domingo, 27 de setembro de 2015

Estudo traça perfil do ciclista brasileiro




Paula Valviesse

Niterói ocupa o segundo lugar no ranking, atrás apenas de Brasília, de integração da bicicleta com outros meios de transporte

Os primeiros resultados divulgados da pesquisa “Perfil do Ciclista Brasileiro”, realizada pela organização Transporte Ativo em dez cidades do país, apontam Niterói como a segunda cidade onde os ciclistas fazem mais integração com outros meios de transporte. Com 41,7%, o município fica atrás apenas de Brasília (51,7%) e ganha do Rio de Janeiro, que aparece na terceira posição (34,5%). Os dados são preliminares e, segundo o Programa Niterói de Bicicleta, a cidade ainda está cotada como a que tem mais ciclistas mulheres.

Para o vice-prefeito, Axel Grael, que está diretamente envolvido nessa questão do ciclismo e da mobilidade urbana, esse resultado é fruto de muito trabalho e do desenvolvimento de ações que visam dar infraestrutura para os usuários de bicicletas e os outros meios de transporte não motorizados. Ele ressalta que com o túnel Charitas-Cafubá a ligação entre as regiões da cidade ficará ainda maior, já que nos dois sentidos serão implantadas ciclovias. “Nós estabelecemos a bicicleta como uma prioridade e implantamos o programa Niterói de Bicicleta. O município realmente tem uma vocação muito grande para o uso desse transporte. Nós reparamos isso na resposta dada através da ocupação, do uso, de todos os equipamentos implantados na cidade. No quesito infraestrutura, vamos implantar agora o bicicletário nas barcas e com as ciclovias do túnel Charitas-Cafubá vamos ter um trajeto plano de Itacoatiara até o Barreto”, destaca Axel.

Entre todos os entrevistados, 47,1% responderam que utilizam a bicicleta em combinação com outro meio de transporte em algum de seus trajetos. Sabendo disso, essa colocação da cidade pode ser explicada pelo favorecimento do relevo, com curtas distâncias entre a maioria dos bairros e terreno pouco acidentado, com exceção apenas da Região de Pendotiba, e pelo grande fluxo de pessoas que utilizam a bicicleta para fazer integração com as barcas. “Existe um fluxo muito grande de pessoas que trabalham no Rio e moram em Niterói, então esse dado favorável nós já esperávamos. E com a possibilidade de ir de bicicleta na embarcação sem a cobrança de taxa extra muito mais gente está optando por essa integração. Isso é positivo para os ciclistas e para a cidade”, explica Isabela Ledo, diretora do programa Niterói de Bicicleta.

Pelo programa, Isabela ainda apresenta outro dado muito interessante, que o município é o que tem mais mulheres ciclistas. “Niterói é a cidade que tem mais mulheres pedalando. Esses são dados que mostram que as ciclovias, mesmo ainda tendo alguns problemas estruturais, favorecem a segurança. Isso significa que a infraestrutura oferecida permite que cada vez mais pessoas optem pela bicicleta”, conta Isabela.

O estudo, de acordo com o diretor geral da Transporte Ativo e coordenador nacional da pesquisa sobre perfis, José Lobo, foi realizado nas cidades de Porto Alegre, São Paulo, Rio de Janeiro, Niterói, Belo Horizonte, Salvador, Aracaju, Recife, Manaus e Brasília e contou com mais de cinco mil pessoas entrevistadas. Em Niterói, a organização contou com a parceria da Prourbe, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e do Observatório das Metrópoles, como suporte técnico, além da participação dos grupos Mobilidade Niterói, representando a sociedade civil, e Niterói de Bicicleta, pelo poder público.

O projeto foi iniciado em março, com finalização das entrevistas na semana passada, e será publicado no final de novembro. Entre as informações coletas nas dez cidades também ficou demonstrado que cerca de 27,6% das pessoas utilizam a bicicleta pelo menos cinco dias na semana; que 14,9% dos ciclistas estiveram envolvidos em algum acidente de trânsito enquanto pedalavam; e que o maior número de pessoas que optam pela utilização desse modal (33,4%) estão na faixa entre 25 e 34 anos.
Fonte: O Fluminense








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