cumprimento dos objetivos estabelecidos. O velejador Axel Grael, presidente do Projeto Grael, por exemplo, disse que o Rio ganhou das cidades que concorriam ao direito de ser sede das Olimpíadas propondo resolver passivos como os ambientais, mas que agora é preciso concretizar as metas traçadas.

- A grande promessa do Rio foi resolver seu passivo. Prometemos recuperar 80% do seu ambiente, melhorar a qualidade do ar, plantar 24 milhões de árvores. Cabe a nós, sociedade, ter os instrumentos de que garantam que essas promessas sejam cumpridas. Reconhecemos os esforços, mas nos deparamos com uma situação ainda muito preocupante. Se os Jogos Olímpicos fossem hoje, estaríamos oferecendo para os Jogos, talvez, o local de competições de velas mais sujo, mais poluído da histórica Olímpica, na Baía de Guanabara. Então, o esforço que será exigido será muito grande - disse Grael, que criticou a poluição nas raias das competições de vela, na Baía, durante os Jogos Mundiais Militares, realizados mês passado.

Já o presidente da Câmara de Desenvolvimento Sustentável do Rio, Sérgio Besserman, também pediu mais efetividade no cumprimento das mudanças propostas na área ambiental. Apesar disso, disse que o Rio de Janeiro como uma marca facilita os investimentos em sustentabilidade.

- O carioca pode se espantar quando se fala isso devido aos problemas que temos com a poluição da Baía de Guanabara e as Lagoas de Jacarepaguá. Mas existe um dado concreto. A cidade tem ativos impressionantes que nenhuma outra tem. A cidade abriga as duas maiores florestas urbanas do mundo: o Parque da Pedra Branca e o Parque Nacional da Tijuca - disse Bessermann. - Está na hora do Rio também iniciar um planejamento estratégico do que o Rio vai querer ser depois de 2016 - continuou depois.

Ele afirmou ainda que o Rio pode aproveitar os Jogos para melhorar a qualidade dos serviços prestados, independente se na área ambiental.

- Nossa cultura no Rio merece 99 elogios e uma crítica. Há um aspecto do legado cultural que podemos incluir como algo que queremos melhorar. Valorizamos pouco a excelência no processo de trabalho. Somos criativos, empreendedores, temos massa crítica, mas valorizamos pouco essa excelência. Entregar o melhor trabalho possível, no menor prazo e com o menor custo. Temos toda a chance de incluirmos nesse legado uma mudança na cultura nossa: excelência, do motorista de táxi ao mais alto serviço prestado.

O secretário estadual do Ambiente, Carlos Minc, por sua vez, afirmou que as metas serão cumpridas e destacou os principais projetos, como o decreto para pavimentação de vias com asfalto-borracha. Para a despoluição das lagoas da Zona Oeste, ele ressaltou que serão investidos R$ 680 milhões em quatro anos em saneamento na região. Segundo ele, atualmente, 85% do esgoto na Barra é tratado, 60% no Recreio dos Bandeirantes e apenas 15% em Jacarepaguá. Avançar principalmente nessa última área, segundo ele, é uma das prioridades. Para outros projetos, com a dragagem das lagoas, afirmou ele, serão outros R$ 400 milhões.

Para a despoluição da Baía de Guanabara, ele disse que já foram investidos R$ 200 milhões, por exemplo, para a ligação da rede de esgoto em parte da Baixada Fluminense à Estação de Sarapuí, que deve ser inaugurada mês que vem.

Minc também anunciou que, em dez dias, será assinado pelo estado e município um acordo para saneamento das favelas do Rio, começando pelas áreas das Unidade de Polícia Pacificadora (UPPs). A prefeitura, por meio do programa Morar Carioca, fará as ligações domiciliares, enquanto a Cedae e o Estado entrarão com as ligações troncais e com as infraestruturas de tratamento de esgoto.

O vice-prefeito e secretário do Meio Ambiente do Rio, Carlos Alberto Muniz, também demonstrou otimismo no cumprimento dos projetos para os Jogos. E disse que os projetos em desenvolvimento no município levam em conta princípios de sustentabilidade. Muitos investimentos, explicou, ocorrem para resolver problemas históricos da cidade, como o plano para acabar com as enchentes na Grande Tijuca, a ser executado com recursos da União.

- Nos BRTs, nós revisamos os traçados para que eles tenham o melhor desempenho com ônibus que usem combustíveis menos poluentes. Ao decidirmos desativar Gramacho e colocar o lixo em um centro de tratamento adequado sabemos que gastaremos quatro vezes mais. Mas isso é necessário.

Leia mais sobre esse assunto em http://oglobo.globo.com/rio/rio2016/mat/2011/08/08/cumprimento-de-metas-na-area-ambiental-motivo-de-preocupacao-durante-discussoes-do-forum-rio-cidade-sede-925081180.asp#ixzz1UStqFn5l

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Fonte: Globo.com

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Axel Grael pede que metas para despoluição da Baía de Guanabara sejam cumpridas

Luiz Ernesto Magalhães
Plantão Globo.com 08/08/2011, 10:54.

RIO - O presidente do projeto Grael, Axel Grael, inicia sua apresentação no Fórum Rio cidade sede. Ele defendeu que as metas apresentadas na candidatura para reduzir os níveis de poluição da Baía de Guanabara sejam cumpridas. Ele lembrou que os atletas que participaram dos Jogos Mundiais Militares em julho encontraram um espelho d'água sujo.

- Será necessário um esforço muito grande. Se as Olimpíadas fossem hoje, as provas de vela seriam disputadas na baía mais suja e poluída da história dos Jogos Olímpicos - argumentou Grael.

Leia mais sobre esse assunto em http://oglobo.globo.com/rio/rio2016/mat/2011/08/08/axel-grael-pede-que-metas-para-despoluicao-da-baia-de-guanabara-sejam-cumpridas-925081112.asp#ixzz1UT2ZNw18