sexta-feira, 19 de agosto de 2016

Após ouro, Martine e Kahena querem inspirar outras mulheres para a vela



Martine Grael e Kahena Kunze comemoram o ouro na classe 49ers FX. Por: Benoit Tessier - 18.ago.2016/Reuters 18/08/2016



LUISA BUSTAMANTE
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA 19/08/2016 17h40


Após a conquista da medalha de ouro, as velejadoras Martine Grael e Kahena Kunze afirmaram que querem ser inspiração para outras mulheres no esporte.

"Os homens que se segurem. A vela feminina está com seu potencial crescendo e espero que esse resultado influencie novas pessoas para esse esporte. Queria deixar de coração a mensagem para que não desistam", afirmou Kahena, nesta sexta-feira (19).

"Admiro as mulheres não só no esporte, mas fora dele. Eu admiro as que têm determinação, buscam e conseguem o que querem e espero que a gente inspire outras mulheres também", disse Martine.

As duas atletas falaram sobre a parceria que rendeu ao Brasil o ouro nesta quinta-feira (18).

A dupla brasileira venceu a última regata da classe 49er FX com dois segundos de vantagem sobre a dupla Molly Meech e Alexandra Maloney, da Nova Zelândia, medalha de prata.

"Quando a gente começou, nós já éramos bem amigas. A gente aprendeu a manter o equilíbrio. Porque tem dias que uma não acorda muito bem e a outra tem que animar. A gente se completa", disse Kahena.

A dupla participou de uma conversa com jornalistas na tarde desta sexta na Casa Omega, em Ipanema. Martine comentou a importância de competições grandes em casa para elevar o nível da vela no país.

"Para buscar elevar nosso nível, a gente tem que buscar fazer parcerias com as neozelandesas e dinamarquesas, que por acaso foram bronze e prata. E se a gente tivesse uma competição em casa a gente não precisaria gastar tanto recurso e investir mais para buscar essas parcerias fora. A renovação no esporte é importante porque ela traz novos talentos", disse a atleta.

Presente no evento, o medalhista e pai de Martine, Torben Grael, disse que levar atletas para a vela olímpica ainda é um grande desafio.

"A gente tem poucos praticantes de vela olímpica no Brasil. Há uma quantidade grande de crianças e mulheres, que são quase metade da classe optimist, que é a iniciação. O desafio é trazer para a vela olímpica. Então uma das primeiras ações depois que eu entrei para a coordenação da equipe de vela foi apoiar mais de um atleta por classe. Isso é uma maneira de atrair jovens para a vela olímpica", disse.

O espanhol Javier Torres, treinador das atletas, falou sobre o caminho que levou a dupla a conquistar a medalha.

As atletas decidiram fazer um caminho diferente das rivais neozelandesas, que lideravam a prova, após virar a última boia da regata.

Guiadas por uma bandeira do Brasil na Fortaleza de São João, elas pegaram o caminho pela esquerda e ultrapassaram as rivais na competição.

"Não era tão arriscado como parecia. O risco de perder a segunda colocação era menor. Mas a gente sempre faz uma avaliação de risco: saber que por aqui vai ser mais arriscado, mas o ganho pode ser bom. Elas gostam de ganhar e isso faz parte do esporte. Se você quer ganhar, vai ter que arriscar", disse o técnico.

Fonte: Folha de São Paulo



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