sábado, 13 de julho de 2013

O Globo: Igreja de Itaipu corta 334 árvores para missa campal


Grande área que fica dentro do terreno da Paróquia São Sebastião de Itaipu está sendo desmatada O Globo / Hudson Pontes

Vice-prefeito de Niterói diz que ação foi lamentável e nega ter dado autorização

A remoção de 334 árvores da Mata Atlântica causou constrangimento na prefeitura de Niterói e reações indignadas de ambientalistas. Uma denúncia levou fiscais do Instituto Estadual do Ambiente (Inea) a flagrarem, na última segunda-feira, o desmatamento de um terreno da Paróquia de São Sebastião de Itaipu, na Região Oceânica de Niterói. Ao órgão ambiental, a igreja justificou que precisava limpar a área para celebrar uma missa campal durante a Jornada Mundial da Juventude (JMJ). A paróquia se prepara para receber 800 peregrinos.

O vice-prefeito de Niterói, Axel Grael, disse ontem que o episódio é “lamentável” e negou que a prefeitura tenha dado autorização para o corte num terreno às margens do Parque Estadual da Serra da Tiririca, uma unidade de conservação estadual:

— Um evento destinado à juventude deveria ter caráter educativo e, portanto, compromisso com o meio ambiente e com o futuro. É óbvio que a supressão contraria a legislação.

Ainda ontem, o secretário de Meio Ambiente de Niterói, Daniel Marques, reforçou que não havia autorizado qualquer desmatamento:

— Multamos (os responsáveis), bem como obrigamos que eles façam medidas compensatórias. Agimos.

O GLOBO não conseguiu contato com o padre Casimiro nem com o advogado que representa a paróquia, Rafael Bueno Curi. Eles apresentaram à chefia do Parque da Tiririca, após a inspeção do Inea ao terreno, um termo de compromisso ambiental firmado entre a Secretaria de Meio Ambiente e Recursos Hídricos de Niterói e a paróquia. No documento, a igreja se compromete a replantar a área e recuperar toda a restinga da Praia de Itaipu.

O diretor de Biodiversidade e Áreas Protegidas do Inea, André Ilha, afirmou que o órgão ambiental “jamais daria autorização” para o corte.

— É uma área de amortecimento do Parque da Tiririca. A gente não autorizaria de jeito nenhum. É um fragmento de Mata Atlântica. Vamos autuá-los. Precisamos saber se houve ou não autorização.

Esta não é a primeira polêmica envolvendo meio ambiente e a JMJ. A pedido da Arquidiocese, a Fundação Parques e Jardins chegou a autorizar, no último dia 5, a retirada de 11 coqueiros na Praia do Leme, junto a um dos palcos montados para a Jornada. O prefeito Eduardo Paes acabou vetando a supressão.

Fonte: O Globo

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Igreja Católica é multada em R$ 10 mil por derrubar 334 árvores

Em meio à enxurrada de notícias sobre a Jornada Mundial da Juventude (JMJ), evento que reúne jovens católicos do mundo inteiro, uma informação negativa chamou atenção dos fiéis. Na última terça-feira (16), a paróquia de São Sebastião de Itaipu, no Rio de Janeiro, foi multada em R$ 10 mil por derrubar 334 árvores em sua propriedade.

A ação teve como objetivo abrir espaço para a realização de uma missa durante a JMJ, período em que o Papa Francisco visitará o Brasil, e foi realizada sem o consentimento dos órgãos municipais. Além da multa aplicada pela Secretaria do Meio Ambiente de Niterói, a instituição terá que replantar a área, em, no máximo, 60 dias.

Segundo informou a Secretaria, a restinga da praia de Itaipu também precisará ser recuperada. O fato de as árvores não fazerem parte da Mata Atlântica e não serem centenárias possibilitaria a derrubada, desde que fossem analisadas as condições. A questão é que tudo foi feito sem a autorização do órgão.
De acordo com o UOL, no início do mês, a organização da JMJ já havia solicitado a retirada de onze coqueiros da praia do Leme, onde ocorrerá uma missa campal. O prefeito do Rio, Eduardo Paes, até chegou a autorizar a derrubada, porém a pressão de ambientalistas fez com que ele voltasse atrás.
As obrigações da paróquia, que espera receber cerca de 800 peregrinos, foram estabelecidas em um Termo de Compromisso Ambiental.

A JMJ será realizada de 23 a 28 de julho de 2013, na cidade do Rio de Janeiro. O evento será a primeira grande visita internacional do papa Franscisco, que também passará por São Paulo. Com informações do UOL.

Fonte: Redação CicloVivo


6 comentários:

  1. Tá na cara que acham que uma missa é muito mais importante que umas meras árvores. Depois, se os fazendeiros podem desmatar e ricos podem construir mansões e pescar em reservas, por que a igreja (ou qualquer outro órgão) respeitaria meio ambiente?

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  2. Lamentável esta atitude!
    Que os responsáveis sejam punidos! Afinal cuidar da Terra, estamos todos os seres vivos incluídos, sejam vegetais (de qualquer espécie) e animais (o ser humano também); preservar o solo é também nossa responsabilidade através do seu manejo correto, preservando, principalmente, espécies naturais.

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  3. Realmente lamentável o fato .... mas aproveito a oportunidade para lembrar as autoridades municipais sobre os critérios de poda das arvores nas ruas das cidade . Tudo parece ser feito sem supervisão técnica e paisagística .... o "mais importante" é a fiação elétrica que em qq cidade desenvolvida é subterrânea . Niterói esta ficando cada vez mais HORRÍVEL !!!!!!!

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  4. Sou estudante do sétimo período do curso de turismo da UFF e venho comentando o que acontece com os poderes públicos, os orgãos fiscalizadores e regulamentadores da paisagem urbana, oq ue estão fazendo permitindo a AMPLA e outras coisas tornarem a cidade esse horror de admirar nas ruas e alguns metros do chão!

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  5. Conforme afirmamos, hoje demos entrada numa Representação no Ministerio Público Estadual; Representação número: 2013.00769371 - Que solicita a presença do INEA, da Secretaria do Meio Ambiente, e da Igreja para esclarecimentos para estabelecer o Inquérito. Solicitamos também a suspenção de qualquer atividade no local, tendo em vista ser uma APP. Solicitamos que sejam apresentados relatórios do INEA e da Secretaria do Meio Ambiente. De acordo com a Lei de Crimes ambientais (Lei 9605/98) Cabe além de multa também a prisão para o infrator.

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  6. Vamos ver se os responsáveis serão punidos !

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