quinta-feira, 30 de abril de 2015

REGATAS OLÍMPICAS - Dentro ou fora da Baía de Guanabara?


A imprensa, mais uma vez, tenta explorar falas consideradas divergentes entre eu e meu irmão Lars, pronunciadas em lugares e contextos diferentes. E, lendo-se o texto, verifica-se que não são opiniões divergentes.

Deixando de lado intrigas, fofocas e futricas, vamos ao que importa: o mérito!

Defender as provas dentro da Baía insinuando que isso traria vantagens para os velejadores brasileiros, me parece uma atitude antiesportiva e que não deve fazer parte do debate. Considero até desrespeitoso com os atletas brasileiros que não desejam e nem precisam de truques e "arapucas" para serem competitivos. A Equipe Olímpica Brasileira de Vela tem tido excelentes resultados competindo em águas de várias partes do mundo e deverá ser uma das delegações mais fortes já apresentadas. Nossos atletas tem tudo para ter uma ótima participação em 2016, independente se as provas serão dentro ou fora da Baía de Guanabara. Portanto, não é este o debate.

O foco deve estar na qualidade ambiental, na segurança dos atletas e no oferecimento de uma raia com boas condições técnicas e capaz de permitir uma competição justa.

Com relação á qualidade ambiental, as críticas das delegações internacionais são legítimas e compreensíveis, uma vez que o que foi mostrado até agora não é bom. Cabe aos organizadores oferecer de forma convincente soluções viáveis e  tecnicamente confiáveis, compatíveis com o cronograma olímpico. Caso contrário, não restará mais o que se fazer que o reconhecimento do completo fracasso e transferir as regatas para fora da Baía.

O importante é que, apesar de todo tempo perdido, ainda é possível fazer com que as condições da Baía de Guanabara, principalmente no que se refere ao problema do lixo flutuante, cheguem a níveis ambientais satisfatórios para os Jogos. Mostramos isso no relatório Guanabara Viva, que oferecemos ao secretário estadual do Ambiente, André Corrêa.

No momento, várias medidas estão sendo tomadas pela SEA. Foi publicado um edital para a seleção de empresas para a implantação e operação de ecobarreiras e está em tramitação a contratação do gerenciamento do programa. Por sua vez, a retomada do contrato com os ecobarcos está sendo providenciada. Enfim, o que não se fez antes, agora está sendo feito e ainda dá tempo!

Continuamos colaborando com a SEA, como voluntários, oferecendo modesta contribuição para que as condições da Baía de Guanabara melhorem.

E que a decisão sobre a realização das provas na Baía de Guanabara ou fora dela - em mar aberto - seja tomada com sabedoria e responsabilidade e, acima de tudo, com elevado espírito olímpico!

Axel Grael


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Dentro ou fora da Baía de Guanabara? Vela nos Jogos divide irmãos Grael


(Foto: Leonardo Filipo)


No mesmo dia em que Lars defende provas em alto mar por causa do lixo, Axel cita competições internacionais realizadas sem problema: "Não está pior do que já esteve"

A possibilidade da Federação Internacional de Vela tirar as regatas das Olimpíadas de dentro da Baía de Guanabara divide os irmãos Lars e Axel Grael. Em sua posse na Comissão Nacional de Atletas, quarta-feira, em Brasília, o medalhista olímpico Lars defendeu as disputas fora da região por conta do lixo. No mesmo dia, no Rio de Janeiro, Axel, ambientalista e vice-prefeito de Niterói, disse acreditar que o local pode ser palco do Rio 2016. Ele dá como exemplos as competições internacionais que não apresentaram problema com a poluição. No aspecto técnico, admite que os velejadores brasileiros, pelo conhecimento das correntes marítimas, teriam mais vantagem sobre os estrangeiros sem a mudança.

- O local da raia olímpica é bom, mas tem picos com comportamento mais grave. Os velejadores estrangeiros estão acostumados com raias com uma qualidade ambiental melhor. Mas acho que manter os Jogos dentro da baía é factível. Já tivemos campeonatos mundiais e Jogos Pan-Americanos sem problema algum. A baía hoje não está pior do que já esteve. A ideia de se levar para fora da baía é uma possibilidade. Não interfere tanto a qualidade da competição. Óbvio que para os velejadores brasileiros é um pouco melhor dentro porque a gente conhece bem as correntes. Se levar para fora diminui um pouco a diferença. Mas a equipe brasileira vai ser uma das mais fortes. Então, se for dentro ou fora não vai ter muita diferença - acredita Axel.

"Já tivemos campeonatos mundiais e Jogos Pan-Americanos sem problema algum. A baía hoje não está pior do que já esteve". Axel Grael


No final do mês passado, o Projeto Grael desistiu de assumir a gerência dos ecobarcos e ecobarreiras que ajudariam a limpar o lixo flutuante do espelho d´água. A contratação seria feita pela Secretaria do Estado de Ambiente em caráter de urgência, sem licitação. Axel, porém, segue como voluntário no planejamento da ação, que ainda está passando por um processo de licitação para escolher outras empresas responsáveis. A infraestrutura não ficará pronta para o evento-teste da vela, no próximo mês de agosto.

- Mas dá pelo menos para fazer unidades demonstrativas para tranquilizar as pessoas. O projeto que está sendo licitado na secretaria vai dar muito mais confiabilidade. Esse problema é cíclico. A situação hoje é muito pior porque as ecobarreiras não estão funcionando e nunca funcionaram bem. Nunca tivemos eficiência para tirar o lixo delas.

META OLÍMPICA DE TRATAR 80% DO ESGOTO É QUESTIONADA

O vice-prefeito de Niterói questionou a meta de tratar 80% do esgoto, estipulada no dossiê de candidatura do Rio, e que não será alcançada até 2016. Ele também lamentou a "falta de atitude empreendedora ambiental" nos Jogos Olímpicos.

"Mas o grande problema é que se teve uma atitude empreendedora em mobilidade, infraestrutura para os Jogos, na reforma do Centro, mas infelizmente não houve em relação à Baía de Guanabara. Não se estabeleceu uma agenda ou sequer um responsável. O que lamentamos é isso". Axel Grael


- Essa meta de 80% ninguém sabe de onde veio. Oitenta por cento de quê? O dossiê não especifica isso. De qualquer forma não seria viável alcançar, por mais que se estivesse investido. Mas o grande problema é que se teve uma atitude empreendedora em mobilidade, infraestrutura para os Jogos, na reforma do Centro, mas infelizmente não houve em relação à Baía de Guanabara. Não se estabeleceu uma agenda ou um responsável. O que lamentamos é isso.

Nesta quarta, Axel representou Niterói no encontro de prefeitos da região metropolitana do Rio de Janeiro no Palácio da Cidade. O prefeito do Rio, Eduardo Paes, apresentou um pacote de medidas logística para os Jogos, como a criação de feriados e férias escolares em agosto. Como se trata de um problema do governo estadual, a poluição da Baía de Guanabara não foi tratada durante o encontro.

Fonte: Globo Esporte



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