segunda-feira, 2 de abril de 2012

Programa vai qualificar viveiros do Rio de Janeiro

Horto Florestal de Santa Maria Madalena

Grandes obras de infraestrutura e eventos como os Jogos Olímpicos e Paraolímpicos criarão oportunidades para a restauração florestal no estado. Iniciativa da CI visa suprir a crescente demanda de mudas e sementes

Rio de Janeiro, 06 de fevereiro de 2012 —

Começa hoje o primeiro módulo do treinamento do Programa de Desenvolvimento e Qualificação dos Viveiros Florestais da Mata Atlântica do Rio de Janeiro (PRÓ-VIVEIROS RJ), uma iniciativa da Conservação Internacional (CI-Brasil), com apoio da Citi Foundation e com parceria da Natural Partners.

Concebido por profissionais das áreas florestal, ambiental, de gestão de negócios e empreendedorismo, o programa visa oferecer, nesta etapa inicial, treinamento, assessoria e orientação técnica e gerencial a 30 representantes de 14 viveiros particulares do estado, dedicados à produção de mudas de espécies nativas da Mata Atlântica. Pertencentes a pessoas físicas, empresas e organizações, esses viveiros produzem, juntos, mudas de até 100 espécies do bioma.

O treinamento, dividido em três módulos, deve ajudar os participantes na obtenção do registro para produção de sementes e mudas (Renasem) junto ao Ministério da Agricultura e a elaborar um plano de negócios, que vai orientar a administração do viveiro no futuro.

Desta forma, a iniciativa para a qualificação dos viveiros visa cobrir as lacunas e enfrentar os desafios apontados no diagnóstico dos viveiros florestais do estado, realizado em 2010 pela parceria entre Secretaria Estadual do Ambiente, Instituto Estadual do Ambiente, Instituto BioAtlântica, Instituto Terra de Preservação Ambiental e Flora Jr. O diagnóstico revelou que, dentre os principais obstáculos relacionados aos esforços de restauração florestal, destacam-se a escassez de mão-de-obra qualificada, a dificuldade de obtenção de sementes e mudas, o desconhecimento das melhores práticas, a informalidade do setor (ausência de registro formal dos viveiros) e o difícil acesso a crédito e linhas de financiamento.

“Hoje, a maioria dos viveiros do Rio não está qualificada para a demanda crescente de restauração florestal no estado. Com os passivos ambientais decorrentes de grandes investimentos em infraestrutura e com os compromissos relacionados aos Jogos Olímpicos e Paraolímpicos na cidade, em 2016, estima-se que essa demanda chegue a mais de 15 mil hectares restaurados nos próximos anos”, afirma Carlos Alberto Mesquita, diretor do Programa Mata Atlântica da CI-Brasil.

Entre os módulos, até o mês de abril, os participantes receberão também um acompanhamento técnico para avaliação da assimilação e aplicação do conteúdo repassado no dia-a-dia dos viveiros.

Veja a lista dos viveiros que participam do programa

"O estado do Rio de Janeiro vive um momento especial do ponto de vista de investimentos e oportunidades de desenvolvimento. Além de alguns inevitáveis impactos ambientais, junto com tais investimentos vêm também oportunidades de proteção e recuperação da Mata Atlântica, que tantos serviços ambientais presta à população e aos negócios do Rio. Para aproveitar esta inédita oportunidade de desenvolvimento da cadeia produtiva da restauração florestal (coleta de sementes, produção de mudas, plantio e manutenção de áreas) é necessário investir na qualificação e na organização dos diferentes segmentos ligados a ela”, conclui Mesquita.

Serviço

Data: 6 a 8 de fevereiro de 2012
Local: Instituto de Florestas da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, em Seropédica

Fonte: Conservação Internacional

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