quarta-feira, 15 de julho de 2015

LEI DE PROTEÇÃO ANIMAL - Prefeitura de Niterói terá convênio com veterinárias para fazer castrações


O veterinário Joel Osório, presidente da Associação Nacional de Clínicos Veterinários de Pequenos Animais, aprova a iniciativa
Marcelo Feitosa

Procedimentos serão gratuitos e animais também vão ganhar chips para monitoramento

A diretoria de Proteção Animal, que faz parte da Secretaria de Meio Ambiente de Niterói, lança a partir da próxima segunda-feira, dia 20, edital para credenciamento de clínicas veterinárias para os procedimentos de castração pública. O objetivo é criar um controle da população animal que vive hoje na cidade, além de educar e orientar as pessoas que possuem animais de estimação. Os proprietários das clínicas deverão se cadastrar e participar do processo, que deve começar em agosto. As clínicas deverão apresentar a documentação necessária para análise dos setores responsáveis pelo programa.

“A diretoria de Proteção Animal vai realizar um levantamento em comunidades que consideramos mais carentes da cidade para saber quantos animais uma família possui e dar orientações sobre a prática da castração, que é vista com muito preconceito, e vamos esclarecer as dúvidas. Depois, encaminharemos os animais para as clínicas que vão estar cadastradas junto à Secretaria para que os procedimentos possam ser feitos. Tudo vai ser acompanhado e nós vamos mapear a cidade onde existem maiores incidências de abandono e também das doenças”, explica o diretor de Proteção Animal, Marcelo Pereira.

De acordo com o vereador e ex-secretário de Meio Ambiente de Niterói, Daniel Marques, os recursos para o custeio do serviço, para este segundo semestre, serão de R$ 20 mil, divididos para os repasses às clínicas. O vereador disse ainda que, para o ano que vem, já existe na Lei Orçamentária do município verba de R$ 100 mil prevista para o programa durante todo o ano de 2016, onde a expectativa é de que mais de mil animais possam ser castrados. O objetivo do projeto é criar um controle da população de animais da cidade e monitorar os casos de doença.

“O nosso objetivo é castrar cerca de 500 animais, entre gatos, gatas, cachorros e cadelas, até o mês de dezembro. A ideia é ter um controle populacional dos animais de Niterói. A prefeitura vai oferecer recurso às clínicas para que possam realizar esse trabalho de graça para a população. Hoje isso já é feito gratuitamente pelo Centro de Controle de Zoonoses e o intuito desse projeto é dar subsídio aos profissionais veterinários para que também façam as castrações. É uma questão de saúde pública e vamos desenvolver um estudo sobre as doenças dos animais”, explicou Marques, citando ainda a Lei de Proteção Animal, aprovada no início deste mês na Câmara de Vereadores de Niterói, que aguarda sanção do prefeito Rodrigo Neves.

“Essa legislação foi amplamente debatida com todos os setores. Em 2013 houve reunião e discorremos a minuta do projeto de lei com os alunos e veterinários da UFF, levamos a lei ao conhecimento de pet shops, protetores e membros do Governo. Analisamos profundamente os maiores problemas que vivemos no primeiro ano de gestão da Secretaria de Meio Ambiente e temos um extraordinário resultado”, comemora.

Monitoramento – No procedimento cirúrgico, o animal receberá um chip e será monitorado pela Secretaria, que também realizará um levantamento das doenças.

“Com esse chip nós vamos conseguir monitorar também os casos das doenças dos animais, além de saber se eles passaram por casos de abandono e maus-tratos”, explica Daniel Marques.

Veterinário há 36 anos e presidente da Associação Nacional de Clínicos Veterinários de Pequenos Animais (Anclivepa-RJ), Joel Osório apoia o incentivo ao procedimento pela prefeitura e diz que a prática é importante por conta da questão de saúde pública.

“Nós, veterinários, apoiamos a questão relacionada à saúde pública na questão do trato dos animais. Sou a favor e acho importante principalmente para se ter um melhor estudo da população animal da cidade, além de monitorar as condições do animal no tratamento das doenças. A maioria dos nossos atendimentos aqui na clínica vem de procedimentos sociais, oferecidos de graça, com uma média de cerca de 10 procedimentos por mês. Tenho amigos de outras cidades onde as prefeituras desenvolvem projetos desse tipo. De início me parece que não é muito lucrativo, mas com o aumento da procura pelos serviços pode acabar compensando”, avalia Joel, enquanto examina uma cadela em seu consultório.

Fonte: O Fluminense








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