quinta-feira, 30 de setembro de 2010
Entrevista de Lars Grael para o site do VIRADÃO ESPORTIVO
Viradão Esportivo entrevista Lars Schmidt Grael, velejador brasileiro, veleja na classe Star com o proeiro Marcelo Jordão, classificando-se em terceiro lugar no campeonato brasileiro de 2006. Comandou também o barco Agripina/Asa Aluminio, campeão do Campeonato Brasileiro da Classe Oceano 2006 e continua ativo na vela .
- Como surgiu o interesse por esse esporte?
Desde que meu avô materno, que era dinamarquês, chegou ao Brasil e se encantou com a Baía de Guanabara, a vela virou uma tradição de família. Eu velejo desde que me entendo por gente e é no mar onde realmente me sinto em casa. Nossos tios Axel e Erik Schmidt foram campeões na Vela e serviram como grande inspiração para mim e meus irmãos.
- Título mais importante conquistado?
Sem dúvida, as duas medalhas olímpicas que conquistei na classe Tornado. Mas há outras conquistas que também me orgulham, como o bi-campeonato sul americano e o bronze no Mundial de 2009 da classe Star, a mais técnica e mais difícil da vela olímpica. Para mim, poder voltar a competir em alto nível depois do acidente contra os ditos "normais" é sempre uma vitória.
- Seu maior recorde?
Não sou muito ligado em recordes, mas tive o recorde do tempo corrigido da regata Santos-Rio no meu antigo barco H3+ . Dezessete títulos nacionais em classes olímpicas e panamericanas pode não ser um recorde, mas é motivo de orgulho!
- Quem é seu maior rival na modalidade?
Não tenho um rival. Somos todos amigos. Mas há sempre aqueles velejadores que, vencer, é mais difícil e, por isso mesmo, mais gratificante. Entre estes eu colocaria meu irmão Torben e o Robert Scheidt.
- Um dos momentos mais difícies da sua vida foi o acidente de 1998. Como você conseguiu superar este obstáculo?
Com muita vontade de viver, de voltar a velejar e de voltar ao convívio dos meus amigos. Superei também com o apoio e o amor da minha mulher Renata e de toda a minha família.
- Após o acidente, já pensava em voltar para o mundo dos esportes? Sentiu algum tipo de preconceito?
Na verdade, tudo que eu mais queria era voltar a navegar. Depois, naturalmente, voltei a competir. A partir daí fui progredindo e retomando a vida esportiva. Eu, talvez por ser uma pessoa pública, não sinto muito o preconceito, mas sei que ele existe contra todos os deficientes. Aliás, sempre digo que temos que mostrar que nós podemos tirar esse 'd' da palavra deficiente e mostrar para nós mesmos e mostrar para a sociedade o quanto podemos ser eficientes. Em qualquer atividade.
- Como foi ocupar cargos tão importantes no governo tais como: Secretário Nacional de Esportes no Ministério do Esporte e Turismo ? E sobre a experiência de assumir a Secretaria de Juventude, Esporte e Lazer?
Para mim, foi um desafio inteiramente diferente. Embora eu sempre tivesse um envolvimento e uma posição política, que aprendi com meu pai, nunca imaginei ocupar nenhum cargo público. Quando o presidente Fernando Henrique me convidou para fazer parte do Indesp, órgão do antigo Ministério do Esporte Turismo, já extinto, eu tinha o preconceito, como a maioria das pessoas tem, de que o serviço público era algo muito ruim. Imaginava que as pessoas que ali estavam ficavam sempre entre o descaso e a má intenção. Mas fui surpreendido por uma turma muita boa, gente muito desprendida e competente que, apesar de tudo, procura fazer o melhor. Pude ver que há um outro lado e junto com estes verdadeiros abnegados conseguimos realizar coisas boas e importantes para o esporte que estão aí até hoje.
Claro que o governo tem uma gestão muito diferente da iniciativa privada. Por vezes, é muito desgastante e frustrante ver que boas ideias se perdem no meio do caminho por questões políticas. Mas, de forma geral, foi uma experiência muito boa que pude repetir no Estado de São Paulo com o governador Geraldo Alckmin. Mas, sinceramente, não tenho a ambição hoje de voltar a nenhum governo. A política no Brasil está de um jeito que qualquer cidadão de bem fica enojado e com verdadeiro repúdio. É uma pena, pois, como falei, existem sim pessoas com espírito público e ideais elevados. Torço para que o Brasil reencontre o caminho da democracia verdadeira, com liberdade e respeito a todos os cidadãos, e que o governo possa servir mais ao coletivo e não a interesses corporativos e alheios.
- Sua filha caçula Sofia mencionou querer se tornar uma grande velejadora aos 7anos de idade, assim como alguns da família incluindo você, ela optou por esse esporte por acompanhar suas competições? Como você vê o interesse dela por essa modalidade?
Na nossa família, acredito que o interesse acaba sendo natural. Lógico que ninguém força ninguém a nada. Como nossa vida é no mar, nos clubes, nas regatas, todo nosso círculo familiar e de amizades giram em torno da Vela. Portanto, acho normal que qualquer criança que circule neste meio acabe se interessando pelo esporte. Além do mais, velejar é algo muito prazeroso, lúdico. Um esporte praticado na natureza e que não faz distinção de idade, tamanho, força ou qualquer outro pré-requisito. Basta saber nadar.
- Em sua juventude você queria ser parceiro de seu irmão a ponto de seu pai ameaçar um corte de mesada caso ele não quisesse. Seu irmão era referência pra você?
O primeiro campeonato mundial que conquistamos foi em dupla, em 1983. O Torben é mais velho que eu e sempre foi um bom exemplo para mim. Hoje ele é um dos velejadores mais completos do mundo, com medalhas olímpicas, participações em America's Cups e conquistou o último título da regata de volta ao mundo. Para mim, ele sempre será uma referência, claro.
- Você já teve diversos parceiros no esporte, já velejou com irmão, cunhado e outros. Pensa em velejar e até competir com seu filho Nicholas que já está no mundo dos esportes?
Como disse, a Vela é um esporte muito democrático. Em suas diversas categorias e modalidades há espaço para todos. Eu não só já velejei com o Nicholas, como já ganhamos algumas regatas juntos. Se um dia ele competir contra mim, e vencer, será motivo de muito orgulho, pois eu sei o quanto sou competitivo e dou trabalho aos adversários.
- Quais são seus projetos para o futuro?
Por enquanto, penso em continuar me dedicando a Vela, que é minha vida, e às palestras que sempre ajudam a levar uma mensagem legal para os diversos públicos que ouvem minha história e, de uma forma ou de outra, acabam usando algo desta minha experiência para suas vidas. Expandir as ações do Instituto Rumo Náutico (Projeto Grael) e atuar em outras ações do gênero: Instituto LiveWright e Atletas pela Cidadania, também mantém minha chama do espírito público acesa!
- Um atleta que seja referência?
Bem, como já falei, meu irmão Torben Grael. Tem também um atleta de tiro ao alvo que eu sempre relembro, o húngaro Károly Takács. Ele era sargento do exército do seu país e, mesmo sendo o melhor atirador de lá, em 1936 não pode competir na Alemanha porque naquela época só oficiais graduados podiam representar a Hungria em jogos olímpicos. Muito frustrado, ele estava treinando para os jogos de 1940, que acabaram não acontecendo por causa da 2ª Guerra Mundial, quando uma granada decepou seu braço direito. Mesmo assim, ele perseverou e aprendeu a atirar com a mão esquerda. Resultado: aos 38 anos de idade foi medalha de ouro e bateu o recorde mundial da Pistola Rápida de 25m em Londres 1948 e se tornou o primeiro deficiente a ser campeão olímpico. Em Helsinki, em 1952, ganhou outro ouro para se tornar um dos raros bicampeões olímpicos da história do tiro ao alvo. Quando o perguntaram como ele havia conseguido na mão esquerda a mesma precisão que tinha na mão direita, ele simplesmente respondeu: "eu sempre atirei com a mente e não com as mãos". Sou ainda um grande admirador de outros atletas como Zico, Adhemar Ferreira da Silva e a trina de campeões da F-1 (Fittipaldi, Piquet e Senna).
- Deixe um recado para a galera do viradão.
Que jamais esqueçam que o esporte é uma ferramenta de inclusão e de educação importantíssima. E que só o esporte consegue unir diversão garantida com competição saudável, ensinar o respeito às regras e ao adversário e a superação não do outro, mas de si mesmo.
Por: Rogerio Garcia e Daiany Dutra
Fonte: Viradão Esportivo
Para empresários, ONGs são vilãs agora também no CONAMA
Monitor Mercantil
29/09/2010 - 18:09
--
O presidente da Associação Brasileira dos Terminais Portuários (ABTP), Wilen Manteli, questionou a limitada participação empresarial no plenário do Conselho Nacional de Meio Ambiente (Conama). Afirmou que, embora o setor de transporte tenha íntima ligação com o meio ambiente, a participação da Confederação Nacional do Transporte (CNT) no Conama é inexpressiva. Disse que, igualmente, a representação empresarial, no todo, é irrelevante, em um conselho que terá grande importância no futuro próximo. Afirmou, em carta: "Há disparidade entre a representação da chamada "sociedade civil" (organizações não-governamentais) e dos sindicatos de trabalhadores em relação aos empresários".
Mostrou que há apenas oito conselheiros indicados por confederações empresariais - um deles da CNT - o que corresponde a 7,7% de um plenário com 108 representantes. Já os 22 indicados por ONGs e sindicatos de trabalhadores representam, em conjunto, 21,2% do conselho. Manteli chamou atenção para o fato de que a abrangência dos assuntos tratados pelo Conama acaba incidindo em todos os ramos da atividade empresarial. Em recentes declarações, o deputado Aldo Rebelo (PCdoB-SP), acusou o Ministério do Meio Ambiente de estar "completamente dominado pelas ONGs". Afirmou: "É uma distorção, pois o ministério deveria representar o Estado, não ONGs estrangeiras". Rebelo não é deputado do baixo clero: foi presidente da Câmara, ministro da Coordenação Política e líder do Governo Lula na Câmara.
Comentou Wilen Manteli que a CNT representa quatro modais de transporte, com importância para geração de políticas públicas de redução do consumo de combustíveis fósseis e emissão de gás carbônico. Destaca que toda atividade envolve a prestação de um serviço de transporte, sem o que o produto ou serviço não conseguiriam expressividade econômica. E acentuou Manteli: "A atual composição do Conama, bem como seu processo decisório, por maioria de votos unitários, fazem com que o poder executivo conte com 71,7% dos votantes (37,5% do Governo Federal, 25,9% dos governos estaduais e 7,7% dos governos municipais) sendo que os 28,9% restantes são compostos predominantemente por ONGs (21,2% representantes da "sociedade civil"), uma vez que apenas 7,7% dos votos no Conama pertencem à representação empresarial".
----
MINHA OPINIÃO:
O texto publicado no Monitor Mercantil mostra que, na contramão da democracia, as ONGs, viraram os bodes espiatórios e as grandes vilãs de certos setores empresariais. Depois de serem oficialmente "satanizadas" pelo lamentável texto do relator do projeto de lei de revisão do Código Florestal, de triste autoria do deputado Aldo Rebelo, agora a artilharia anti-sociedade civil visa intimidar a ação das "temidas" ONGs no CONAMA.
Por muitos anos, entre 1991 e 2008, nos períodos em que estive no governo, representei o RJ como conselheiro no CONAMA. Vi esse colegiado passar por muitas transformações, por muitas críticas (as vezes corretas, outras injustas), por inúmeras tentativas de enfraquecê-lo, mas acima de tudo, aprendi com o convívio com o CONAMA, a respeitá-lo como um importante espaço de concertação de interesses no conflituoso cenário ambiental brasileiro. Bem ou mal, com todas as suas fraquezas, o CONAMA produziu ao longo de sua história a grande maioria do acervo regulatório ambiental no país.
Apesar de integrante e identificado com a agenda dos estados no CONAMA, como conselheiro apoiei muitas das teses dos ambientalistas e outras vezes fomos adversários. O mesmo ocorreu com as matérias dos setores empresariais ou outros no CONAMA. Isso ocorreu devido à minhas convicções mas também da leitura dos problemas que tinha no papel de representante do governo fluminense e de dirigente de órgão ambiental do RJ. Isso é corriqueiro e ocorre com todos os conselheiros.
A reclamação empresarial, conforme a matéria, não expressa a verdade. Mesmo minoritários no plenário, os seus representantes têm sido muito eficientes nas articulações de bastidores, onde acabam arregimentando votos, principalmente da majoritária bancada do próprio Governo Federal. Portanto, o setor empresarial não tem tido maiores dificuldades de aprovar os regulamentos de seu interesse. As suas derrotas aconteceram quando as suas causas eram tão desprovidas de legitimidade e bom senso que não conseguiam apoio nem mesmo dos tradicionais aliados.
As forças representadas no CONAMA reunem-se em "bancadas", que muitas vezes votam em bloco, outras vezes não. A maior bancada é a do governo federal, com representantes de todos os ministérios e autarquias. Quando querem ou quando são convocados pela Casa Civil, "passam o rodo" sem a menor dificuldade. Outra bancada numerosa é a dos estados, com representantes de cada unidade da Federação. Sua ação é articulada pela ABEMA - Associação Brasileira das Entidades Estaduais de Meio Ambiente. Assim como os estados, os municípios também tem representação, com um critério de proporcionalidade regional. O mesmo sistema adota-se para as ONGs, que elegem seus representantes por regiões do país.
A representação ambientalista (ONGs), contra a qual parecem insurgirem-se os empresários, é flagrantemente minoritária, mas graças à ação aguerrida de muitos de seus representantes, têm sido realmente bem sucedidas ao longo da história, tendo gerado teses de discussão para o CONAMA que foram aprovadas e hoje são cumpridas. É verdade que muitas vezes, comparado ao lastro técnico que representantes governamentais e mesmo dos lobbies empresariais contam para dar suporte àos seus conselheiros, as ONGs eventualmente pecam pela baixa qualidade técnica de suas proposições. Apesar disso, os conselheiros da sociedade civil tem se servido de boas assessorias técnicas de forma a coloca-los em igualdade com os demais interlocutores.
Enfim. Mas então, do que reclamam estes empresários? Por que as ONGs são vistas como ameaça? Por que negociar com a sociedade civil e conviver com o lobby dos interesses legítimos que representam causa tanto desconforto?
Fica a curiosidade e a preocupação.
Axel Grael.
quarta-feira, 29 de setembro de 2010
"Liderança comunitária pode ser aprendida", diz Marcos Kisil a Mobilizadores
Axel Grael
--------------------------------------------------
LIDERANÇA COMUNITÁRIA PODE SER APRENDIDA
27/9/2010 – Site IDIS (http://www.idis.org.br/)
"A liderança é resultado de um misto de potencial genético e de processos de aprendizagem." Quem diz isso é o fundador e diretor-presidente do IDIS, Dr. Marcos Kisil, em entrevista concedida ao portal dos mobilizadores do Comitê de Entidades no Combate à Fome e pela Vida (COEP). Segundo ele, a liderança tanto pode ser ensinada como ser aprendida. "Porém, depende muito do desejo de cada indivíduo em exercitar seu autoconhecimento para estimular ou reprimir certas atitudes, melhor conhecer seus possíveis liderados, e saber a circunstância de exercício da liderança."
Presente em 1.106 municípios, a rede de mobilizadores COEP reúne pessoas que atuam ou desejam atuar na área social, no Brasil e no exterior. Confira, abaixo, a reprodução da entrevista. A versão original pode ser lida clicando aqui.
Quais as principais características que uma liderança comunitária deve ter?
Entendemos a liderança comunitária como o conjunto de líderes que atuam numa comunidade específica, buscando articular o desenvolvimento de seus componentes econômico, social, ambiental e cultural de maneira integrada. Essa liderança deve buscar compromisso com o bem estar da comunidade através da escuta, da reflexão, da ação, ter humildade para avaliar as suas decisões e corrigir os seus erros. Em poucas palavras: servir à comunidade e seus cidadãos.
O líder nasce pronto ou a liderança pode ser ensinada e aprendida? Caso possa ser ensinada, como e onde isso pode ser feito?
Existem certos traços de liderança que hoje sabemos que resultam de certo potencial genético, porém, esses traços terão ou não significado dependendo de serem adequadamente estimulados. E isto pode resultar de um processo de aprendizagem. Da mesma maneira, certos traços que são desfavoráveis para o exercício da liderança podem ser conhecidos e administrados para que não prejudiquem o exercício da liderança. E isto também pode ser parte de um processo de aprendizagem. Assim, a liderança pode ser ensinada, e pode ser aprendida. Porém, depende muito do desejo de cada indivíduo em exercitar seu autoconhecimento para estimular ou reprimir certas atitudes, melhor conhecer seus possíveis liderados, e saber a circunstância de exercício da liderança. Assim pode desenvolver, através do conhecimento, as habilidades e atitudes que necessita, bem como procurar evitá-las se lhes forem prejudiciais.
O que é e por que o IDIS criou o conceito de liderança servidora?
Na verdade, o conceito de liderança servidora foi definido por Robert Greenleaf como uma filosofia e uma prática de liderança e, a seguir, outros autores claramente se posicionaram na mesma direção como Ken Blanchard, Stephen Covey, Peter Senge, Max DePree, entre outros. A ideia central é que o líder tem a intenção de servir alguém com sua capacidade, tirocínio, relacionamento. Ser líder é uma conseqüência. O líder servidor busca atuar com os outros em harmonia, com sabedoria, humildade, coerência e, acima de tudo, auto-motivação para não desanimar diante dos inúmeros obstáculos que encontrar no dia a dia.
Em resumo o líder servidor é aquele que:
. tem mente aberta para quebrar paradigmas;
. sabe conquistar a confiança de todos os seus colaboradores, diretos e indiretos;
. serve aos seus comandados;
. assume a responsabilidade do grupo;
. é positivamente sensível para engajar toda a equipe nos mais diferentes desafios;
. não se esconde quando a “bomba” está prestes a explodir. Pelo contrário, é o primeiro a tomar atitudes cabíveis;
. se fortalece cada vez que um problema/desafio é superado;
. sabe cobrar dos seus pares com inteligência e dinamismo;
. desenvolve um dom especial de inspirar toda a equipe para enfrentar os mais variados obstáculos.
Como identificar potenciais líderes numa comunidade?
Em geral, não existem maiores dificuldades em encontrar quem são os líderes de uma comunidade. Pessoas e entidades locais rapidamente ajudam a identificar quem é quem nas decisões que afetam a comunidade, seja no setor público, privado ou nas organizações da sociedade civil. A questão é encontrar quais os líderes que se identificam com uma liderança servidora. Identificá-los necessita de um período de observação, conhecer fatos relevantes que cercam decisões tomadas por esses líderes, a apreciação feita por pares e por subordinados. Para um observador treinado é sempre possível essa identificação. Alguns traços de comportamento ajudam a identificar líderes locais ou aqueles que potencialmente poderão a vir a sê-lo. Entre essas características ou traços estão:
• necessidade íntima de conseguir pessoalmente transformar uma realidade;
• necessidade de alcançar determinado poder para estar em condições de realizar a transformação identificada;
• possuir habilidades para relações interpessoais, a fim de conseguir liderar pessoas, grupos, e estabelecer as necessárias parcerias estratégicas com outros líderes;
• possuir habilidades cognitivas para identificar situações que necessitam ser transformadas, como buscar conhecer fatores determinantes de situações, avaliar possíveis soluções e estratégias para implantá-las, buscar adeptos ou seguidores e organizar o trabalho a ser feito;
• ter autoconfiança, que deve se refletir em: uma crença pessoal em valores; conhecimentos e habilidades adquiridos; saber lidar com situações e pessoas. Talvez esse seja o traço comportamental determinante da liderança, já que os seguidores aceitam ser liderados especialmente em situações em que não estão confiantes e, por isso, necessitam de suporte externo para guiar suas ações;
• exercitar permanentemente um comportamento ético em relação às causas que defende, às soluções que propõe, aos seguidores que lidera, aos outros líderes com quem estabelece relações e às organizações às quais se afilia.
Como em geral as comunidades percebem os líderes?
As pessoas tendem a considerar que os líderes devem ser pessoas hierarquicamente em condição de superioridade, que dita ordens. Muitas vezes, essa imagem equivocada chega até as organizações comunitárias, fazendo crer que os líderes devem sempre impor seu ponto de vista. O problema é que esses “líderes” assumem posições individuais sobre as reais necessidades da comunidade, atuando somente com base em sua informação e poder, tendo dificuldade de articular apoio ou de estabelecer uma coalizão de interesses. Como conseqüência, além de não saberem utilizar a posição que ocupam, ao sentirem dificuldades em “mandar”, recolhem-se à segurança do isolamento em suas organizações. Eles colocam seu orgulho e vaidade acima dos interesses coletivos. E por isso são “líderes” que não conseguem perceber que o poder é inerente ao posto que ocupam; não propriamente à sua pessoa. O líder não é aquele que tem “o poder”, mas quem tem o poder de agir a serviço do desenvolvimento sustentável da comunidade.”
O que é fundamental considerar na formação de lideranças comunitárias? Que aspectos devem ser observados e que pontos devem trabalhados?
No atual momento de necessidades da sociedade, especialmente quando se identifica grupos humanos ainda despojados de seus direitos mínimos, com dificuldades de se sentirem cidadãos, torna-se evidente a necessidade de se sentirem apoiados por um líder que esteja a serviço de suas necessidades.
Qual a importância de uma liderança para a promoção do desenvolvimento comunitário?
Essencial porque o caminho para o desenvolvimento comunitário exige ser visionário, estrategista, inspirador, gerenciador, negociador, facilitador de relacionamentos, formador de equipes de trabalho, analista de situações facilitadoras ou inibidoras do desenvolvimento. Essas funções são as funções de um líder servidor.
Talvez o melhor exemplo de nossa geração tenha sido a Dra. Zilda Arns e o magnífico trabalho à frente da Pastoral da Criança, e sua capilaridade em distintas comunidades do Brasil e do mundo.
Nos casos em que as comunidades já possuem lideranças, o que é possível fazer para fortalecê-las?
Auxiliá-las em seu desenvolvimento pessoal, institucional e comunitário.
Como um líder comunitário pode estimular o surgimento de novas lideranças entre os jovens da comunidade? O que deve fazer?
Pelo exemplo, e pela paciência em ser um “coach” [técnico ou treinador numa tradução do inglês] para novas lideranças. [O “coach” atua encorajando e/ou motivando, visando à satisfação de objetivos definidos por consenso].
Numa comunidade deve haver várias lideranças? Por quê?
Diversidade de questões e áreas de interesse para o desenvolvimento comunitário exige diferentes áreas de conhecimento e prática. Diversidade de liderança é uma absoluta necessidade.
Como propiciar o surgimento e a aceitação de novos líderes em comunidades onde há uma única liderança muito forte?
A ideia de que uma comunidade tenha uma só liderança muito forte não é uma realidade em nossa experiência, a menos que estejamos diante de um regime autoritário ou diante de pessoas com traços autocráticos de uso da força para seus eventuais benefícios. Em geral, embora um líder possa se destacar, numa democracia existem diferentes fontes de poder formal, e também de poder real, onde o líder é naturalmente aceito para liderar um grupo de pessoas. A capacitação e a aprendizagem fazem com que aflorem novos líderes de maneira regular para a comunidade.
Como a formação de redes pode auxiliar no desenvolvimento comunitário?
A formação de uma rede de pessoas e entidades de uma comunidade é um instrumento poderoso de participação na governança dos destinos de uma comunidade. Para tanto, deve ser adequadamente formada para representar diferentes grupos que se dispõem a encontrar o caminho do possível e consensual sobre prioridades e estratégias de enfrentamento das necessidades identificadas.
A ideia de rede pressupõe um trabalho de grupo que deve se transformar em trabalho de equipe de caráter horizontal e sem hierarquia entre os participantes. Isto leva tempo e necessita de formação sobre o que representa uma rede e como fazê-la operativa para benefício da comunidade. Também exige uma liderança facilitadora de relacionamento e de confiança entre os participantes.
--------------------------------------------------------------------------------
Copyright 2006/2007 - IDIS - Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social - Termo de Uso
Rua Paes Leme, 524, cj. 141 - Pinheiros - CEP 05424-904 - São Paulo/SP - TEL. (11) 3037-8212 / FAX (11) 3031- 9052.
portalidis@idis.org.br
Cetesb começa a adotar padrão da OMS para a qualidade do ar ainda este ano
Oded Grajew, representante do Movimento Nossa São Paulo entrega abaixo-assinado ao presidente da Cetesb, Fernando Rei. |
É que a Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb) usa padrões defasados para medir a poluição do ar na capital paulista. Quando o ar é considerado ruim pela Cetesb, ele está na verdade três vezes pior se fossem levados em conta os padrões internacionais estabelecidos pela Organização Mundial da Saúde (OMS).
Na quarta-feira da semana passada, representantes do Nossa São Paulo entregaram o documento ao presidente da companhia, Fernando Rei. E saíram de lá com o compromisso de, ainda este ano, iniciar-se a adoção dos padrões da OMS (mais rígidos) para medir a qualidade do ar paulistano. Em três anos, essa nova medição deve estar totalmente instituída.
Para Oded Grajew, presidente do Instituto Ethos e um dos representantes na entrega do abaixo-assinado, “os critérios da OMS são importantes porque indicam que, quando a qualidade do ar está abaixo de determinado patamar, a saúde das pessoas corre riscos.”
Também presente no encontro, Paulo Saldiva, pesquisador do Laboratório de Poluição Atmosférica da Universidade de São Paulo (USP), destacou que a adoção dos padrões da OMS tornará mais claro que a poluição não é apenas um problema ambiental, mas uma questão de saúde pública. Para ele, “essa constatação dará respaldo para que o gestor público tome medidas mais corajosas”.
Muitas pessoas podem se perguntar por que o movimento insiste tanto em assuntos como este. É simples: porque poluição mata. O Laboratório de Poluição Atmosférica da USP calcula que seis pessoas morram por dia, na cidade de São Paulo, em decorrência de doenças causadas pela poluição, que vão desde problemas respiratórios até alergias, dermatites e câncer.
Outras centenas de milhares tornam-se incapacitadas de trabalhar e de ter vida ativa por esses mesmos males. Portanto, a poluição traz prejuízos às pessoas e às finanças públicas. O mesmo laboratório calcula em R$ 82 milhões por ano os gastos com internações pelo Sistema Único de Saúde (SUS), na região metropolitana de São Paulo, por problemas respiratórios.
Portanto, poluição é uma questão de saúde pública que só se resolverá se forem adotadas medidas para diminuí-la e até zerá-la. A adoção de critérios mais rígidos de medição pode ajudar a salvar vidas.
Confira abaixo os limites máximos de concentração de poluentes no ar utilizados como padrão pela Organização Mundial de Saúde (OMS) e os da Cetesb, estabelecidos pelo Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama).
----------------------------------------------------
Limites de concentração anual de poluentes no ar (em microgramas por m3)
Comparação entre os dados indicados pela OMS e os atuais padrões da Cetesb.
Material particulado (poeira mais fina que penetra nos pulmões) OMS: 20 / CETESB: 50
Ozônio: OMS: 100 / CETESB 160
Poeira: OMS: 50 / CETESB: 150
Fumaça: OMS: 50 / CETESB: 150
Poeira fina: OMS: 25 / CETESB: Não indica
Monóxido de carbono: OMS: 9 / CETESB: 9
---------------------------------------------------
Conhecendo a situação real da qualidade do ar em São Paulo, os moradores vão entender que não é mais possível conviver com tantos milhões de carros particulares nas ruas, pois é a fumaça dos automóveis que torna o ato de respirar quase um suicídio em nossa cidade.
É preciso aceitar o fato de que somente com menos carros nas ruas – e, mesmo assim, carros menos poluentes – é que conseguiremos diminuir a poluição em São Paulo. Para isso, é urgente que a cidade adote transporte público de boa qualidade e acessível a todos, bem como a inspeção veicular.
Por Cristina Spera / Edição de Benjamin S. Gonçalves (Instituto Ethos)
Crédito: José Jorge/Assessoria de Imprensa da Cetesb
Um ótimo artigo: empreendedores de negócios e empreendedores sociais são o mesmo tipo de pessoas?
Submitted by Laura Zax on Mon, 2010-09-20 16:29.
What it really takes to be a social entrepreneur
Empreendedor de negócios x empreendedor social |
Click here to read Segal's NYTimes piece, "Just Manic Enough."
Artigo do site da Ashoka.
terça-feira, 28 de setembro de 2010
Baleias e "cabeças de bagre"
Baleia franca como a que foi vítima do irresponsável australiano. |
Uma testemunha na cidade de Albany, no oeste da Austrália, disse ter visto um jovem montar sobre as costas de uma baleia-franca-austral na tarde de sexta-feira da semana passada.
De acordo com o site australiano ABC, a testemunha fotografou o incidente, mas a polícia decidiu não divulgar a foto enquanto as investigações estão em andamento.
Caso seja identificado, o jovem pode receber uma multa de quase US$ 10 mil por perturbar um animal selvagem.
As autoridades australianas estão irritadas com o caso. Um dos investigadores chamou o ato de "tolo e inconsequente".
Uma baleia-franca-austral chega a medir mais de 18 metros e pode pesar até oito toneladas. Uma pessoa pode até morrer caso seja atingida pela cauda da baleia.
As leis ambientais australianas obrigam as pessoas a se manterem no mínimo a 30 metros de mamíferos selvagens como a baleia-franca.
Fonte: BBC
domingo, 26 de setembro de 2010
Ministério do Meio Ambiente lança edital de consulta pública sobre Avaliação Ambiental Estratégica de projetos e políticas públicas
Baixe o edital.
Fonte: http://pautasagendasoccivil.blogspot.com/2010/09/consulta-publica-para-avaliacao.html
---
MINHA OPINIÃO
Axel Grael
Ecobarreiras evitam despejo de 90 toneladas de lixo na baía
Foto: INEA |
Oportunidade de intercâmbio e de divulgação do trabalho das ONGs
A Revista Filantropia e a Diálogo Social estão trazendo uma oportunidade ímpar para seu projeto social: a participação GRATUITA do evento ONG BRASIL 2010, que ocorrerá em São Paulo, no Expo Center Norte, de 25 a 27 de novembro de 2010.
Confirmando a participação, sua ONG terá um stand de 9 metros quadrados para expor suas ações, tecnologias sociais, produtos (caso o tenham) e, assim, garantir visibilidade e captação de parceiros.
Para participar, é necessário os seguintes pré-requisitos:
Ter sede estabelecida no Brasil;
Ter registro no CNPJ;
Garantir a presença de ao menos um representante no stand durante todos os dias de exposição (sob pena de não poder participar dos próximos eventos por um prazo de dois anos).
Preencher ficha de inscrição no site www.ongbrasil.com.br
Somente 500 ONGs serão contempladas com stands e o critério de seleção será:
Estado em que atua (há cotas específicas para cada estado)
Área de atuação da ONG (há cotas específicas para cada área)
Ordem de inscrição (para critério de desempate)
Além da expor e visitar os 500 stands da feira, você pode participar de outras -formas:
- Levando seu grupo cultural (música, dança, teatro, pintura, literatura entre outros)
- Participando de palestras, mini-cursos e sorteios.
A Revista Filantropia e a Diálogo Social estão apoiando o evento e esperamos que este se torne o maior evento em prol de organizações socia is do país. O ONG Brasil 2009 atingiu cerca de 5.000 participantes e 250 ONGs expostas. Nossa meta para este ano é DOBRAR esses números.
Mais informações sobre o evento no site http://www.ongbrasil.com.br/, pelo e-mail: ongbrasil@ubmbrazil.com.br ou pelo telefone (11) 4689-1935
Dirigente da ONU visita o Projeto Grael e oferece cooperação
"Estamos diante de um exemplo da melhor prática (´best practice´) do que se pode fazer com o esporte em benefício da sociedade", disse o Sr. Wilfried Lemke.
sexta-feira, 24 de setembro de 2010
Lars Grael é homenageado na Itália e recebe a medalha Follaro d´Oro
Esta moeda foi feita seguindo o modelo de uma moeda usada na região de Gaeta em torno do ano 1.000.
Parabens, Lars!!!
---
A seguir, a nota da Assessoria de Imprensa do Projeto Grael:
Lars Grael recebe homenagem inédita na Itália
Lars Grael tem o patrocínio da Light Serviços de Eletricidade S/A.
Contatos de imprensa:
Velassessoria
Mariane Thamsten
(21) 8227-6713
quinta-feira, 23 de setembro de 2010
Indignação: mais uma pedra da Pedreira Cispel atinge o Clube Naval Charitas
Cordialmente,
Newton Righi Vieira
Comodoro
---
O PROJETO GRAEL SOLIDARIZA-SE COM O CLUBE NAVAL, UM DE SEUS MAIS IMPORTANTES PARCEIROS.(toda a população de
Manifeste o seu apoio à Lei da Ficha Limpa
Colabore. Só custa poucos segundos!!!
---
Caros amigos,
O STF pegou fogo ontem enquanto os Ministros debatiam a constitucionalidade da Ficha Limpa por mais de 4 horas. A decisão foi adiada para hoje e o resultado final irá determinar se os 242 corruptos, incluindo Paulo Maluf e Jader Barbalho, poderão se eleger dentro de duas semanas. Nós só temos algumas horas para mostrar para os Ministros que são contra a Ficha Limpa, que toda a sociedade brasileira apóia esta lei, e que queremos que eles representem o povo, não os criminosos, quando votarem hoje. Os Ministros contra a Ficha Limpa são Celso de Mello, Marco Aurélio, Gilmar Mendes, Dias Toffoli, Ellen Gracie e Cezar Peluso. Vamos ligar para eles agora, inundando seus escritórios com mensagens de todo o Brasil dizendo a mesma coisa: "Queremos que você defenda a constitucionalidade e a aplicação imediata da Ficha Limpa". Leva apenas 2 minutos, clique abaixo para ver os telefones:
http://www.dicasdebrasilia.com.br/078/07807001.asp?ttCD_CHAVE=4301&ttParametros&btImprimir=SIM
O Ministro Carlos Ayres Britto foi o grande herói do dia, defendendo ferozmente a aplicação imediata da Ficha Limpa. Ele, Ricardo Lewandowski, Cármen Lúcia e Joaquim Barbosa irão votar com o povo brasileiro, a favor da Ficha Limpa. 85% dos brasileiros apóiam a Ficha Limpa e mais de 2 milhões se mobilizaram pela aprovação da lei. Juntos, nós geramos uma onda de esperança por um governo sem corrupção nunca antes vista. Este poderá ser só o começo de uma política que trabalha para o povo e não os bolsos dos políticos.
Com esperança, Graziela, Ben, Alice, Paula, Iain, Mia, Dominick e toda a equipe Avaaz
PS. Após ligar, escreva para portugues@avaaz.org contando como foi.
Leia mais: Votação da Ficha Limpa deve empatar:http://www.estadao.com.br/noticias/nacional,votacao-da-ficha-limpa-deve-empatar,611790,0.htm
Respondendo ao texto de Aspásia Camargo sobre a Baía de Guanabara
Nossa cidade nasceu na Baía. Mas, ultimamente, tem crescido de costas para ela, literal e simbolicamente, expandindo-se até a Barra. O padrão desse modelo de crescimento foi feito às custas da poluição das águas e sem uma política de saneamento adequado.
Os grandes rios e baías do mundo foram ou estão sendo despoluídos. Em 2000, fizemos na Fundação Getúlio Vargas, junto com a Petrobras, um grande seminário. Reunimos dirigentes responsáveis por outras grandes baías do mundo em processo final de despoluição. A Baía de São Francisco, de Chesapeake – na costa leste americana - Tóquio, Delta do Reno e de Veneza. Todos esses exemplos exigiram vontade política, audácia e imaginação.
Recebemos, como herança da Conferência da ONU de 92, mais de um bilhão e meio de dólares, que gastamos muito mal. O projeto foi de despoluição apenas no nome, pois não tinha nenhum compromisso em melhorar a qualidade das águas; apenas fazer obras. Centrais de tratamento caríssimas, que até hoje não se conectam com as residências a sua volta. É sempre a visão obrista do desenvolvimento. Obras caras, com bons retornos político-financeiros, que custaram ao Brasil a desmoralização do programa de despoluição da Baía de Guanabara. Pergunte aos japoneses o que eles pensam da seriedade brasileira, do que fizemos com os recursos que eles nos emprestaram!
A meta ambiental agora deve ser despoluir a Baía de Guanabara até 2016. Que tal fazer uma regata da Ilha do Governador até Paquetá para comemorar as Olimpíadas?
Quero saber o que você pensa a respeito disso. Quero também a opinião do Instituto Baía de Guanabara e dos meus amigos: Dora Negreiros, Sergio Alcaide, Manuel Sanches e Axel Grael.
Temos que estar muito vigilantes e cumpridores do nosso papel de cidadania, cobrando que o compromisso ambiental da candidatura Rio 2016 seja de fato cumprido. Neste aspecto, se compararmos a nossa proposta com a das demais cidades candidatas (principalmente Tóquio), enquanto os demais apresentaram planos ambientais de alta sofisticação e de ambiciosos e futurísticos saltos tecnológicos, a proposta do Rio foi de apenas resolver os nossos tristes passivos. Ou seja, oferecemos apenas recuperar o nosso atraso de investimentos (que eu estimo em mais de 3 décadas), o que já é um enorme desafio, considerando o prazo exíguo e a nossa lamentável tradição de leniência com os investimentos ambientais.
Axel Grael
quarta-feira, 22 de setembro de 2010
Iniciativa ambiental do Projeto Grael é apresentado no Jornal Futura (Canal Futura)
Projeto Baía de Guanabara (Projeto Grael, BG Brasil, Prooceano) é apresentado no Jornal Futura (24/08/2010 - Bloco 2). Na mesma matéria, o professor David Zee debate temas ambientais.
Ambientalistas protocolam no TSE posições de candidatos sobre o Código Florestal
Local: Brasília - DF Fonte:
Agência Brasil - EBC Link: http://www.agenciabrasil.gov.br/
Luana Lourenço
Um grupo de organizações ambientalistas protocolou ontem (21), no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), as respostas dos quatro principais candidatos à Presidência da República – Dilma Rousseff (PT), José Serra (PSDB), Marina Silva (PV) e Plínio de Arruda Sampaio (P-SOL) – a questões ligadas a mudanças no Código Florestal. Elas querem que os posicionamentos dos presidenciáveis sejam anexados aos seus respectivos programas de governos.
Em resposta a um questionário de sete perguntas, feito por 12 entidades ambientalistas, todos os candidatos se manifestaram contra os principais pontos do texto aprovado na Câmara dos Deputados, que atenua a legislação ambiental, inclusive com brechas para anistia de desmatadores.
Os presidenciáveis se dizem contra a anistia para quem desmatou ilegalmente e não consideram o Código Florestal um entrave ao desenvolvimento do agronegócio.
Em relação à ocupação de encostas e margens de rios, Dilma, Serra, Marina e Plínio se manifestaram contrários ao uso desordenado dessas e de outras áreas de preservação e defenderam a recuperação e regularização dos locais.
Apesar do relatório do deputado Aldo Rebelo ter sido aprovado na subcomissão da Câmara criada para avaliar as mudanças no Código Florestal, os quatro presidenciáveis consideram o assunto ainda aberto a discussões após o período eleitoral e defendem maior participação de outros setores da sociedade na avaliação das propostas.
Para o coordenador do Programa de Política e Direito do Instituto Socioambiental (ISA), Raul do Valle, o registro das respostas dos candidatos no TSE complementa os programas de governo – que não tratavam das mudanças do Código Florestal de forma aprofundada. “Mesmo que por caminhos diferentes, todos concordaram em pontos centrais, contra anistia, contra a diminuição das áreas protegidas. Isso cria a expectativa de que a discussão poderá levar em conta interesses da sociedade”.
O registro, na avaliação de Valle, também vai permitir que os eleitores possam cobrar do próximo presidente ações contra o desmonte da legislação ambiental. “É uma forma de dar publicidade a esses posicionamentos e garantir que a sociedade possa cobrar coerência com as respostas dadas agora [no período eleitoral]”.
Edição: João Carlos Rodrigues
Amazonia.org.br
terça-feira, 21 de setembro de 2010
Desafio de vela do Esporte Espetacular: repórter Tino Marcos lembra doação do seu barco ao Projeto Grael
TINO MARCOS E LUCIANA ÁVILA
Luciana Ávila
LUIS ERNESTO LACOMBE E CRISTIANE DIAS
Qual dupla vocês acham que venceu? Cris/Lacombe ou Tino/Lu? Façam suas apostas!”
Semana Marinha do Projeto Grael no site do O Globo
O Projeto Grael, instituição social criada pelos velejadores Torben e Lars Grael e Marcelo Ferreira, deu início hoje à Semana Marinha. Até sexta-feira, a sede do Projeto Grael, em Jurujuba, contará com uma programação extensa: de exposições fotográficas sobre todo o tipo de vida marinha a brincadeiras de conscientização ambiental. O evento – cuja entrada é franca - também complementa as comemorações do Dia Mundial de Limpeza de Praias - Clean Up Day, que em Niterói será dia 25 (sábado). A programação está disponível no site do Projeto Grael.
Evento, que vai até sexta-feira, antecipa o Dia Mundial de Limpeza de Praias
domingo, 19 de setembro de 2010
Lars Grael e Marcus Vinicius Freire debatem a Rio 2016 e a política esportiva no Brasil
sexta-feira, 17 de setembro de 2010
Uma campanha verde, sem poluir... Sirkis responde ao humorista Marcelo Tas
No calor da campanha, como de hábito, encontramo-nos em meio a um tiroteio eleitoral marcado principalmente pela baixaria e pelas mais explícitas demonstrações de cara de pau e mal-caratismo político. Felizmente, ainda existem raras manifestações de inteligência, reflexão, ironia, humor e talento de argumentação, que salvam a aridez do momento.
Alfredo Sirkis
Recebi uma sacaneada de um dos meus humoristas favoritos, o Marcelo Tas –o magistral testa di cazzo- que me acusa de “poluição” exibindo a foto de uma plaquinha minha no Posto 6. Uma incoerência dos verdes poluindo Copacabana!
Tá legal, Marcelo. Faço autocrítica. Vou ver se consigo agrada-lo. Que fazer? Bom, retirar todas as placas e deixar os concorrentes todos com as deles. Bem, preciso também parar de distribuir panfletos. Embora a gente sempre coloque neles “passe adiante ou jogue no lixo” e nossos militantes sejam instruídos a repassar nos locais para recolher alguns que tenham sido jogados no chão, sempre pode sobrar algum, né? Melhor então não panfletar.
Também vou tirar o programa de TV do ar. Afinal o horário gratuito é chato pra cacete e sem dúvida é uma forma de poluição psicológica do telespectador que aguarda ansioso sua mui educativa telenovela.
Carro de som com jingle e megafone, nem pensar, é poluição sonora, claro!
Campanha pela internet? Ninguém mais agüenta este tipo de spam. Limitar-se ao blog com seus mil e tantos fieis? É melhor tirar do ar também porque alguém pode sempre repassar a quem não solicitou e acaba virando spam. Rede social? Como tanta gente falando coisas tão importantes, profundas, relevantes e edificantes sobre suas vidas vamos poluí-las com papo de político??? Ninguém mais agüenta esses candidatos no Facebook ou no Orkut, comprometendo seu alto nível cultural e filosófico.
Comício doméstico? Não deixa de ser um desrespeito aos vizinhos. Imagina encontrar no elevador aquele bando de pessoas ansiosas estranhamente interessadas nesse evento grotesco que são as eleições, atrasando o elevador. Uma forma de poluição intra-muros... Já encontrei moradores reclamando. O que estes candidatos pensam que são para invadir assim meu condomínio?
Anúncio em jornal? Não seria uma forma de compactuar com essa poluição que são os próprios jornais? Pense bem, verde de araque, quantas árvores –ainda que de eucaliptos plantados com essa finalidade-- custa uma edição dominical de um jornalão? Melhor não compactuar com isso se de fato verdes somos.
Sair à rua cumprimentando as pessoas? Atrapalhar a vida dos outros e ocupar indevidamente as calçadas? Elas são feitas para que o povo circule produtivamente e não fique parado, ocioso, ouvindo conversa fiada de político.
Bom, então o que fazer???
Elementar, meus caros, devemos simplesmente fazer o que 90% dos políticos brasileiros já fazem. Montar um Centro Assistencial! Oferecer consulta médica, dentária, serviço de despachante, fornecer ambulância, cadeira de rodas, dentadura, etc... Tenho até um colega vereador que dá o maxilar de cima, antes da eleição e, uma vez eleito, o debaixo. Aí não vai ter mais papel, nem poluição visual, nem sonora.
Não corremos mais risco algum de incomodar quem quer que seja com essa nossa ridícula imagem de ratos magros pedintes de votos. É pão, pão, queijo, queijo. Prestou o serviço, ganhou o voto. Coisa séria, rapaz. Outra possibilidade é comprar voto diretamente como fazem com grande talento no Mato Grosso do Sul e em muitos outros lugares politicamente high tech. Isso a rigor dispensa essas campanhas eleitorais poluentes. Tudo é feito na intimidade do Centro Assistencial ou no apê do candidato com o cabo eleitoral entre duas rodadas de uísque sem poluir e sem incomodar.
Pena que para manter seus Centros Assistenciais benfazejos e comprar seus votinhos os políticos de responsa, os profissas, tenham que roubar. Mas isso é detalhe. O importante é que a sua relação com o eleitor é sólida, inquebrantável. O político em questão pode até ser flagrado pelo Jornal Nacional num ato de pedofilia mas vai continuar recebendo todos aqueles votinhos fieis do “seu” povo ao qual presta não menos fiel assistência. Isso é que é uma base política sólida. Nada parecido com a patética fragilidade desses pretensiosos otários vulneráveis a uma notinha de jornal, a uma sacaneadazinha na net. Uns votinhos a menos e babau eles!
Isso ai, galera, vamos nos livrar de vez por todas da excrescência anacrônica que são esses políticos de “opinião”, metidos a dar lições, falar de temas complicados e chatos e que insistem em encher o nosso saco, querem nos obrigar a ler coisas e a ver coisas na rua informando que pensam logo existem. Melhor que não existam! Não existindo não precisarão tentar informar mediante placas poluentes, panfletos e outros subterfúgios vis que existem.
Desexistam poluidores!
---
Do Blog do Sirkis: http://alfredosirkis.blogspot.com/2010/09/considerando-minha-eventual.html