terça-feira, 31 de outubro de 2017

TORBEN GRAEL E ARTHUR LOPES CAMPEÕES: Campeonato Europeu quase teve dobradinha Grael no pódio.





Torben Grael e Arthur Lopes conquistaram o Campeonato Europeu da Classe Star. Fotos Andrea Lelli.


Lars Grael e Samuel Gonçalves, com excelente performance, terminaram em quarto lugar, empatados com o terceiro lugar e a um ponto do segundo colocado. Fotos Andrea Lelli.

Cerca de 60 tripulações disputaram o título europeu de 2017. Foto Andrea Lelli.


Torben Grael and Arthur Lopes winner of the Star European Championship 2017

Almost 60 teams competed at the Star European Championship held in Sanremo, Italy, from Wednesday October 25th to Sunday, October 29th.

After six difficult races, sailed with ever different conditions, the sailing super star Torben Grael (BRA) with great crew Arthur Lopes (Tutu), won the ISCYRA Silver event, proving Torben is always one of the skippers to watch, and surely one who can be on the podium of the SSL Finals 2017, that will take place in about a month’s time.




In second place we find Diego Negri, in his homewater, and Sergio Lambertenghi (ITA) who won two races in the series, the fourth and the last one. They will also attend the SSL Finals in Nassau, and have yet to win a Star Sailors League event, so will give their best.

Bronze medal Augie Diaz (AUS) and Bruno Prada (BRA), together winner of the Star World Championship in 2016 in Miami. The team won the second race and proved to be a perfect duo, who unfortunately won’t be on the same boat in one month’s time in the Bahamas, Augie will sail with crew Austin Sperry and Bruno will be at the bow of Freddy Loof’s Star.

The event gives, like any other ISCYRA Silver event, 750 points for the SSL Ranking, both for Skipper and Crew. We’ll see on Tuesday – SSL Ranking day – where Torben and Tutu will be after winning the Star European Championship in Sanremo, Italy.

Fonte: Star Sailor








Os desperdícios por trás do alimento que vai para o lixo





Pode-se entender todo esbanjamento como despesa inútil, mas entre todos os tipos possíveis de desperdício, as proporções e os desdobramentos do desperdício de alimentos torna-o uma despesa censurável em um planeta com recursos naturais escassos e finitos. Dados da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) revelam que, por ano, aproximadamente um terço dos alimentos produzidos em todo o mundo não é consumido pela população, sendo perdido em alguma etapa da cadeia de produção ou desperdiçado no elo final, em restaurantes e residências. Isso representa cerca de 1,3 bilhão de toneladas de alimentos que não são aproveitados ou, em valor monetário, uma quantia aproximada de US$ 1 trilhão.

Somente os números absolutos do desperdício de alimentos já são alarmantes, contudo, há uma série de desperdícios embutidos que anuviam ainda mais o cenário global. A cadeia de produção e distribuição de alimentos necessita de água, terra, adubos minerais, pesticidas, energia elétrica e combustíveis fósseis. O alimento que vai para o lixo enterra junto com ele todos esses recursos que foram consumidos durante o seu processo de produção e causa impactos ambientais na atmosfera e na biodiversidade.




Os custos ambientais do desperdício de alimentos não será sentido somente pelas próximas gerações em virtude da escassez dos recursos naturais e da degradação do meio ambiente, que invariavelmente ocasionam impactos no clima, mas já são pagos hoje pela sociedade. Além de US$ 1 trilhão de custos econômicos por ano, a FAO estima que os custos ambientais e os custos sociais do desperdício de alimentos alcançam US$ 700 bilhões e US$ 900 bilhões, respectivamente. Na somatória da tríade de custos - econômicos, ambientais e sociais, a estimativa total do desperdício de alimento gira em torno de US$ 2,6 trilhões por ano, o que equivale ao PIB do Reino Unido - quinta maior economia do mundo.

“A lógica é essa: quanto mais alimento é jogado no lixo, mais alimento precisa ser produzido para repor aquele que foi posto fora. Portanto, mais recursos naturais precisam ser usados para isso”, problematiza a pesquisadora Milza Moreira Lana, que estuda a temática e trabalha na área de pós-colheita na Embrapa Hortaliças, em Brasília/DF. Junto com a comida, também está indo para o lixo a água e as terras agricultáveis utilizadas no processo de produção dos alimentos.

Se, por um lado, a demanda crescente por alimentos tem fomentado a pesquisa agropecuária e exigido novas tecnologias para os produtores obterem maior produtividade por área plantada, por outro, o desequilíbrio na equação “produção x consumo” causado pelo desperdício faz com que o setor produtivo precise recorrer à expansão das lavouras em áreas de vegetação nativa e de preservação. Assim, aumentam as perdas de biodiversidade, os processos erosivos no solo e a contaminação do ar e lençóis freáticos por pesticidas e adubos minerais.




As fontes minerais de fósforo e potássio, principais nutrientes dos adubos químicos, são finitas no planeta. O pesquisador Juscimar Silva, da área de Nutrição de Plantas da Embrapa Hortaliças, explica que, ao descartar qualquer alimento, em especial as hortaliças, deixa-se de aproveitar os minerais contidos nos resíduos. Ele sugere a técnica da compostagem para aproveitar esses nutrientes e torná-los disponíveis novamente para a planta. “A compostagem converte resíduos em compostos orgânicos ricos em nutrientes, substâncias húmicas e carbono, que servem de fertilizantes para as plantas. Pode-se dizer que é um sistema da mesa para a mesa, com impactos positivos diretos na sustentabilidade”, anota Silva, ao destacar que a compostagem evita que resíduos causem contaminação de solos e aquíferos.

O desperdício da água utilizada para irrigar cultivos agrícolas que resultam em lixo, e não em alimento, também é repreensível se se considerar as constantes crises hídricas e os conflitos existentes ao redor do mundo por causa desse insumo cada vez mais escasso no planeta. A legislação brasileira, por exemplo, prevê que o uso prioritário da água, em situações de escassez, deve ser o consumo humano e a dessedentação de animais. Sendo assim, o desabastecimento pode ter implicação direta nas atividades econômicas sejam industriais ou agrícolas. Além de terra e água, ao longo da cadeia também foram perdidos os combustíveis fósseis para transporte e a energia elétrica para refrigeração de produtos que, no fim de todas essas etapas, foram convertidos em lixo e não em alimento.

“Contabilizar todos os custos implicados no desperdício de alimentos amplia nossa compreensão do sistema alimentar e traz mais clareza para a discussão dos impactos do desperdício na sociedade. É claro que desperdiçar alimentos é censurável porque enquanto há comida indo para o lixo, há pessoas passando fome. O desperdício também pode contribuir para aumentar o preço e tornar o alimento menos acessível para a população de baixa renda”, avalia Milza ao acrescentar que, ainda assim, não se pode concluir que a fome automaticamente é reduzida com um menor desperdício de alimentos, pois há componentes mais complexos nessa questão. Na atualidade, por exemplo, as regiões do mundo que mais sofrem com insegurança alimentar são zonas de conflito civil e instabilidade social, enquanto as regiões que mais desperdiçam alimentos são os países mais ricos onde a população tem acesso aos alimentos na quantidade necessária.

Ao inserir a problemática do desperdício de alimentos com base nas questões estruturantes e nas deficiências da cadeia produtiva e de suprimentos, nota-se que nos países em desenvolvimento as perdas estão concentradas nos estágios que antecedem o consumo: produção, pós-colheita, processamento, distribuição e varejo. Já nos países desenvolvidos despontam os percentuais de desperdícios no varejo e no consumo.

Milza explica que o Brasil apresenta características desses dois grupos de países, devido ao contraste socioeconômico entre as regiões do País: “Há perdas concentradas no início da cadeia, devido a problemas na pós-colheita, como também uma fatia considerável de alimentos jogados no lixo pelos próprios consumidores após a compra ou o preparo”. Estimativas da FAO para a América Latina sugerem que 230 quilos de alimentos são desperdiçados por pessoa todos os anos.

“Existem providências específicas que devem ser tomadas por cada agente responsável por esses números: governantes, agricultores, comerciantes e indústria alimentícia. Contudo, os consumidores não podem ficar alheios a sua parcela de responsabilidade e devem ser sensibilizados para contribuir com a redução do desperdício”, opina a pesquisadora.

O desperdício na ponta do lápis do consumidor




Em primeiro lugar, o que fica mais evidente é que, ao jogar fora o alimento comprado, o consumidor está desperdiçando também seu próprio dinheiro. Muito provavelmente, as pessoas ficariam espantadas se calculassem os preços pagos pelos alimentos que, poucos dias depois, foram parar no lixo.

Os resultados da Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF) realizada pelo IBGE, em 2008/2009, indicaram que aproximadamente 25% do orçamento familiar é destinado à alimentação. Agora façamos uma conta rápida: segundo o mesmo instituto, na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua, o rendimento mensal domiciliar per capita do brasileiro em 2016 foi de R$ 1.226,00. Logo, uma família de cinco pessoas, com renda mensal de R$ 6.130,00, gasta R$ 1.532,50 com alimentação.

Mas a pergunta que fica é: desse valor que parte é realmente aproveitada e consumida e que percentual vira desperdício de dinheiro e comida jogada no lixo? Se considerar a média mundial de que 30% dos alimentos são desperdiçados, essa família gastou R$ 459,75 com alimentos que, no final das contas, foram parar no lixo.

Quando se fala em hortaliças – folhas, frutos, raízes e tubérculos -, que são um dos grupos de alimentos mais perecíveis, o desperdício beira metade de todos esses vegetais produzidos no mundo. “O prejuízo direto é sentido no bolso do consumidor que poderia ter reservado esse dinheiro para educação, vestuário, lazer ou investimentos”, enfatiza a pesquisadora, que enumera três regras básicas para o melhor aproveitamento das hortaliças: (1) saber cozinhar para aproveitar qualquer hortaliça em diferentes pratos, (2) ir ao mercado com mais frequência para evitar estoque em casa e (3) armazenar corretamente as hortaliças.





O consumidor paga a conta de outra maneira também, visto que há prejuízos indiretos com o alimento descartado no lixo como a própria gestão desses resíduos pelo poder público. Todo munícipio destina uma fatia de seu orçamento para o tratamento do lixo e, quanto mais dinheiro é utilizado para transportar e tratar o lixo, mais uma vez menos dinheiro público está sendo aplicado em investimentos com saúde, educação e segurança.

Há também um impacto ambiental dos alimentos que vão parar no lixo.



“Os resíduos orgânicos representam por volta de 50% dos resíduos urbanos gerados no Brasil. Quando descartados em lixões, geram contaminação do solo e da água devido ao chorume, atraem e favorecem a proliferação de vetores de doenças e emitem gás metano, um dos gases responsáveis pelas mudanças climáticas”, observa o analista ambiental Lúcio Costa Proença, do Departamento de Qualidade Ambiental e Gestão de Resíduos do Ministério do Meio Ambiente.

Para minimizar esse impacto, o poder público deve investir em aterros sanitários, com tratamento dos líquidos, recobrimento dos resíduos com solo e queima dos gases. Contudo, Proença sinaliza que a destinação mais adequada para os resíduos orgânicos seriam os processos de degradação controlada como compostagem e biodigestão. “Os resíduos orgânicos devem retornar ao solo de forma segura, porém, atualmente menos de 1% dos resíduos recebem esse tratamento”, adverte.

Os desperdícios por trás do alimento que vai para o lixo passam por eixos sociais, econômicos e ambientais. “As ações individuais não são suficientes para a resolução dos problemas estruturantes do sistema alimentar, mas é preciso coordenar iniciativas nesses dois âmbitos para caminhar em direção à redução do desperdício”, defende a pesquisadora.

“Com tecnologia pós-colheita de hortaliças adequada mais alguns cuidados, é possível reduzir o desperdício, economizar dinheiro e ajudar a proteger o meio ambiente”, registra Milza, coordenadora do projeto “Hortaliça não é só salada”, que disponibiliza em um site, entre outros conteúdos, informações sobre como identificar os produtos de melhor qualidade, como acondicionar para que durem por mais tempo e como consumir em diferentes tipos de preparações.


Fonte: Embrapa











segunda-feira, 30 de outubro de 2017

CAMPEÃO!!! Torben Grael e Tutu Lopes vencem o Europeu de Star em Sanremo, na Itália






Terminou hoje no Mediterrâneo italiano o Campeonato Europeu de Star. A dupla Torben Grael e Arthur Lopes se sagrou campeã após 6 regatas (um descarte). O 5º lugar na única prova deste domingo foi suficiente pra garantir o título.

Lars Grael e Samuca Gonçalves por pouco não fizeram um pódio familiar. Foram segundos na regata de hoje e ficaram a apenas dois pontos dos campeões, só que, com a vitória na regata de hoje, a parceria local Diego Negri e Sérgio Lambertenghi garantiu o vice.

O americano Augie Diaz com o proeiro brasuca Bruno Prada, que lideraram boa parte do campeonato, queimou a largada com bandeira preta e foi desclassificados hoje. Mesmo assim eles descartaram o resultado e garantiram o bronze com o mesmo número de pontos de Lars e Samuca.

Fonte: Murillo Novaes



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Por GloboEsporte.com, Lisboa, Portugal

Campeã olímpica é a primeira brasileira a participar da competição de vela oceânica e se anima com a etapa inicial

Campeã olímpica da classe 49er FX na Rio 2016, Martine Grael se tornou a primeira brasileira a participar da Regata de Volta ao Mundo. Integrante do barco Holanda 1, a velejadora se animou com a quarta colocação na primeira etapa da competição de vela oceânica mesmo competindo com um membro a menos na equipe e um membro emprestado do barco de Hong Kong.

- Foi uma experiência espetacular. Ainda bem que os barcos são one-design, pois é tudo igual e as manobras correram bem. Foi um bom resultado, mas infelizmente perdemos alguns lugares já perto do final. A gente teve um começo muito difícil da regata. Teve muitas manobras e com uma pessoa a menos tivemos dificuldades. Praticamente a tripulação inteira mudou um dia antes da largada. Depois desse momento difícil, a gente teve vários acertos de tática, muita comunicação e trabalho em equipe. Saímos de Gibraltar em segundo! Depois a falta de treino foi contando...foi muito bom como time segurar tão bem com as condições que a gente teve - disse Martine Grael, que é a reguladora de velas do Holanda 1.





Na primeira etapa entre a Espanha e Portugal, o barco Holanda 1 largou em último lugar, mas conseguiu recuperar posições rapidamente. Nos seis dias de regata, a equipe se manteve entre segundo e terceiro, perdendo o posto no pódio nas últimas 24 horas de prova. Único barco de dupla nacionalidade, o EUA/Dinamarca liderou, seguido pelo barco da Espanha e o da China.

A segunda etapa da Regata de Volta ao Mundo começa no próximo domingo, com largada em Lisboa, em Portugal. Vãos ser 700 milhas náuticas até a Cidade do Cabo, na África do Sul.

Fonte: Globo Esporte 










Greenhouse gas concentrations surge to new record




Concentrations of carbon dioxide in the atmosphere surged at a record-breaking speed in 2016 to the highest level in 800 000 years, according to the World Meteorological Organization's Greenhouse Gas Bulletin. The abrupt changes in the atmosphere witnessed in the past 70 years are without precedent.

Globally averaged concentrations of CO2 reached 403.3 parts per million in 2016, up from 400.00 ppm in 2015 because of a combination of human activities and a strong El Niño event. Concentrations of CO2 are now 145% of pre-industrial (before 1750) levels, according to the Greenhouse Gas Bulletin.

Rapidly increasing atmospheric levels of CO2 and other greenhouse gases have the potential to initiate unprecedented changes in climate systems, leading to “severe ecological and economic disruptions,” said the report.

The annual bulletin is based on observations from the WMO Global Atmosphere Watch Programme. These observations help to track the changing levels of greenhouse gases and serve as an early warning system for changes in these key atmospheric drivers of climate change.

Population growth, intensified agricultural practices, increases in land use and deforestation, industrialization and associated energy use from fossil fuel sources have all contributed to increases in concentrations of greenhouse gases in the atmosphere since the industrial era, beginning in 1750.

Since 1990, there has been a 40% increase in total radiative forcing – the warming effect on our climate - by all long-lived greenhouse gases, and a 2.5% increase from 2015 to 2016 alone, according to figures from the US National Oceanic and Atmospheric Administration quoted in the bulletin.

“Without rapid cuts in CO2 and other greenhouse gas emissions, we will be heading for dangerous temperature increases by the end of this century, well above the target set by the Paris climate change agreement,” said WMO Secretary-General Petteri Taalas. “Future generations will inherit a much more inhospitable planet, “ he said.

“CO2 remains in the atmosphere for hundreds of years and in the oceans for even longer. The laws of physics mean that we face a much hotter, more extreme climate in the future. There is currently no magic wand to remove this CO2 from the atmosphere,”said Mr Taalas.

The last time the Earth experienced a comparable concentration of CO2 was 3-5 million years ago, the temperature was 2-3°C warmer and sea level was 10-20 meters higher than now.

The WMO Greenhouse Gas Bulletin reports on atmospheric concentrations of greenhouse gases. Emissions represent what goes into the atmosphere. Concentrations represent what remains in the atmosphere after the complex system of interactions between the atmosphere, biosphere, cryosphere and the oceans. About a quarter of the total emissions is taken up by the oceans and another quarter by the biosphere, reducing in this way the amount of CO2 in the atmosphere.

A separate Emissions Gap Report by UN Environment, to be released on 31 October, tracks the policy commitments made by countries to reduce greenhouse gas emissions and analyses how these policies will translate into emissions reductions through 2030, clearly outlining the emissions gap and what it would take to bridge it.

"The numbers don't lie. We are still emitting far too much and this needs to be reversed. The last few years have seen enormous uptake of renewable energy, but we must now redouble our efforts to ensure these new low-carbon technologies are able to thrive. We have many of the solutions already to address this challenge. What we need now is global political will and a new sense of urgency," said Erik Solheim, head of UN Environment.

Together, the Greenhouse Gas Bulletin and Emissions Gap Report provide a scientific base for decision-making at the UN climate change negotiations, which will be held from 7-17 November in Bonn, Germany.

WMO, UN Environment and other partners are working towards an Integrated Global Greenhouse Gas Information System to provide information that can help nations to track the progress toward implementation of their national emission pledges, improve national emission reporting and inform additional mitigation actions. This system builds on the long-term experience of WMO in greenhouse gas instrumental measurements and atmospheric modelling.

WMO is also striving to improve weather and climate services for the renewable energy sector and to support the Green Economy and sustainable development. To optimize the use of solar, wind and hydropower production, new types of weather, climate and hydrological services are needed.

Key findings of the Greenhouse Gas Bulletin

Carbon dioxide

CO2 is by far the most important anthropogenic long-lived greenhouse gas. Globally averaged concentrations for CO2 reached 403.3 parts per million in 2016, up from 400.00 ppm in 2015. This record annual increase of 3.3 ppm was partly due to the strong 2015/2016 El Niño, which triggered droughts in tropical regions and reduced the capacity of “sinks” like forests, vegetation and the oceans to absorb CO2. Concentrations of CO2 are now 145% of pre-industrial (before 1750) levels.

The rate of increase of atmospheric CO2 over the past 70 years is nearly 100 times larger than that at the end of the last ice age. As far as direct and proxy observations can tell, such abrupt changes in the atmospheric levels of CO2have never before been seen.




Over the last 800 000 years, pre-industrial atmospheric CO2 content remained below 280 ppm, but it has now risen to the 2016 global average of 403.3 ppm.

From the most-recent high-resolution reconstructions from ice cores, it is possible to observe that changes in CO2have never been as fast as in the past 150 years. The natural ice-age changes in CO2 have always preceded corresponding temperature changes. Geological records show that the current levels of CO2 correspond to an “equilibrium” climate last observed in the mid-Pliocene (3–5 million years ago), a climate that was 2–3 °C warmer, where the Greenland and West Antarctic ice sheets melted and even some of the East Antarctic ice was lost, leading to sea levels that were 10–20 m higher than those today.

Methane

Methane (CH4) is the second most important long-lived greenhouse gas and contributes about 17% of radiative forcing. Approximately 40% of methane is emitted into the atmosphere by natural sources (e.g., wetlands and termites), and about 60% comes from human activities like cattle breeding, rice agriculture, fossil fuel exploitation, landfills and biomass burning.

Atmospheric methane reached a new high of about 1 853 parts per billion (ppb) in 2016 and is now 257% of the pre-industrial level.

Nitrous Oxide

Nitrous oxide (N2O) is emitted into the atmosphere from both natural (about 60%) and anthropogenic sources (approximately 40%), including oceans, soil, biomass burning, fertilizer use, and various industrial processes.

Its atmospheric concentration in 2016 was 328.9 parts per billion. This is 122% of pre-industrial levels. It also plays an important role in the destruction of the stratospheric ozone layer which protects us from the harmful ultraviolet rays of the sun. It accounts for about 6% of radiative forcing by long-lived greenhouse gases.





For further information contact: Clare Nullis, media officer. Email cnullis@wmo.int. Tel + 41 22 730 84 78 or Cell + 41 79 709 13 97

Notes for Editors

The WMO Global Atmosphere Watch Programme coordinates systematic observations and analysis of greenhouse gases and other trace species. Fifty one countries contributed data for the Greenhouse Gas Bulletin. Measurement data are reported by participating countries and archived and distributed by the World Data Centre for Greenhouse Gases (WDCGG) at the Japan Meteorological Agency.


Fonte: WMO 











Brasil pode levar 76 anos para adequar nível de leitura de todos os alunos





Índice de alunos com nível insuficiente de leitura em 2016 correspondia a 54,73%. Em 2014, o número estava em 56,17%, o que pode ser considerado uma estagnação na melhoria das taxas Elza Fiuza/Agência Brasil


Sabrina Craide – Repórter da Agência Brasil

Se o país continuar no atual ritmo de melhorias no nível de aprendizado dos alunos, serão necessários 76 anos para que todos os estudantes sejam considerados proficientes em leitura ao final do 3º ano do Ensino Fundamental. O cálculo é do movimento Todos Pela Educação, feito com base nos resultados da Avaliação Nacional de Alfabetização (ANA) de 2016, divulgados na última semana pelo Ministério da Educação (MEC).

Os dados da ANA mostram que o índice de alunos com nível insuficiente de leitura em 2016 correspondia a 54,73%. Em 2014, o número estava em 56,17%, o que pode ser considerado uma estagnação na melhoria das taxas. Pela classificação, alunos nos níveis insuficientes não conseguem realizar tarefas como identificar informações explícitas localizadas no meio ou no fim de um texto, escrever corretamente palavras com diferentes estruturas silábicas ou fazer contas de subtração com números maiores ou iguais a 100.

“Isso significa que as crianças vão para o 4º ano do Ensino Fundamental sem conseguirem, por exemplo, identificar relação simples de causa e consequência em textos pequenos, o que é uma habilidade absolutamente fundamental para a sequencia escolar e para a construção de uma cidadania plena”, diz o coordenador de projetos do Todos pela Educação, Caio Callegari.

Progressos

Apesar do quadro de estagnação, o especialista acredita que ocorreram processos importantes nos últimos anos, como a aprovação do Plano Nacional de Educação, em 2014, que estabelece para 2024 a meta de todas as crianças estarem alfabetizadas. Ele também cita a Base Nacional Comum Curricular, em análise no Conselho Nacional de Educação, e a construção do Pacto Nacional pela Alfabetização na Idade Certa (Pnaic). “A política foi bem desenhada, teve uma construção conjunta da sociedade civil. Foi um bom desenho, mas pecou na implementação”, diz.

Para Callegari, as novas ações anunciadas pelo MEC podem representar uma melhora no cenário da alfabetização do país, mas ainda é uma política tímida para o tamanho do desafio, especialmente em relação às desigualdades regionais. “Tanto o contingente de crianças que não estão sendo alfabetizadas, quanto o ritmo muito lento de superação, quanto esse quadro inaceitável de desigualdade são fundamentais para a gente conseguir refletir quais são as necessidades em termos de políticas públicas”, ressalta.

Desigualdades

Os dados da ANA mostram que as regiões Norte e Nordeste foram as que obtiveram os piores resultados de leitura, com 70,21% e 69,15% dos estudantes apresentando nível de insuficiência, respectivamente. Esses percentuais caem para 51,22% no Centro-Oeste, 44,92% no Sul e 43,69% no Sudeste. Em estados como Maranhão, Sergipe e Amapá, o índice de crianças com nível considerado suficiente em leitura está em torno de 20%.

O especialista Ernesto Martins Faria, diretor do Portal Iede (Interdisciplinaridade e Evidências no Debate Educacional), ressalta que os dados divulgados pelo MEC confirmam a dificuldade que o país tem para enfrentar as desigualdades. “É preciso ter altas expectativas e buscar dar mais recursos e suporte para as escolas que mais precisam. E é necessário, sim, ter altas expectativas já no 1º ano do Ensino Fundamental, no 2º, no 3º ano”, destaca.

Para Faria, ainda não dá para avaliar quais serão os resultados das medidas anunciadas pelo governo, pois o sucesso de uma política depende da qualidade da implementação. “A questão é complexa e passa por vários aspectos: promoção de altas expectativas nas escolas, alinhamento da Base Nacional Comum com o programa de formação e com o plano pedagógico da escola, a legitimidade que o programa terá com os docentes, entre outros aspectos”, explica.

Política

A Política Nacional de Alfabetização, anunciada pelo MEC, traz um conjunto de iniciativas que envolvem a Base Nacional Comum Curricular (BNCC), a formação de professores, o protagonismo das redes e o Programa Nacional do Livro Didático (PNLD). Também será criado o Programa Mais Alfabetização, que deve atender, a partir de 2018, 4,6 milhões de alunos com a presença de assistentes de alfabetização, que trabalharão em conjunto com os professores em sala de aula.

A principal iniciativa da Política Nacional de Alfabetização é um programa de apoio aos estados e aos municípios, às turmas do primeiro e do segundo ano, com materiais didáticos de apoio, de acordo com a escolha dos estados e municípios, com apoio para o professor-assistente e formação continuada. O investimento corresponderá a R$ 523 milhões em 2018.


Fonte: Agência Brasil 











sábado, 28 de outubro de 2017

MUDANÇAS CLIMÁTICAS: Emissões do Brasil sobem 9% em 2016





Dados do SEEG mostram que país lançou mais gases de efeito estufa no ar mesmo em meio à pior recessão de sua história; desmatamento puxou elevação, a maior em 13 anos

SÃO PAULO/BRASÍLIA/BELÉM/PIRACICABA, 25/10/2017 – As emissões nacionais de gases de efeito estufa subiram 8,9% em 2016 em comparação com o ano anterior. É o nível mais alto desde 2008 e a maior elevação vista desde 2004.

O país emitiu no ano passado 2,278 bilhões de toneladas brutas de gás carbônico equivalente (CO2e), contra 2,091 bilhões em 2015. Trata-se de 3,4% do total mundial, o que mantém o Brasil como sétimo maior poluidor do planeta.

Os dados são da nova edição do SEEG (Sistema de Estimativas de Emissões de Gases de Efeito Estufa), que será lançada nesta quinta-feira (26), em São Paulo (SP), pelo Observatório do Clima.

O crescimento é o segundo consecutivo, e ocorre em meio à pior recessão da história do Brasil. Em 2015 e 2016, a elevação acumulada das emissões foi de 12,3%, contra um tombo de 7,4 pontos no PIB (Produto Interno Bruto), que recuou 3,8% em 2015 e 3,6% em 2016. O Brasil se torna, assim, a única grande economia do mundo a aumentar a poluição sem gerar riqueza para sua sociedade.

A elevação nas emissões no ano passado se deveu à alta de 27% no desmatamento na Amazônia. As emissões por mudança de uso da terra cresceram 23% no ano passado, respondendo por 51% de todos os gases de efeito estufa que o Brasil lançou no ar.

Por outro lado, quase todos os outros setores da economia tiveram queda nas emissões. A mais expressiva foi no setor de energia, que viu um recuo de 7,3% – a maior baixa em um ano desde o início da série histórica, em 1970. O setor de processos industriais teve redução de 5,9%, e o de resíduos, 0,7%. As emissões da agropecuária subiram 1,7%.


* VEJA AQUI OS DADOS E AS FIGURAS DO SEEG


Hoje, a atividade agropecuária é, de longe, a principal responsável pelas emissões de gases de efeito estufa no país: ela respondeu por 74% das emissões nacionais em 2016, somando as emissões diretas da agropecuária (22%) e as emissões por mudança de uso da terra (51%). Se fosse um país, o agronegócio brasileiro seria o oitavo maior poluidor do planeta, com emissões brutas de 1,6 bilhão de toneladas (acima do Japão, com 1,3 bilhão). Entre 1990 e 2016, o setor de uso da terra no Brasil emitiu mais de 50 bilhões de toneladas de CO2e, o equivalente a um ano de emissões mundiais.

“O descontrole do desmatamento, em especial na Amazônia, nos levou a emitir 218 milhões de toneladas de CO2 a mais em 2016 do que em 2015. É mais do que duas vezes o que a Bélgica emite por ano”, disse Ane Alencar, pesquisadora do Ipam (Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia) e responsável pelos cálculos de emissões por mudança de uso da terra no SEEG. “Isso é dramático, porque o desmatamento é em sua maior parte ilegal e não se reflete no PIB do país.”

Com efeito, a chamada intensidade de carbono da economia brasileira, ou seja, o total emitido por unidade de PIB gerada, cresceu 13% – na contramão da maior parte das grandes economias, em que a intensidade de carbono vem declinando. Em 2016, o Brasil emitiu 1,1 tCO2e para cada milhão de dólares de PIB (MUSD), enquanto a média global é de 0,7 tCO2e/MUSD. Para uma economia de baixo carbono em meados do século, estima-se que este valor deveria ser inferior a 0,1.

No setor de energia, que antes da crise vinha crescendo rapidamente em emissões, a queda de 7,3% foi puxada pela retração da economia e pelo crescimento da participação das energias renováveis na matriz elétrica.

As emissões associadas à geração de eletricidade caíram 30% no ano passado. Isso se deveu à redução da participação das usinas termelétricas fósseis, cuja geração caiu 28% devido à recuperação parcial dos reservatórios das hidrelétricas – que aumentaram sua geração em 6% graças às chuvas no Centro-Sul em 2016 – e à desaceleração da economia. “Além disso, a geração por fontes renováveis não hídricas, principalmente eólica e biomassa, cresceu 19%”, afirmou Marcelo Cremer, pesquisador do Iema (Instituto de Energia e Meio Ambiente).

A maior parte das emissões do setor de energia – 48% – segue atrelada ao setor de transportes. Nos últimos três anos o consumo de combustível em veículos leves se manteve constante, mas em 2016 a gasolina aumentou 4% e o etanol caiu 10%. “A troca de etanol por gasolina tende a aumentar emissões, mas por outro lado, a redução no consumo de óleo diesel, querosene de aviação e óleo combustível, na esteira da crise, fez com que as emissões de transportes se mantivessem praticamente idênticas às de 2015”, concluiu Cremer.

No setor de resíduos, o que teve maior crescimento percentual desde 1970 (mais de 500%), a oscilação para baixo se deveu também à recessão. “Apesar do crescimento das emissões provenientes do tratamento de efluentes, o setor teve queda, relacionada à redução da geração de resíduos sólidos urbanos e à diminuição do envio do material coletado para aterros sanitários”, disse Igor Albuquerque Reis, do ICLEI-Governos Locais pela Sustentabilidade.

Segundo ele, a recessão que atingiu as prefeituras Brasil afora afetou as políticas municipais de eliminação dos lixões proposta pela Política Nacional de Resíduos Sólidos, de 2010. Isso paradoxalmente reduz as emissões, já que os aterros sanitários, embora sejam a melhor destinação para o lixo, emitem mais metano (que, no entanto, pode ser usado para gerar energia e reduzir emissões).

A crise também é uma explicação, embora igualmente paradoxal, para o aumento das emissões no setor de agropecuária: os abates de bovinos recuaram pelo segundo ano consecutivo, devido principalmente a uma queda na demanda por carne em função da crise e competitividade das demais carnes, como a de porco (que tem tido abates recordes). “Atingimos uma população de bovinos de corte jamais vista”, diz Ciniro Costa Júnior, analista de Clima e Cadeias Agropecuárias do Imaflora. Só de gado de corte o Brasil tinha em 2016 mais de 198 milhões de cabeças, segundo dados do IBGE. Como bois e vacas emitem metano (o gás de efeito estufa mais importante depois do CO2) durante a digestão e pela degradação do esterco, menos gado sendo abatido significa mais bois no pasto e nos currais e mais emissões.

Além do aumento do rebanho, também contribuiu para o crescimento das emissões do setor – que foi o maior desde 2011 – um salto inédito no consumo de fertilizantes nitrogenados, que emitem óxido nitroso (N2O) um gás 265 vezes mais potente que o CO2 no aquecimento global. Depois de uma queda de entre 2014 e 2015, ele cresceu 23% em 2016, algo nunca visto antes, o que levou a um aumento proporcional de aumento nas emissões dessa fonte.

O SEEG fez, ainda, pelo segundo ano consecutivo, uma estimativa das emissões e remoções pelo manejo dos solos agrícolas, que não são computadas no inventário nacional divulgado pelo governo. Solos degradados emitem CO2 e solos bem manejados, pelo contrário, removem CO2 da atmosfera. Entender e estimar essas emissões e remoções é fundamental para o cumprimento das metas do Brasil no Acordo de Paris, já que elas envolvem restaurar 15 milhões de hectares de pastagens degradadas.

Se fossem contabilizadas, as variações de carbono no solo resultariam num aumento de 5% na emissão total do setor agropecuário, devido à grande quantidade pastagens degradadas no país. “Nós temos mostrado que dá para fazer essa estimativa, e isso deveria estimular o governo a fazer também”, afirmou Costa Júnior.

A VISÃO DO OC:

AGROPECUÁRIA AMEAÇA METAS, MAS PODE SER SALVAÇÃO DO CLIMA

O cenário atual acende uma luz amarela para o cumprimento da Política Nacional de Mudanças Climáticas. A lei estabelece que o Brasil precisa chegar a 2020 com emissões não superiores a 2,2 bilhões de toneladas de CO2 equivalente – exatamente o que foi emitido em 2016. Se não reverter o desmatamento, o país pode não cumprir a meta caso as emissões dos outros setores retomem o ritmo de alta de antes da recessão, em especial o de energia.

“Nos últimos anos nós temos caminhado no sentido contrário à meta. Patinamos ao redor de 2 bilhões de toneladas por ano e agora saltamos para 2,2 bilhões”, disse André Ferretti, gerente de Estratégias de Conservação da Fundação Grupo Boticário e coordenador-geral do Observatório do Clima.

“Temos hoje a pior manchete climática do planeta: aumento de emissões em razão de desenfreada destruição florestal e totalmente dissociado da economia. Não vai adiantar o governo e os ruralistas dizerem lá fora que o agro é pop; não vão convencer a comunidade internacional e os mercados de que está tudo bem por aqui”, afirmou Carlos Rittl, secretário-executivo do OC. “O Brasil que chegará no mês que vem à COP23 já é um risco para os objetivos do Acordo de Paris.”


“O Brasil que chegará no mês que vem à COP23 já é um risco para os objetivos do Acordo de Paris.”



Se por um lado a atividade agropecuária lidera as emissões do Brasil, por outro lado pode estar aí a chave para a salvação da lavoura – e do clima.

“As emissões ligadas à atividade agropecuária quase sempre representaram 70% ou mais das emissões totais do Brasil. Mas elas podem chegar a zero com decisões nossas”, afirmou Tasso Azevedo, coordenador técnico do SEEG. Segundo ele, o país pode zerar o desmatamento e expandir a agricultura de baixo carbono a toda a agropecuária. Isso implica um melhor ambiente para o agronegócio, mais renda para o produtor e menos risco de secas e queimadas. “O nosso maior desafio no combate à mudança climática é também a nossa maior oportunidade. Temos a felicidade de ser um país onde essas coisas coincidem.”

BRUTO OU LÍQUIDO?

Há duas maneiras de reportar os dados de emissão do país: pode-se falar em emissões brutas (ou seja, o total que efetivamente vai para a atmosfera como produto de ações humanas) ou líquidas, em que se subtrai dessa conta o carbono retirado da atmosfera por ações humanas como a restauração de florestas.

O IPCC, o painel do clima das Nações Unidas, autoriza os países a descontar de sua contabilidade as chamadas remoções antropogênicas. O Brasil faz isso, considerando “antropogênicas” as remoções de CO2 por unidades de conservação e terras indígenas. Estima-se um fator de remoção e multiplica-se esse fator pela área florestal em TIs e UCs. O resultado é uma “deflação” que pode chegar a centenas de milhões de toneladas de CO2 equivalente nos inventários nacionais de emissão.

Os técnicos do SEEG consideram essa contabilidade problemática, já que não há nenhuma garantia de que as florestas nessas áreas protegidas, em sua maioria florestas tropicais maduras, estejam de fato removendo carbono nessa quantidade. Por exemplo, o fator de remoção usado no Terceiro Inventário Nacional, de 2016, difere do segundo, de 2010, o que torna as remoções do Segundo Inventário quase três vezes maiores.

Por essa razão, o OC prefere apresentar os dados do SEEG em remoções brutas, embora, por transparência e comparabilidade, sempre publique também as emissões líquidas.

POR QUE OS DADOS DO SEEG MUDARAM?

Em 2017, toda a série histórica do SEEG foi ajustada, por isso, os números de 2015 e dos anos anteriores não são os mesmos que divulgamos no ano passado. Mas calma, a gente explica: o que aconteceu foi que o SEEG usou uma metodologia mais atual para fazer as contas.

Contabilidades nacionais de emissão são baseadas nas diretrizes do IPCC. De tempos em tempos, sempre que publica um relatório de avaliação novo, o IPCC aprimora essas diretrizes, para refletir melhor o conhecimento científico. Por exemplo, os fatores usados para calcular quanto uma determinada atividade (a queima de cimento, por exemplo) emite mudam, assim como os potenciais de aquecimento global dos vários gases de efeito estufa.

O Terceiro Inventário Nacional de emissões de gases de efeito estufa usa as diretrizes publicadas pelo IPCC em seu Segundo Relatório de Avaliação (SAR, ou AR2), de 1995. A União Europeia também usa o AR2.

No entanto, a NDC, a meta brasileira no Acordo de Paris, foi desenhada usando os fatores de emissão do relatório mais recente do IPCC, o AR5, de 2013. Para permitir o melhor acompanhamento da política pública, o SEEG converteu toda a série de dados para AR5. Mas na plataforma também é possível acessar os dados na “linguagem” antiga.

GLOSSÁRIO

GEE – Gás de efeito estufa. Moléculas com propriedade de reter calor na atmosfera, causando o aquecimento global. Os de origem antropogênica controlados pelos acordos do clima são seis: CO2 (gás carbônico, produzido por desmatamento e queima de combustíveis), CH4 (metano, produzido por desmatamento, queima de combustíveis, plantações de arroz e ruminantes), N2O (óxido nitroso, produzido pelo uso de fertilizantes), SF6 (hexafluoreto de enxofre, usado na indústria), HFCs (hidrofluorocarbonos, usados em refrigeração) e PFCs (perfluorcarbonos, também usados na indústria)

Gás carbônico equivalente (CO2e) – Soma de todos os principais gases de efeito estufa “convertidos” para o potencial de aquecimento global do CO2, o principal deles. Uma molécula de metano, por exemplo, é 28 vezes mais potente que uma molécula de CO2 para aquecer a Terra em cem anos.

MUT – Mudança de Uso da Terra. Atividades que englobam o desmatamento, o reflorestamento, a regeneração e a calagem. As emissões do setor de MUT são, em sua esmagadora maioria, resultantes de desmatamento.

Emissão bruta/emissão líquida – Ver box.

GWP – Potencial de aquecimento global, na sigla em inglês (global warming potential). Medida do quanto um determinado gás de efeito estufa é capaz de aprisionar calor na atmosfera, em relação ao dióxido de carbono (cujo potencial de aquecimento global é igual a 1). É a medida mais usada em inventários de emissões.

SOBRE O SEEG

O Sistema de Estimativas de Emissões de Gases de Efeito Estufa foi criado em 2012 para atender a uma determinação da PNMC (Política Nacional de Mudanças Climáticas). O Decreto 7.390/2010, que regulamenta a PNMC, estabeleceu que o país deveria produzir estimativas anuais de emissão, de forma a acompanhar a execução da política. O governo, porém, nunca produziu essas estimativas. Os inventários nacionais, instrumentos fundamentais para conhecer em detalhe o perfil de emissões do país, são publicados apenas de cinco em cinco anos, portanto, não conseguem captar as dinâmicas de curto prazo da economia, o que é necessário para a implementação de políticas públicas.

O SEEG foi a primeira iniciativa nacional de produção de estimativas anuais para toda a economia. Ele foi lançado em 2012 e incorporado ao Observatório do Clima em 2013. Hoje em sua quinta coleção, é uma das maiores bases de dados nacionais sobre emissões de gases estufa do mundo, compreendendo as emissões brasileiras de cinco setores (Agropecuária, Energia, Mudança de Uso da Terra, Processos Industriais e Resíduos) de 1970 a 2016 – exceto o setor de Mudança de Uso da Terra, que não tem dados anteriores a 1990.

As estimativas são geradas segundo as diretrizes do IPCC (Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas), com base nos Inventários Brasileiros de Emissões e Remoções Antrópicas de Gases do Efeito Estufa, do MCTIC (Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações).

Todos os dados do SEEG são disponibilizados em plataforma digital, onde se pode consultar os dados diretamente, assim como também obter por download a base de dados completa, com mais de 3,3 milhões de registros, já preparada para consultas com tabelas dinâmicas. Os principais dados de atividades utilizados nos cálculos também são disponibilizados através da plataforma. Nela é possível acessar infográficos sobre as emissões de cada setor, notas metodológicas que explicam detalhadamente como o levantamento e produção de dados são realizados e uma avaliação da qualidade dos mesmos.

A partir de 2014, o SEEG passou a ser adotado por coletivos de outros países. O primeiro SEEG implementado fora do Brasil foi no Peru e o segundo, na Índia. O SEEG Global pode ser acessado pelo endereço: http://seeg.world.

Atuaram no SEEG 5 pesquisadores das ONGs: Ipam e Imazon (Mudança de Uso da Terra), Imaflora (Agropecuária), Iema (Energia e Processos Industriais) e Resíduos (ICLEI – Governos Locais pela Sustentabilidade).

SOBRE O OC

O Observatório do Clima é a principal rede da sociedade civil brasileira atuando na área de mudanças climáticas. Fundado há 15 anos, em 2002, O OC reúne hoje 43 organizações não-governamentais que se dedicam a acompanhar as políticas públicas de clima no Brasil e promover debates com a sociedade. Conheça mais sobre o nosso trabalho e saiba quem são nossos membros:

www.observatoriodoclima.eco.br

Fonte: Observatório do Clima




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GECOPAV: Em um ano, prefeitura de Niterói abre 670 processos contra invasões em Áreas de Proteção Ambiental



Clareira. Em meio à mata do Morro das Paineiras Altas, em Pendotiba, três casas foram erguidas irregularmente - Brenno Carvalho / brenno carvalho


Leonardo Sodré

Moradores vizinhos a cinturões verdes da cidade cobram ações para evitar desmatamentos

NITERÓI - Morador de Pendotiba há três anos, o agente de segurança Luís Souza vive num apartamento no condomínio Reserva Natural, na Estrada Pacheco de Carvalho, com ampla vista para o Morro das Paineiras Altas, dentro da Unidade de Proteção Integral do Parque Municipal de Niterói (Parnit). Desde janeiro ele acompanha a expansão de construções irregulares sobre a área verde. Viu crescer pequenas clareiras abertas com fogueiras, e material de construção ser levado para dentro da mata pouco a pouco. A encosta, considerada de risco, ganhou três casas em dez meses. A situação irregular gerou um dos 670 processos referentes a invasões de Áreas de Proteção Ambiental registrados pelo Grupo Executivo para o Crescimento Ordenado de Preservação das Áreas Verdes (Gecopav), da prefeitura, criado em janeiro do ano passado. O caso testemunhado por Souza é um dos que constam na lista do órgão.

— Alguém precisa evitar que isso vire uma favela tipo a do Preventório ou do Caramujo. Fizemos a primeira denúncia ao Cisp (Centro Integrado de Segurança Pública) em junho, e, até agora, nada. As construções continuam, e já são três casas. Além de estarem desmatando, há o risco de tudo vir abaixo com a chuva porque dá para perceber que são construções sem o mínimo critério de engenharia. Eles (o Gecopav) dizem que estão fiscalizando, mas percebemos uma demonstração de desinteresse em agir — reclama Souza.

ATUAÇÃO NO LOCAL

Segundo a prefeitura, a região de Paineiras Altas, no bairro de Maceió, em Pendotiba, é alvo constante de fiscalizações do Gecopav. No local, estão sendo monitorados 15 imóveis construídos há mais de 20 anos, e tentativas de avanço nas edificações foram embargadas, garante o município. Os responsáveis pelas obras foram intimados, e duas construções demolidas recentemente na região estão sob monitoramento para que não sejam retomadas.

Porém, outro morador do condomínio Reserva Natural, que pediu para não ser identificado, diz que nunca viu a presença de agentes públicos na região:

— Os próprios guardas ambientais que trabalham numa cabine próxima daqui já estão sabendo. Enviamos fotos, mostramos a situação e toda a evolução das construções, mas nada fizeram. Quando alguém decidir fazer alguma coisa, já vai ser tarde demais, porque serão muitas casas, e não haverá mais mata.

De acordo com a prefeitura, há três formas de o Gecopav identificar construções irregulares: por meio de denúncias, como a feita por moradores de Pendotiba; de processos administrativos, abertos por outras secretarias; ou de registros realizados nas rondas ostensivas de agentes do órgão. O grupo, ligado diretamente ao gabinete do prefeito, atua em parceria com as secretarias municipais de Habitação, Meio Ambiente, Conservação, Ordem Pública, Assistência Social e Urbanismo. Segundo a prefeitura, as ações do Gecopav “cumprem rigorosamente as regras ambientais e de posturas”, e são acompanhadas pela Procuradoria-Geral do Município, que dá ciência de cada caso ao Ministério Público.

A maior parte dos casos de construção irregular registrada pelo Gecopav ocorre na área do Parnit que abrange a Zona Sul, a Região Oceânica e parte da Baía de Guanabara. A reserva ambiental, criada em 2014, tem 41 hectares (22,5 milhões de metros quadrados), que, somados às áreas protegidas pelo Instituto Estadual do Ambiente (Inea), aí incluído o Parque Estadual da Serra da Tiririca (Peset), representam 43,47% do território do município. Estão na área do Parnit o Morro da Viração, o Parque da Cidade, as pedras do Índio e de Itapuca, a Praia do Sossego, ilhas da Baía de Guanabara (Boa Viagem, Cardos, Amores), ilhas da Costa Oceânica (Duas Irmãs e Veado), cavernas litorâneas situadas nas encostas embaixo do MAC e o entorno da Lagoa de Piratininga (incluindo as ilhas do Pontal e do Modesto), entre outras unidades de preservação.

CEM DEMOLIÇÕES ANUNCIADAS

A prefeitura diz que construções irregulares em área de proteção ambiental podem ser denunciadas à ouvidoria municipal (pelo telefone 3523-8404), pelo aplicativo Colab.re, e pelo e-mail gecopav@gmail.com. Em casos emergenciais, as denúncias devem ser feitas pelo telefone 153, da Guarda Municipal, que funciona no Centro Integrado de Segurança Pública (Cisp). No mês passado, o Gecopav demoliu cinco construções irregulares no Morro da Viração, em Charitas, próximo ao Preventório. A operação contou com o apoio da Guarda Ambiental e da Polícia Militar. Sem dar a localização exata das próximas construções irregulares que estão no alvo do Gecopav, a prefeitura adianta que o órgão pretende, até dezembro, derrubar mais oito casas na cidade e fechar o ano com cem edificações demolidas.




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sexta-feira, 27 de outubro de 2017

ONG alerta que planeta perdeu 29,7 milhões de hectares de florestas em 2016



Homem usa serra elétrica para derrubar árvore em Itaituba, no Pará - NACHO DOCE / REUTERS


POR AFP
24/10/2017 9:3


Grandes incêndios contribuíram para aumento de 51% no total de áreas desmatadas

RIO — A perda de áreas florestais em todo o mundo atingiu em 2016 um nível recorde de 29,7 milhões de hectares, área equivalente à superfície da Nova Zelândia, segundo estimativas publicadas pela Global Forest Watch (GFW).

O aumento de 51% em um ano é explicado principalmente pelos incêndios registrados no ano passado.

De acordo com o relatório, os recentes incêndios que devastaram a Califórnia e Portugal devem provocar um novo recorde de áreas florestais destruídas em 2017.

O forte aumento dos incêndios florestais em 2015 e 2016 está relacionado, em parte, aos efeitos do fenômeno 'El Niño' no Pacífico, que criou condições muito secas nos trópicos.

Segundo a GFW, uma associação que monitora as florestas, criada pelo centro de pesquisas World Resources Institute (WRI), a mudança climática também está aumentando a intensidade e as consequências dos incêndios florestais.

O desmatamento relacionado com a agricultura, a exploração madeireira e a mineração também contribuíram de modo significativo para a redução das florestas em 2016.

Brasil, Indonésia e Portugal registraram grandes perdas de áreas florestais por incêndios no ano passado.

A região amazônica brasileira perdeu 3,7 milhões de hectares, mais do que o triplo registrado em 2015.

Portugal perdeu 4% de sua superfície de bosques, a maior proporção de todos os países combinados e quase metade da área florestal queimada na União Europeia.

De acordo com o relatório, o predomínio do eucalipto, que queima facilmente, combinado com a gestão equivocada dos solos e a falta de medidas preventivas contribuíram para as catástrofes.

A República do Congo sofreu o maior incêndio florestal já registrado na África Central, com 15.000 hectares devastados no início de 2016.

Em Fort McMurray, Canadá, as chamas destruíram mais de 600.000 hectares em maio do ano passado e provocaram danos avaliados em 8,8 bilhões de dólares.

Os incêndios florestais e o desmatamento podem provocar um aumento das mortes prematuras, das doenças e um impacto econômico muito negativo, adverte o informe, que também aponta possíveis consequências para as fontes de água, a biodiversidade e a liberação de grandes quantidades de dióxido de carbono (CO2) na atmosfera.


Fonte: O Globo













Astrolábio da frota de Vasco da Gama é encontrado




Atrolábio feito entre 1495 e 1500, segundo especialistas, foi encontrado na costa de Omã - Twitter/Reprodução


O Globo


O artefato é considerado como o exemplo mais antigo de uma ferramenta de navegação

LONDRES — Arqueólogos disseram ter encontrado o exemplo mais antigo de uma ferramenta de navegação, na costa de Omã, na península arábica, enquanto escavavam o naufrágio de um navio que pertencia a uma frota liderada pelo explorador português Vasco da Gama, a primeira pessoa a navegar diretamente da Europa para a Índia. O artefato é um astrolábio, utilizado pelos marinheiros para medir a altitude do sol durante suas viagens. Os especialistas acreditam que ele tenha sido produzido entre 1495 e 1500.

"É um grande privilégio encontrar algo tão raro, algo tão historicamente importante, algo que será estudado pela comunidade arqueológica e preenche uma lacuna", disse o autor de The Shipwreck Hunter, David Mearns, da Blue Water Recovery, à "BBC".

Mearns, que liderou a escavação, informou ainda que o disco de bronze, com 17,5 centímetros de diâmetro e menos de dois milímetros de espessura, foi usado por um explorador português que afundou no Esmeralda durante uma tempestade no Oceano Índico, em 1503.

Os astrolábios dos marinheiros são relativamente raros, e este é apenas o 108º a ser confirmado, além de ser o primeiro exemplo conhecido por várias décadas. O item tinha a função de medir a altura do sol acima do horizonte ao meio-dia para determinar sua localização para que eles pudessem encontrar seu caminho no alto mar.

No entanto, não foi simples catalogá-lo como tal. A descoberta dele ocorreu em 2014, em meio a três mil artefatos recuperados após uma série de mergulhos. Inicialmente, a equipe de Mearns pensou tratar-se de um astrolábio, mas não havia marcas de navegação possíveis de se ver a olho nu. Uma análise posterior, porém, descobriu seus detalhes ocultos. O trabalho de digitalização a laser realizado por cientistas da Universidade de Warwick revelou gravuras ao redor da borda do disco, cada uma separada por cinco graus.


Item foi encontrado em naufrágio de um navio que pertencia a uma frota liderada pelo explorador português Vasco da Gama - Twitter/Reprodução

"Era como algo que jamais tínhamos visto e, imediatamente, soube que era muito importante porque você podia ver que tinha esses dois emblemas sobre ele. Um que eu reconheci imediatamente foi um brasão português e outro, que descobrimos mais tarde, era o emblema pessoal de Dom Manuel I, o Rei de Portugal na época", afirmou Mearns.


Fonte: O Globo 











quinta-feira, 26 de outubro de 2017

Até onde a tecnologia poderia reverter as mudanças climáticas?



The Petra Nova facility in Texas will capture more than 1 million tons of CO2 annually. NRG Energy.


How Far Can Technology Go to Stave Off Climate Change?

With carbon dioxide emissions continuing to rise, an increasing number of experts believe major technological breakthroughs — such as CO2 air capture — will be necessary to slow global warming. But without the societal will to decarbonize, even the best technologies won’t be enough.

By David Biello • January 18, 2017


The U.S. now has two coal-burning power plants that avoid dumping carbon dioxide into the air. Petra Nova in Texas and Kemper in Mississippi use technology to stop CO2 in the smokestack and before combustion, respectively. Unfortunately, that makes two out of more than 400 coal-fired power plants in the U.S., the rest of which collectively pour 1.4 billion metric tons of the colorless, odorless greenhouse gas into the atmosphere each year. Even Kemper and Petra Nova do not capture all of the CO2 from the coal they burn, and the captured CO2 is used to scour more oil out of the ground, which is then burned, adding yet more CO2 to the atmosphere. The carbon conundrum grows more complex — and dangerous — with each passing year.

In a world with thousands of coal-fired power plants, nearly 2 billion cars and trucks, and billions of tons of coal, oil, and natural gas mined and combusted, it is no surprise that some 40 billion metric tons of CO2 are discharged into the atmosphere annually. The oceans and the world’s plants absorb some, yet concentrations of CO2 in the atmosphere inexorably rise year by year, climbing in 2016 past 400 parts per million, compared to 280 before the Industrial Revolution. This is setting off changes from a meltdown in the Arctic, to thawing glaciers worldwide, to weird weather and rising seas. Indeed, the atmosphere has now accumulated enough CO2 to stave off the next ice age for millennia, and every person on Earth now breathes air unlike that inhaled by any previous member of our species, Homo sapiens.


In a world with thousands of coal-fired power plants, nearly 2 billion cars and trucks, and billions of tons of coal, oil, and natural gas mined and combusted, it is no surprise that some 40 billion metric tons of CO2 are discharged into the atmosphere annually.


To have any hope of slowing such pollution and, ultimately, reversing it, will require an energy revolution and some game-changing technological breakthroughs. After all, it took the advent of cheap methods to fracture underground shale rock with high-pressure water and sand — the technique known as fracking — to free natural gas and make it cheap enough to begin to kill coal in the U.S. As a result of this cheap natural gas freed by fracking, U.S. emissions of CO2 are now back down to levels last seen in the last decade of the 20th century. Of course, natural gas is still a fossil fuel and fracking generates sizable leaks of methane, a potent greenhouse gas. So even though fracked natural gas is an improvement over coal, it still adds to the relentless buildup of CO2.

The key question is: Can engineers and entrepreneurs invent and deploy enough technologies — and the world’s governments adopt the right incentives and policies to eliminate carbon from the global economy — all in time to avert major upheaval from climate change? Already, technological advances are making clean energy sources such as solar and wind more efficient and cheaper, leading to steady growth in their deployment. But renewable energy increases are still being outrun by even-faster increases in fossil fuel consumption as the economies of developing nations like China and India grow and developed nations, such as the U.S., do far too little to wean themselves off oil, coal, and natural gas.

This lack of progress underscores the urgent need for technological innovations, although deploying technologies at the scale needed to significantly slow climate change will require major government expenditures and, hence, a massive dose of global will that has so far been lacking. Some of these technologies may not even be on the horizon, but one tool that many experts say will have to be used is the removal of CO2 from the atmosphere.

Oliver Geden, a climate analyst and head of the European Union research division at the German Institute for International and Security Affairs, says it’s “pretty clear” that without carbon removal technologies, the world community will not reach the goals agreed upon in Paris of limiting temperature increases to 1.5 or 2 degrees C (2.7 to 3.6 F). Even the U.N. Intergovernmental Panel on Climate Change (IPCC) estimates that a massive amount of CO2 removal will be required this century — at least 500 billion metric tons pulled back out of the air — if we are to avoid the worst of global warming. But Geden adds, “At the same time, you can observe a tendency to avoid even talking about carbon removal strategies.” 


Deploying technologies to significantly slow climate change will mean major government expenditures.


The IPCC went so far as to name a preferred technological breakthrough: bioenergy with CO2 capture and storage, or BECCS for short. These facilities resemble coal-fired power plants, but use recently grown energy crops rather than fossilized swamp plants as fuel and capture the CO2 from combustion. Since the crops, such as fast-growing trees and switchgrass, had to pull CO2 out of the atmosphere in order to grow, such power plants could suck CO2 out of the sky rather than adding long-buried carbon as coal does.

But no such facility currently exists. The closest is a brewery for corn ethanol in Illinois that captures the CO2 from fermentation and then buries it in a deep saline aquifer. Worse, to replace all the coal burned around the world would put such energy crops into competition with food crops for the available farmland.

So what are the alternatives to BECCS for a CO2 cure? One would be to enhance natural methods for capturing CO2. After all, forests on land and at sea help pull CO2 out of the air and incorporate it into trees, kelp, and even microscopic diatoms. Even better, new genetic techniques or other manipulations may enable scientists to enhance photosynthesis itself, allowing plants to capture more CO2 as well as yield more food, fiber, or fuel. Some crop plants such as corn and sugarcane are already more efficient at capturing CO2 than others such as wheat or rice. Simply enhancing all crops’ ability to take in CO2 and make use of it could help remedy the CO2 challenge, as would increasing the amount of carbon in the world’s fertile soils or buried beneath the sea. Research projects along these lines are being pursued at university and government labs in many countries. The U.S. Department of Energy, for example, has developed the PETRO program, which stands for “plants engineered to replace oil.”

But, just as with BECCS, there is only so much room on land and at sea for even enhanced plants to remove CO2 — and people still want fuels to generate electricity and propel travel on land, at sea, and in the air. Biofuels may prove an adequate solution for aviation, but present a host of problems when applied to the challenge of nearly 2 billion vehicles worldwide. Artificial photosynthesis or other CO2-to-fuel technologies could close the carbon loop for transportation, but remain a long way from escaping the science lab. Electric cars and trucks — which are already on the road and perhaps could eventually be of the self-driving variety — may prove the key to eliminating oil use in transportation.

Of course, that requires generating electricity from sources that don’t emit CO2, such as the wind, sun, hot rocks beneath the ground, or the fission of radioactive elements like uranium and thorium. But making a wind turbine or a nuclear power plant still requires plastics, steel, and concrete, all of which currently require CO2 emissions to manufacture. So the world needs to find CO2-free ways of making steel and concrete.


The Treepods concept (shown here) is one of various carbon-capture technologies that act like artificial trees, sucking CO2 from the air through their canopies. Influx_Studio/ShiftBoston.


“Considering energy alone, current emissions will see the 1.5-C carbon budget used up in between three and 13 years,” says Kevin Anderson, a climate and energy researcher at the University of Manchester in the U.K. In fact, Anderson argues that to have any hope of restraining global warming to 2 degrees C, nations like the U.S., Japan, and Germany would have to eliminate CO2 emissions from electricity generation and transportation by 2035, and developing nations like China would need to reach maximum emissions by 2025 and then begin to decline.

That leaves the world in need of another potential technology savior: machines to suck CO2 out of the air, a kind of artificial tree. Such machines exist and have been demonstrated from the mountains of Switzerland to the dry desert air of Phoenix and the forested hillsides of British Columbia, but many more of them would be required. In fact, it would take on the order of 100 million artificial trees to counteract the 40 billion metric tons of CO2 added to the atmosphere each year. For comparison, automakers currently manufacture around 80 million cars per year.

But there’s worse news. “There are almost no business cases for carbon removal right now,” Geden notes. In other words, it still costs nothing to spew CO2 into the sky, so people have no financial incentive to stop dumping, let alone pay to clean up the air. This reality has bedeviled efforts to build coal-fired power plants with CO2 capture and storage, let alone machines to capture the more diffuse CO2 in the air.

To change that economic reality would require either a price to be put on CO2, making it more expensive to emit, or mandates to reduce or eliminate CO2 pollution — both of which highlight a need for the political will to take action. That will is certainly lacking in the Trump administration, as well as in the Republican-controlled U.S. Congress, to say nothing of the rest of the world.

Hopefully, it will not take a climate catastrophe to motivate such action, such as the drowning of some coastal city, or the embrace of more extreme “geoengineering” interventions such as adding sulfuric haze to the stratosphere to cool the planet. That’s why experts like Anderson say the most necessary breakthrough is not technological, it’s psychological — and moral.

What the world needs is not a miracle, says Anderson, “but shovel-sized dollops of courage, innovative thinking, and Marshall-style construction programs, and an acknowledgment that we have to escape failed paradigms. Not easy, but achievable, if we really do love our children.”


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David Biello is the author of The Unnatural World: The Race to Remake Civilization in Earth's Newest Age. He has been covering energy and the environment for more than a decade and is the science curator for TED as well as a contributing editor for Scientific American.









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