quinta-feira, 23 de abril de 2015

Projeto Grael divulga relatório para contribuir para a solução do lixo flutuante na Baía de Guanabara



http://issuu.com/axelgrael/docs/programa_guanabara_viva_-_rev_3/1

GRAEL, Axel Schmidt (2015): PROGRAMA GUANABARA VIVA: Avaliação dos programas de prevenção (ecobarreiras) e retirada do lixo flutuante (ecobarcos) na Baía de Guanabara, visando os Jogos Olímpicos Rio 2016 e proposição do Programa Guanabara Viva, um novo plano de ação com ênfase no legado olímpico. (Relatório). Instituto Rumo Náutico (Projeto Grael) e Instituto Baía de Guanabara (IBG). Niterói, 113 páginas.


A pedido do secretário estadual do Ambiente, Deputado André Corrêa, o Projeto Grael desenvolveu o relatório acima como uma contribuição voluntária para ajudar na solução do problema do lixo flutuante na Baía de Guanabara, tendo em vista a realização dos Jogos Olímpicos Rio 2016, mas principalmente objetivando o seu legado e um futuro melhor para este valioso patrimônio natural dos brasileiros.

O lixo flutuante é apenas um dos problemas ambientais que prejudica os ecossistemas da Baía de Guanabara, mas é um dos que mais afeta a prática de esportes náuticos, a navegação, o turismo e a pesca. Como mostramos no relatório, o lixo flutuante é também uma preocupação no que se refere à saúde pública.

Sabemos que o lixo não "brota" na Baía de Guanabara, mas é o resultado das deficiências de estrutura e de atitudes da população no entorno e na Bacia Hidrográfica da baía. A solução definitiva para o problema está nas seguintes ações:
  • MELHORIA NA COLETA MUNICIPAL: na melhoria dos serviços de coleta e disposição final do lixo pelos municípios.
  • MAIS EDUCAÇÃO: melhor educação da população para que se evite lançar o lixo indevidamente nas ruas, rios e praias, e
  • ECONOMIA CIRCULAR: o Brasil precisa reduzir a sua defasagem com relação a outros países e implantar uma política de logística reversa. No Brasil a indústria ainda se omite. Precisa se engajar no esforço de viabilização da reciclagem de embalagens e produtos descartados que constitui o lixo urbano.
Até que estas medidas estruturantes acima referidas sejam definitivamente implementadas, é preciso utilizar recursos paliativos para controlar a presença do lixo na baía e isso é feito através de sistemas de ecobarreiras e a utilização de ecobarcos. A proposta preparada pelo Projeto Grael visa apresentar tecnologias e procedimentos operacionais mais eficientes que as precárias soluções utilizados até agora.

Apesar de paliativas estas soluções (ecobarreiras e ecobarcos) são indispensáveis e, provavelmente, precisaremos delas mesmo quando as soluções estruturantes aqui citadas forem implantadas. Outras baías e cidades em outros países, onde o lixo é um problema muito menor do que na Baía de Guanabara, utilizam permanentemente ecobarreiras e ecobarcos para controlar o lixo. É o caso de Baltimore e Washington (DC), na Baía de Chesapeake (nos EUA), Los Angeles (Califórnia) e muitas outras cidades americanos, bem como Amsterdam (Holanda), e várias localidades na Austrália.

A presença do lixo é uma ameaça para as regatas olímpicas de 2016, uma vez que caso o lixo se prenda acidentalmente a alguma embarcação pode significar a perda de posições e até mesmo medalhas para os competidores. Por isso, é uma responsabilidade do Rio de Janeiro garantir que as competições ocorram de forma igualitária, justa e segura para os competidores.

Foto de Axel Grael.

Lamentavelmente, perdeu-se um tempo precioso para a implantação de um programa com medidas estruturantes e que contribuísse de forma mais efetiva para a despoluição da Baía de Guanabara e para a solução do problema do lixo flutuante. A atual administração da SEA tem a difícil responsabilidade de dar respostas em exíguo prazo e sob grande cobrança.

Conforme expresso na conclusão do relatório:

O lixo flutuante na Baía de Guanabara é o mais importante tema ambiental para a agenda olímpica da Rio 2016. É o problema que poderá impactar o resultado da competição e é por isso que trata-se do tema que mais preocupa as delegações de velejadores. Portanto, dependendo do que formos capazes de mostrar em 2016, a Baía de Guanabara será uma referência internacional para o tema do lixo flutuante, seja por ter resolvido o problema ou por não tê-lo feito. Caso tenha logrado sucesso, será um exemplo para outras baías e ambientes estuarinos. Caso fracasse, marcará negativamente a história do movimento olímpico.
Os desafios são enormes, mas, com a necessária determinação de todos os protagonistas e com a indispensável vontade política, os objetivos podem ser alcançados, tanto para o calendário olímpico, como para um legado definitivo para a Baía de Guanabara.


O Projeto Grael decidiu declinar do convite feito pela Secretaria de Estado do Ambiente para assumir o gerenciamento do programa de controle do lixo flutuante, mas continua a disposição para contribuir voluntariamente para que o problema do lixo flutuante na Baía de Guanabara possa ser reduzido a níveis aceitáveis até a Rio 2016 e para o futuro.

Portanto, ainda dá tempo de resolver o problema, mas não se pode mais perder tempo.

Axel Grael


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