quinta-feira, 12 de julho de 2012

Torben Grael vê futuro incerto para vela nacional


Torben Grael em entrevista coletiva em Ilhabela (SP). Divulgação.

Não há pessoa com mais autoridade para falar sobre vela no Brasil do que Torben Grael. Maior medalhista olímpico do país, com cinco láureas, o atleta tornou a falar nesta quarta-feira da má situação na qual a modalidade se encontra.

Com a falta de novos talentos emergentes, o multicampeão vê apenas Robert Scheidt e Bruno Prada, da classe Star, como prováveis medalhistas em Londres-2012. Para o Rio-2016, o cenário pode ser ainda pior, já que a Star não constará no programa olímpico carioca.

- Para o futuro, acho que não há uma melhora. Sediaremos os Jogos no Brasil, mas não vejo uma melhora significativa. Nem no esporte em geral nem na vela - afirmou Torben em entrevista coletiva em Ilhabela (SP), onde participa do Rolex Ilhabela Sailing Week.

Um fator é decisivo para a situação, de acordo com Torben. Desde o começo de 2007, a entidade gestora da vela brasileira está sob intervenção do Comitê Olímpico Brasileiro (COB) por conta de problemas financeiros.

Com a interferência do COB, nenhuma decisão pode ser tomada pela Confederação de Vela e Motor (CBVM) sem passar pelo crivo do órgão máximo do esporte olímpico no país.

- Essa é uma questão que precisa ser resolvida. O que não pode é a confederação continuar no estado que está, sob intervenção há anos. Existe uma dívida impagável e a confederação não pode celebrar contratos. Não há vontade política para que isso seja resolvido - disse Torben.

O imbróglio na confederação reflete diretamente na formação de novos talentos para a vela nacional. Presidente da CBVM na década de 1980 e porta-bandeira do Brasil nos Jogos de Los Angeles-1984, Eduardo Souza Ramos corrobora a tese de Torben:

- A vela é um esporte que não tem uma confederação operando há não sei quantos anos e até hoje não se organizou. Por isso, a vela anda na vontade de alguns atletas, no esforço de alguns clubes.

O repórter viaja a convite da organização da Rolex Ilhabela Sailing Week
 
Fonte: O Povo

Um comentário:

  1. Em um país com imenso litoral e enorme quantidade de rios, lagoas e principalmente represas, o esporte náutico ainda é visto e tratado como esporte de elite, inacessível à grande maioria da população. Essa situação somente será modificada com a inclusão náutica no Brasil. Há necessidade de criação de marinas públicas, rampas de acesso às águas e principalmente acesso às margens. Há também que se desonerar a produção de embarcações e materiais náuticos. Ou seja, basta vontade política...

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