quarta-feira, 24 de agosto de 2016

CENTRO PETROBRAS DE CINEMA - Complexo de cinema entra enfim no circuito



Uma das salas do complexo que terá cinco cinemas para filmes alternativos e premiados, mediante curadoria interna. Blockbusters de conteúdo também terão vez - Divulgação/Alexandre Vieira


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Reserva Cultural tem pré-estreia quarta-feira, com ‘Aquarius’, e inauguração oficial dia 1º de setembro

NITERÓI — Um gigante se ilumina na orla do Caminho Niemeyer. O mais recente legado do consagrado arquiteto se prepara para a abertura ao público, passados mais de dez anos desde o lançamento da pedra fundamental da obra. Há quem diga que, deste porte e com tamanha qualidade, não há complexo igual no país. O Reserva Cultural, administrado pelo grupo de mesmo nome, será voltado para o lazer do niteroiense, que vai poder “sair de casa e curtir uma boa livraria, tomar um bom vinho, ir a uma galeria de arte e ver um ótimo filme no mesmo lugar”, nas palavras do presidente da Fundação de Artes de Niterói (FAN), André Diniz. E se tornará referência do cinema brasileiro para além-mar, afirma o gestor Jean Thomas Bernardini, nesta empreitada ao lado da sócia Laure Bacqué.

Selecionar filmes alternativos (fora da rota mercadológica), independentes e premiados é o que move o grupo, já bem-sucedido em um projeto similar, porém de menor dimensão, em São Paulo. Não à toa escolheram estender o tapete vermelho para “Aquarius” — o mais recente filme brasileiro indicado à Palma de Ouro no Festival de Cannes —, na pré-estreia desta quarta-feira, para convidados. Do elenco, estarão presentes os atores Sônia Braga, Maeve Jenkings, Humberto Carrão e Iradhir Santos, entre outros, e o diretor Kleber Mendonça Filho. A inauguração oficial do complexo de cinemas será no dia 1º de setembro.

— Fizemos questão de inaugurar o Complexo com um filme brasileiro para mostrar a força que o cinema nacional tem, e tivemos a sorte de contar com o filme que mais se destacou recentemente, um favorito a ser indicado ao Oscar. A filosofia do projeto era montar um cinema de rua equipado como se fosse um shopping center porque, para oferecer algo nesta linha, ele precisava ter outros atrativos, além de conforto, segurança, estacionamento (de 1.800 metros quadrados) e boa localização. Será um ambiente agradável para o público frequentar regularmente — diz Bernardini.

Ainda há espaços em negociação, mas entre os confirmados no miniplex de cinco cinemas estão a Livraria Blooks; a Bizu Bizu, um misto de hamburgueria, comidinhas francesas e sucos naturais; e o Bistrô Reserva, de cozinha mediterrânea.

— Vários espaços Petrobras começaram a funcionar plenamente. Particularmente sobre o Reserva, todo mundo dizia que não íamos conseguir fazer num prédio único do Niemeyer, que ninguém ia querer fechar a parceria público-privada. Nós conseguimos colocar a licitação na rua, fizemos audiências públicas e encontramos um parceiro sofisticado. Niterói merece isso — afirma Diniz.

Vultosos R$ 12 milhões foram investidos na reforma e na adequação do prédio na Avenida Visconde do Rio Branco 880.

— Na matriz, em São Paulo, pegamos um cinema preexistente, colocamos abaixo e fizemos quatro salas, adaptando dentro do possível, também com um bom resultado. Mas não se compara a um projeto já pensado por um arquiteto. É o tipo de desafio que nos faz trabalhar mais e com gosto. É uma honra lidar com uma obra feita por Niemeyer, o primeiro conjunto de cinema feito por ele, e muito bem planejado — ressalta Bernardini.

Segundo o gestor, o público será o termômetro da programação escolhida.

— A cada semana teremos uma programação diferente, numa seleção dos melhores. Mas isso não é engessado. Podemos manter um filme mais tempo em cartaz, se o público o desejar. Estaremos atentos a essa aceitação. E, se houver algum blockbuster que conquiste o grande público e que tenha conteúdo interessante que o faça refletir, ele será incluído merecidamente — garante.

PARCERIA EM CONTRAPARTIDA SOCIAL

A vizinha Universidade Federal Fluminense (UFF) será parceira do Reserva numa contrapartida social, de acordo com o gestor, que já fez reuniões com diretores da instituição para iniciar um plano. Diniz acrescenta que haverá editais em breve:

— A Secretaria (de Cultura) vai investir em pequenas produções audiovisuais da cidade, em parceria com a UFF. Faremos editais para essa área. O investimento vem da outorga do Reserva Cultural. Ao ganharem o espaço na licitação, eles pagam cerca de R$ 40 mil por mês (quase meio milhão ao ano). Parte disso será destinada também ao fomento de projetos de alunos e professores.

Para inaugurar o Centro Petrobras de Cinema, integrante da estrutura que se assemelha a um rolo de filme, a prefeitura ainda busca parceiros.

— Vamos inaugurar o rolo de filme até 2017. Nós temos emenda de R$ 1,8 milhão para o auditório. E estamos atrás de parceiros para viabilizar o centro de memória. Além do museu, terá o centro de audiovisual e o auditório multiuso (para 800 pessoas), que poderá ser usado para avant-premiéres, palestras, apresentações de teatro e outras ideias. Ele, certamente, vai atrair muita gente do Rio — vislumbra o presidente da FAN.

Fonte: O Globo Niterói









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