terça-feira, 24 de dezembro de 2013

História e arquitetura talhadas nas igrejas de Niterói


No alto do Morro de São Lourenço, a Igreja de São Lourenço dos Ìndios foi erguida entre 1568 e 1573 pelos integrantes da tribo de Arariboia. Foto: André Redlich

Os mais de setenta templos católicos do município formam um circuito turístico imperdível para visitantes e niteroienses. Número de pessoas deve aumentar

Imponentes ou bucólicas, as igrejas católicas de Niterói se revelam um interessante circuito turístico para aqueles que se interessam por história e arquitetura. De tamanhos e estilos diferentes, os quase 70 templos, como o de Nossa Senhora da Boa Viagem e de São Lourenço dos Índios, merecem ser visitados por niteroienses e seus turistas.

No topo da Ilha da Boa Viagem, compondo a exuberante paisagem da Baía de Guanabara, a Igreja de Nossa Senhora da Boa Viagem se sobressai. Construído em 1650 e tombado em 1938, o prédio foi reaberto em abril após cinco anos de reformas. As missas são celebradas sempre no quarto domingo de cada mês, às 10 horas.

A Catedral de São João Batista, padroeiro da cidade, é outra grata surpresa ao visitante que se interessa por imagens sacras. A igreja começou a ser construída em 1842, por iniciativa do Marquês do Paraná, então presidente da Província. As obras ficaram paralisadas durante oito anos e somente em 1854 foi concluída. A igreja está passando por reformas. O presbitério, com detalhes em dourado e imagens sacras originais, foi totalmente restaurado, assim como o mezanino e a sacristia, com piso em granito e móveis de madeiras nobres.

Único templo de Niterói a possuir o Relicário da Cruz de Cristo, selado pelo Vaticano, a Igreja de Nossa Senhora da Conceição, de 342 anos, possui um museu de Arte Sacra, onde é possível ver pratarias do século XIX e tochas que eram usadas em procissões. A igreja, no Centro, possui sinos da época do império, uma escadaria com 100 degraus. À direita do altar, há uma capela do século XVII, anexa à igreja principal.

Uma das preferidas pelas noivas da cidade, a Igreja Histórica de São Francisco Xavier, no alto de um morro na enseada de São Francisco, é uma das mais antigas de Niterói, com 391 anos de fundação. A igreja, onde são realizados, em média, 15 casamentos por mês, foi construída em alvenaria de pedra e cal, tem arquitetura colonial típica do estilo jesuíta. O templo possui uma nave única com púlpito lateral e altar de madeira. Nos fundos, na parte externa, há um relógio de sol voltado para o nascente, com o emblema da Companhia de Jesus. A igreja possui uma pia batismal feita de barro cozido pelos índios e um armário de jacarandá esculpido em 1696.

No alto do Morro de São Lourenço, a construção que deu origem à Igreja São Lourenço dos Índios foi erguida pelos índios temiminós, tribo de Araribóia, entre 1568 e 1573. Uma capelinha com paredes de taipa e coberta de palha como as ocas dos índios deu lugar a uma outra, mais sólida, de pedra e cal, inaugurada em 1586. A igreja manteve sua arquitetura até 1627, quando então foi erguida a que existe até hoje, concluída em 1769, sendo elevada à categoria de paróquia em 1758.

A história da igreja, tombada em 1992, se confunde com a de Niterói. O acervo reúne relíquias como um belíssimo retábulo de madeira folheada a ouro, a imagem de São Lourenço, um lavabo de pedra portuguesa embutido na parede da sacristia, datado do século XVI, a pia de água benta e a pia batismal, de pedra lisboeta, do século XVII, a porta principal em almofadas e o frontal de cantaria portuguesa de janelas laterais.

Em Jurujuba, a Capela de Santa Bárbara é parada obrigatória para quem visita a Fortaleza de Santa Cruz. Fundada em 1612 nas dependências do forte, a igreja encanta os visitantes pela sua simplicidade e beleza arquitetônica. Esse monumento histórico possui características do Século XII e abriga uma das imagens mais antigas da cidade e que veio de Portugal diretamente para o templo, construído sobre uma rocha. Essa imagem possui 1,73 metro de altura e era cravejada de pedras preciosas, que foram roubadas com o passar dos anos.

Entre as lendas que cercam a igreja está a de que a janela da capela, voltada para o mar, seria utilizada como um ponto de observação de onde o padre vigiava as embarcações que chegavam ao Rio, dando alarme caso fosse necessário. A situação teria dado origem ao ditado “um olho no padre e outro na missa”.

A Basílica de Nossa Senhora Auxiliadora, em Santa Rosa, chama a atenção por sua beleza e imponência. Projetada em um estilo que mistura o gótico com o árabe, pelo engenheiro salesiano Domingos Delpiano, a congregação mais antiga dos Salesianos no Brasil teve sua pedra fundamental lançada em 1901.

O templo abriga o maior órgão de tubos da América Latina e o quinto maior do mundo. Pegando quase toda a parte superior da igreja, o órgão foi construído pela firma italiana Tamborini e possui cinco teclados manuais e um pedaleiro de 32 notas e 134 registros, usando em suas ligações 55 quilômetros de fios. Foi inaugurado, solenemente, em 16 de abril de 1956, pelo maestro Ângelo Germani, organista da Basílica de São Pedro, em Roma, especialmente convidado.

Inaugurado em 1900, o monumento a Nossa Senhora Auxiliadora, que fica localizado próximo à basílica, é uma atração à parte. No Morro da Atalaia, é composto de uma coluna em forma de torre com 27 metros de altura e uma estátua de seis metros da santa. Esculpida em madeira, veio de Munique, Alemanha, juntamente com as coroas do Menino Jesus e de Nossa Senhora. O acesso ao monumento é feito através de escadas que começam no Colégio Salesiano, mediante agendamento.

Fonte: O Fluminense

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