domingo, 6 de maio de 2012

Sonho de Marco em nome da dinastia Grael



Filho de Torben rasga o Mar Adriático em busca de uma vaga nos Jogos de Londres para manter a tradição da família
PAULO FAVERO - O Estado de S.Paulo

Quando entrar com seu barco hoje no Mar Adriático, na costa leste da Croácia, Marco Grael estará brigando para levar para os Jogos de Londres o famoso sobrenome que virou sinônimo de medalha olímpica. Seu pai, Torben Grael, é considerado o velejador com o maior número de medalhas olímpicas do mundo: ganhou dois ouros (1996 e 2004), uma prata (1984) e dois bronze (1988 e 2000). A missão do rapaz não é fácil, mas ele tentará, ao lado de André Fonseca, o Bochecha, brilhar no Mundial de Zadar e garantir mais uma vaga para o Brasil. "Gostaria muito de manter o nome da família nos Jogos, mas acredito que essa é a menor das minhas responsabilidades. Estou focado em conquistar a vaga e participar de minha primeira Olimpíada", diz Marco.

Sua irmã Martine bateu na trave na classe 470. Ao lado de Isabel Swan, ela deixou escapar a vaga para Londres, que ficou com Fernanda Oliveira e Ana Barbachan. Agora Marco e Bochecha buscam uma boa colocação na classe 49er para carimbar o passaporte. "Fizemos ao longo do ano passado vários campeonatos nos quais ganhamos dos países que estão disputando a vaga. No entanto, o número de competidores é muito grande e precisamos aproveitar o começo do campeonato, quando ainda não estão divididas as baterias (ouro, prata, bronze) para velejar bem, pois um resultado ruim neste momento acaba penalizando muito mais", explica.

Cinco vagas estão em disputa na competição - 14 países já estão classificados. Pelos cálculos dos velejadores, se a dupla ficar entre os 25 primeiros, a chance de conseguir a vaga é grande. "Estamos treinando muito e entrando na água com toda a força possível. Por mais que estejamos pensando em 2016, nos classificar aqui e poder ir a uma Olimpíada será de uma experiência inigualável", conta Marco, que sabe que a experiência de Bochecha pode ajudar. "Ele já esteve em três Olimpíadas e duas voltas ao mundo. Veleja na classe 49er há 12 anos. A experiência dele é um dos pontos fortes da dupla. É uma pessoa que sempre exige perfeição."

De uma família tradicional no iatismo, Marco Grael começou a velejar muito pequeno, mas no início como diversão. A vontade de correr regatas veio por meio de seus amigos de clube, que já estavam competindo. Então ele entrou para a classe Optimist, que vai até 15 anos, e teve bons resultados, sendo até campeão brasileiro, vice norte-americano e 11.º no Mundial.

Sonhos. Depois, passou cinco anos velejando em várias classes, mas a principal delas foi a Laser. Ele treinava sozinho, sem técnico e sem ambições olímpicas. "Foi em 2008 que veio o convite do André para fazer uma campanha olímpica e a partir daí não pensei mais em outra coisa. Conheci o treino árduo e a disciplina que precisamos seguir para alcançar o nosso objetivo. Me mudei para Porto Alegre para poder treinar com ele e pela primeira vez me afastei da minha família, que por mais que estivesse longe em viagens, sempre foi meu porto seguro."

O fruto, que era para ser colhido mais adiante, já está dando resultados agora numa classe que é considerada a mais rápida das classes olímpicas. "Tenho muita vontade de ir para uma Olimpíada e estou me esforçando muito para isso. Esse é no momento o meu principal objetivo. Meu pai sempre dizia: 'o que seria de um homem sem sonhos?' Tento a cada dia chegar mais próximo de poder realizá-los."
 
Fonte: Estadão

Um comentário:

  1. Marcos! Se voce quer, voce pode! Tenho confiança que estarás classificado p/ Londres! Estamos na torcida!! Abs Regina Rosas

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