quarta-feira, 5 de março de 2014

PESQUISA: BRASILEIROS AJUDAM MAIS PESSOAS PEDINTES DE RUA E IGREJAS QUE ORGANIZAÇÕES DA SOCIEDADE CIVIL


Pesquisa IDIS/Ipsos Public Affairs: Retrato da Doação no Brasil

Estudo revela novos aspectos do comportamento do brasileiro em relação à doação:
 
a) Brasileiros não se sentem estimulados para doação e voluntariado;
b) Brasileiros doam mais para pedintes de rua e igrejas do que para organizações da sociedade civil.
c) 84% da população desconhece que pode fazer doações utilizando parte do Imposto de Renda.
d) Crianças e idosos são grupos populacionais que mais sensibilizam a população para doações em dinheiro.
 
São Paulo, fevereiro de 2014 – O IDIS – Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social (IDIS) e a Ipsos Public Affairs divulgam os resultados da pesquisa Retrato da Doação no Brasil, em um estudo que traça o perfil do brasileiro em relação às doações e causas sociais.

O levantamento realizado em três etapas e que ouviu mil pessoas em cada fase, em 70 cidades do Brasil, sendo nove regiões metropolitanas, concluiu que o hábito de doar, seja tempo ou recursos, não faz parte da cultura do brasileiro. Um exemplo disso é que 73% não se sentem estimulados pelo seu círculo de convivência (família, comunidade, escola e trabalho) a realizar doações ou trabalho voluntário. “A Copa do Mundo Fifa, que se aproxima, bem como os Jogos Olímpicos, em 2016, são eventos que poderão contribuir para incentivar o voluntariado no País e o governo pode aproveitar este momento para fomentar a cultura de doação junto à sociedade”, analisa Paula Jancso Fabiani, diretora executiva do IDIS – Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social.

Em relação à doação em dinheiro, poucos brasileiros tiram a mão do bolso, mas quando o fazem destinam as doações para pedintes (30%), para igrejas (30%) e, em terceiro lugar, para organizações da sociedade civil (14%). “O aumento da renda média da população não parece estar refletida no percentual da população que doa. Um dos motivos que pode explicar essa tendência é a percepção do brasileiro de que o governo está preenchendo essa lacuna, com políticas de transferência de renda, como o Bolsa Família”, pondera Paula Jancso Fabiani, diretora executiva do IDIS – Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social.

1 – Brasileiros ajudam mais pessoas pedintes de rua e igrejas que organizações da sociedade civil:
Ipsos 2014 Grafico 1

2 - Os brasileiros da região Nordeste são os mais sensíveis a doar para pedintes, enquanto os da região Norte e Centro-Oeste doam mais para organizações da sociedade civil e igrejas quando comparados com os das outras regiões.
Ipsos 2014 Grafico 2

3 - Do total de doações, as classes C, D e E doaram mais para pedintes de rua e para igreja em comparação as classes A e B, que doam em proporção maior para organizações:
Ipsos 2014 Grafico 3

4 - Em relação às causas que inspiram os brasileiros a doar, crianças estão em primeiro lugar (33%), seguidas de idosos (18%), saúde (17%) e educação (7%).

5 - Outro ponto que merece atenção é o motivo para poucos brasileiros doarem. Do total de entrevistados, 58% informaram que não têm dinheiro, enquanto 18% afirmaram que não doaram porque ninguém solicitou e 12% porque não confiam nas organizações. A pesquisa também descobriu que 85% dos entrevistados não recebeu nenhum pedido de doação provenientes de organizações nos últimos 12 meses.

“Números indicam que também falta a ‘cultura de pedir’ por parte de quem precisa dos recursos. Esse resultado reforça a percepção de que há muito espaço para o crescimento das doações, a partir de um trabalho de captação estruturado e persistente”, define Paula Jancso Fabiani, diretora executiva do IDIS.

6 – Brasileiros não doam por falta de recursos e por não receberem pedido de doação:
Ipsos 2014 Grafico 4

Em relação aos mecanismos de doações dedutíveis do Imposto de Renda, o desconhecimento dos brasileiros é grande: 84% disseram não conhecê-los. Esse percentual é significativo e indica o potencial de crescimento para doações realizadas via incentivos fiscais. “Atualmente a dedução praticamente só pode ser realizada quando a doação é para projetos via leis de incentivos ou Fumcad – Fundo Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente. O ideal é que haja a ampliação do incentivo fiscal para dar liberdade para o doador beneficiar diretamente as organizações da sociedade civil”, explica Paula Jancso Fabiani, diretora executiva do IDIS – Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social. 

Ipsos 2014 Grafico 5

Metodologia da pesquisa Public Affairs - A pesquisa Ipsos Public Affairs foi realizada em três etapas: julho, outubro e dezembro de 2013, a partir de entrevistas quantitativas com mil pessoas em cada rodada. A primeira etapa foi probabilística para a seleção dos municípios: 70 municípios do Brasil, sendo nove regiões metropolitanas. Na segunda etapa foram selecionados aleatoriamente setores censitários para compor a amostra e as entrevistas foram realizadas nos domicílios a partir de cotas das variáveis  sexo, idade, ocupação, nível sócio econômico e nível de escolaridade. A margem de erro da pesquisa Ipsos Public Affairs é de 3 pontos porcentuais, com coeficiente de confiança de 95%.

** Percentuais baseados nos entrevistados que utilizaram pelo menos um canal de comunicação para entrar em contato com alguma empresa nos últimos 12 meses.

Informações à imprensa – G4 Solutions
Tamer Comunicação Empresarial
Geyse Alencar – geyse@tamer.com.br
(11) 3031-2388// 9-9940-0128

Fonte: IDIS

-----------------------------------------

LEIA TAMBÉM:
Uma nova militância? Relatório analisa mudanças nas organizações da sociedade civil
Pesquisa aponta forte retomada de grandes doações de pessoas físicas nos EUA
Por que os investidores sociais brasileiros não divulgam o quanto doam?
Por um investimento social transformador
O sentido das ONGs no Brasil de hoje
Pesquisa aponta que brasileiro confia mais em mídia e empresas do que nas ONGS
Brasil está entre os 10 países com maior número de voluntários, mas doa pouco
Dificuldade em inscrever e acompanhar projetos via edital ainda é comum
SEM FINS DE PREJUÍZO, uma outra maneira de ver o setor social
Estudo aponta que investimento social em meio ambiente ainda é baixo
Editorial da Folha de São Paulo: "ONGs na linha".
O marco regulatório da sociedade civil
Projeto Maranhão: capacitação de jovens de Magé para iniciativa de marcenaria náutica no município
ONGs: vamos separar o joio sem destruir o trigo
Pesquisa global aponta queda brasileira no ranking dos doadores
Axel Grael: OSCIPs, denúncias e novas burocracias. A solução é o marco legal
Se relatórios de responsabilidade socioambiental fossem uma obrigação legal as empresas seriam mais responsáveis?
Especialista comenta cenário brasileiro de captação de recursos para ONGs
Pesquisa conclui: quem tem menos, doa mais!!!
Responsabilidade Social x Filantropia
As perspectivas para a filantropia e investimento social privado no Brasil


Nenhum comentário:

Postar um comentário

Contribua. Deixe aqui a sua crítica, comentário ou complementação ao conteúdo da mensagem postada no Blog do Axel Grael. Obrigado.